PPSA PODERÁ ARRECADAR MAIS DE R$ 500 BILHÕES COM VENDA DE PETRÓLEO E PREVÊ COMERCIALIZAR 78 MILHÕES DE BARRIS EM 2025
A grande agenda desta quinta-feira (5) no setor de óleo e gás foi o Fórum Técnico do Pré-Sal, organizado pela estatal PPSA, no Rio de Janeiro. Durante o evento, a empresa disse que poderá arrecadar mais de R$ 500 bilhões com a comercialização das parcelas de petróleo e gás da União em 19 contratos de partilha e nos acordos de individualização da produção de Mero, Atapu e Tupi nos próximos dez anos. A estimativa otimista, daquelas que só quem viver verá, faz parte do estudo “Estimativa de produção dos contratos de partilha e de arrecadação para os cofres públicos no período 2025-2034”, elaborado pela PPSA e apresentado pela presidente interina, Tabita Loureiro. Segundo ela, considerando ainda os valores a serem pagos com royalties e tributos, a arrecadação total para os cofres públicos com estes contratos pode superar R$ 1 trilhão. Aliás, é incompreensível como ela é ainda interina. Seu trabalho é especial à frente da PPSA e nada justifica essa interinidade. Trata-se de uma profissional respeitada dentro de todo segmento.
O estudo elaborado pela PPSA apresenta três cenários para os resultados da União nos próximos dez anos: Pessimista, Mais Provável e Otimista, com variação no preço do petróleo e do gás, na taxa de câmbio e entrada em produção de plataformas, entre outras variáveis. A estimativa de R$ 500 bilhões é baseada no cenário Mais Provável, de US$ 70 o barril e taxa de câmbio de R$ 5,43, considerado um cenário conservador. Segundo Tabita, independente do panorama escolhido, todos apontam para aumento da produção, como explica: “A produção de óleo da União acaba de alcançar a marca de cem mil barris por dia (bpd) em outubro, o que nos coloca, pela primeira vez, como quinto maior produtor nacional. Neste estudo, se considerarmos o cenário Mais Provável, a produção da União alcança o pico em 2030, com 543 mil bpd. No cenário Otimista chega a 583 mil bpd. Isso mudará totalmente os volumes de comercialização do petróleo da União”, declarou.
Tabita ressaltou, entretanto, que embora as projeções sejam animadoras, os números apresentados no ano passado para o período 2024-2033 estimavam um incremento ainda maior. “No estudo anterior, o pico de produção da União seria alcançado um ano antes, em 2029, com 564 mil barris por dia. A postergação e o volume menor são explicados pelo atraso no início de produção de plataformas de alguns campos, pelo adiamento de perfuração de poços programados e pelo aumento de custos de alguns projetos, que impactam na recuperação de custo em óleo. O mercado tem sofrido com reajustes contratuais na construção e montagem dos FPSOs, elevação das taxas diárias das sondas e aumento geral de custos de investimento nos contratos de subsea“, disse ela. Considerando o cenário Mais Provável, estima-se que de 2025 até 2034, os contratos de partilha terão uma produção acumulada de 6,6 bilhões de barris de petróleo. Desse total, a parcela acumulada da União será de 1,4 bilhão de barris.
Assim como no óleo, foram traçados três cenários para a produção de gás natural da União disponível para exportação nos contratos de partilha e nos acordos de individualização. Mesmo considerando as estimativas do cenário Pessimista, a produção deverá aumentar dos atuais 255 mil m³/dia para 3,3 milhões de m³/dia em 2031. No cenário Otimista, alcança 3,5 milhões de m³/dia em 2031, mantendo-se acima da faixa de três milhões por cinco anos consecutivos. Vale mencionar que essas estimativas não consideram o fator de rendimento das UPGNs, o que significa que parcela desse gás será transformada em GLP e líquidos. Considerando o cenário Mais Provável, estima-se que de 2025 até 2034, os contratos terão uma produção acumulada de 48,5 bilhões de m³ de gás natural . Desse total, a parcela acumulada da União será de 7,7 bilhões de m³. Além dos valores arrecadados para a União, os investimentos também são expressivos: US$ 53 bilhões entre 2025 e 2029, destinados aos contratos de partilha comerciais.
PRÓXIMO LEILÃO DE ÓLEO DA UNIÃO E PRIMEIRO CERTAME DE GÁS EM 2025
Outro destaque do evento de hoje foi a previsão para o próximo leilão de óleo da União, previsto para 25 junho do ano que vem na B3, em São Paulo. A PPSA estima comercializar 78 milhões de barris no certame, de acordo com o Superintendente de Comercialização da PPSA, Guilherme França. O 5º Leilão de Petróleo da União comercializará a produção da União dos campos de Mero, Búzios, Sépia, Itapu e Norte de Carcará. O edital do certame deve ser apresentado ao mercado em março de 2025.
O maior volume de cargas virá do Campo Mero: 51,5 milhões de barris a serem comercializados em 12 meses. O segundo maior lote é o de Norte de Carcará. O campo tem início de produção agendado para 2025 e o leilão comercializará 12 milhões de barris da União em 18 meses. Os lotes Itapu (6,5 milhões) e de Sépia (4,5 milhões) também serão de 18 meses e de Búzios (3,5 milhões), de 12 meses. Os volumes são estimativas atuais da parcela de petróleo da União em 2025 e 2026 nestes campos, e poderão ser revistos até a publicação do edital para uma projeção mais refinada
França também anunciou que o Leilão 1º do Gás Natural da União está previsto para acontecer no quarto trimestre de 2025. “Estamos neste momento analisando a contratação do Sistema Integrado de Escoamento (SIE) e do Sistema Integrado de Processamento (SIP), necessários para a realização do leilão. São contratos complexos e estamos avaliando inclusive, a possibilidade de assinar o contrato e fazer uma cessão de direitos no processamento. O que for mais atrativo para a União”, explicou.
Segundo ele, a estimativa é de que a União disponha de até 1,3 milhão de metros cúbicos de gás natural para ofertar ao mercado até 2027. Estas estimativas não consideram o fator de rendimento das UPGNs, o que significa que parcela desse gás será transformada em GLP e líquidos. A produção é relativa aos contratos de partilha de Búzios, Sapinhoá, Sépia e Atapu, além da participação da União com área não contratada nos acordos de individualização da produção de Tupi e Atapu.
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