AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA DESTACA QUE A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL JÁ TRAZ IMPACTOS NA DEMANDA POR ELETRICIDADE

A Conferência Global da Agência Internacional de Energia, realizada nesta semana, teve como tema central “A Energia e a Inteligência Artificial”  em um fórum técnico para especialistas internacionais. O evento reuniu cerca de 300 participantes à sede da Agência, em Paris, para discutir como atender de forma segura e sustentável às necessidades de energia da IA, além de saber  como a tecnologia poderia ser usada para otimizar sistemas de energia e acelerar o ritmo da inovação energética. “Não há IA sem energia especificamente eletricidade,” disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.  “Dado o ritmo de adoção da IA, agora é o momento para os formuladores de políticas e a indústria colaborarem em uma visão para atender a essa fonte de rápido crescimento de demanda por eletricidade de forma segura e sustentável.    Ao mesmo tempo, a IA está pronta para ser uma tecnologia transformadora para o setor de energia, com o potencial de acelerar a inovação, melhorar a eficiência e a segurança e acelerar as transições energéticas. Esta primeira conferência da AIE forneceu um local importante para promover o diálogo sobre esses tópicos em um momento crítico.”

A ascensão da IA está emergindo rapidamente como uma das tendências energéticas mais importantes da atualidade. Ela já está ajudando a acelerar a descoberta de  novos materiais e tecnologias de energia, e pode ser utilizada para melhorar a forma como a energia é produzida, consumida e distribuída. Ao mesmo tempo, a expansão da IA e da economia digital requer enormes data centers, que podem consumir tanta eletricidade quanto 100.000 domicílios. Embora os data centers atualmente sejam responsáveis por apenas 1% do uso de eletricidade globalmente, já existem desafios significativos para a rede em áreas onde eles estão concentrados, e a demanda deve continuar crescendo. Por exemplo, na Irlanda, os data centers já são responsáveis por 20% da demanda de eletricidade, enquanto no estado americano da Virgínia, a participação é de mais de 25%.

A conferência da AIE contou com a presença de ministros e altos funcionários do governo de cerca de 25 países, como Brasil, Canadá, França, Índia, Japão, Cingapura, Reino Unido e Estados Unidos. CEOs e executivos seniores de empresas com um valor de mercado combinado de US$ 15 trilhões também estavam presentes, com representantes da Amazon Web Services, Google, Hitachi Energy, Iberdrola, Infosys, Meta, Microsoft, NVIDIA, Schneider Electric e mais compartilhando insights durante as sessões. “Entender a revolução da IA é fundamental para entender o futuro da energia”, disse  Birol. “A AIE, que há muito tempo está na vanguarda da análise dos vínculos entre digitalização e energia, está em uma posição única para garantir que as oportunidades significativas que a IA oferece sejam totalmente aproveitadas, enquanto os riscos e desafios associados são abordados. Faremos isso começando com um relatório especial sobre energia e IA que publicaremos na primavera de 2025.”

Conforme observado no Resumo do Presidente da conferência, o Canadá comunicou que trabalharia com a AIE para desenvolver uma abordagem para questões de IA e energia, que seria formalizada em 2025 sob sua Presidência do G7. A França, como anfitriã da próxima Cúpula de Ação de IA em fevereiro, sublinhou sua intenção de trabalhar com a AIE para moldar um resultado robusto no nexo energia-IA. A Coreia do Sul, que sediará a Reunião Ministerial de Energia da APEC de 2025, bem como as Reuniões Ministeriais de Energia Limpa e Inovação de Missão, expressou sua intenção de trabalhar com a AIE para avançar nas principais discussões sobre o tópico. Na próxima semana, a AIE lançará um novo chatbot baseado em IA para os usuários explorarem a edição de 2024 do principal relatório da Agência, o World Energy Outlook. Desenvolvida em cooperação com a Microsoft, a ferramenta online foi projetada para responder a perguntas sobre tendências de energia em linguagem natural e coloquial, permitindo que qualquer pessoa curiosa sobre as descobertas do relatório se aprofunde facilmente em suas análises e projeções.