A CHINA LANÇA UM PLANO AUDACIOSO PARA DOMINAR A PRODUÇÃO DE RADIOSÓTOPOS EM TODO O GLOBO
O crescimento do mercado de Radioisótopos no mundo parece irreversível. E o país que detiver o conhecimento para sua produção, não só estará usando os recursos nucleares para o tratamento de sua população, mas também, terá uma possibilidade de dominar o mercado global deste segmento. Até para falar sobre este tema no Brasil é constrangedor, porque os profissionais que lideram a construção do Reator Multipropósito lutam diariamente com a falta de recursos, sempre postergado. E é pior: lidam com a falta do interesse de se levar o projeto seriamente, como uma política de governo, pegar esse pião na unha e tornar este investimento como um daqueles de extrema prioridade. Quando se vê o dinheiro sobrar aos bilhões para projetos menos importantes, é preciso dar crédito às frases cunhadas da experiência de dos brasileiros ilustres: Roberto Campos (“O Brasil não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade”) e Pedro Malan (“No Brasil, até o passado é duvidoso”). Até a Bolívia, com ajuda da Rosatom, está prestes A começar a sua produção de Radioisótopos. A Rússia, o Canadá, África do Sul, Holanda. Todos são exemplos consistentes. Agora, a China estabeleceu uma meta para que sua indústria de aplicação de tecnologia nuclear gere um valor de produção econômica direta anual de US$ 55,7 bilhões, até 2026. A meta foi definida em um plano de ação – intitulado Plano de Ação Trienal para o Desenvolvimento de Alta Qualidade da Indústria de Aplicação de Tecnologia Nuclear (2024-2026) – que foi divulgado conjuntamente pela Associação Chinesa de Energia Nuclear (CNEA), a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e outros departamentos.
Em seu texto, o plano destaca que “A tecnologia nuclear, também conhecida como tecnologia de isótopos e radiação, e suas indústrias relacionadas são caracterizadas por alta tecnologia, alta eficiência e alta qualidade. O desenvolvimento da indústria de aplicação de tecnologia nuclear é uma tendência inevitável para se adaptar à nova rodada de revolução científica e tecnológica e transformação industrial, expandir o campo de aplicação da tecnologia nuclear e promover o desenvolvimento de alta qualidade da indústria nuclear. É um meio importante para apoiar a transformação e a atualização de vários campos da economia nacional e melhorar a qualidade e a eficiência.”
De acordo com o plano, a capacidade de inovação independente da China na indústria de aplicação de tecnologia nuclear será significativamente melhorada, e o campo da indústria será ainda mais expandido, com foco na aplicação da tecnologia nuclear em áreas ou direções importantes, como diagnóstico e tratamento médico, melhoramento agrícola, processamento de alimentos, modificação de materiais, inspeção de segurança e proteção, avançaremos em uma série de tecnologias importantes, construiremos uma série de plataformas de inovação e cultivaremos uma série de empresas especializadas e novas.
O plano pede que a capacidade de fornecimento de isótopos-chave seja significativamente aumentada, com a construção de novos reatores e a “otimização e transformação” de reatores em serviço. Ele diz que a China deve “ter a capacidade de fornecer independentemente mais de três tipos de isótopos radioativos, desenvolver mais de cinco tipos de tecnologias de produção de isótopos radioativos e basicamente reverter a situação em que o fornecimento de produtos de isótopos-chave é controlado por outros”.
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