FIRJAN DIZ QUE O FIM DA ESCALA 6X1 PODE CUSTAR R$ 115,9 BILHÕES AO ANO PARA A INDÚSTRIA
A discussão sobre a redução da jornada de trabalho no Brasil simplesmente tomou conta das redes sociais e do debate político nos últimos dias no país. A proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da diminuição da jornada máxima de trabalho de 44 para 36 horas semanais já conseguiu o número necessário de assinaturas para ser protocolada na Câmara dos Deputados. O tema é polêmico, complexo e divide opiniões. Hoje, vamos ouvir o lado do setor produtivo, na figura da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Para a entidade, a medida pode custar R$ 115,9 bilhões ao ano para a indústria, leva em conta os trabalhadores que precisarão ser contratados para manter a produtividade atual das empresas.
O estudo, que leva em consideração a carga horária média e os custos com salários e encargos trabalhistas, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que os gastos totais com pessoal podem crescer até 15,1% nos próximos anos. Em setores como a Extração de Petróleo e Gás Natural, o aumento pode ser ainda mais expressivo, chegando a 19,3%. A Firjan destaca que, além do aumento nos custos, o setor também enfrenta o desafio da escassez de mão de obra qualificada. A federação cita pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que aponta que a falta ou o alto custo do trabalhador especializado está entre os três principais obstáculos ao crescimento sustentável da indústria.
“Para discutirmos a redução da carga horária de trabalho, precisamos antes de melhorias no ambiente de negócios para o aumento da produtividade na economia brasileira. No cenário atual, a redução da jornada é um risco ao crescimento do nosso país“, reforça Antonio Carlos Vilela, vice-presidente da Firjan CIRJ.
A entidade considera que o momento atual não permite uma discussão sobre a redução da jornada de trabalho pela via da reforma da Constituição. A federação ressalta a necessidade de aperfeiçoamento e ampliação do uso dos instrumentos já existentes, como a adequação setorial das jornadas de cada categoria profissional, por meio das convenções coletivas de trabalho. “Discutir a redução da carga horária sem criar as bases necessárias para o aumento da produtividade da economia brasileira não vai garantir o bem-estar que a população precisa e ainda resultará em um custo de bilhões de reais para o setor produtivo, perda de competitividade e, potencialmente, aumento da informalidade”, disse a Firjan.
Deixe seu comentário