WÄRTSILÄ ALCANÇOU CRESCIMENTO NO BRASIL EM 2024 E TERÁ FOCO TOTAL NO LEILÃO DE RESERVA DE CAPACIDADE PREVISTO PARA 2025
Com um misto de satisfação e expectativa, a finlandesa Wärtsilä chega ao final de 2024 celebrando os resultados alcançados no Brasil até aqui, enquanto mantém suas atenções para novas possibilidades de negócios para o ano que vem. Na edição de hoje (19) da nossa série especial Perspectivas 2025, o nosso entrevistado é o executivo Jorge Alcaide, diretor geral da Wärtsilä no Brasil e responsável pelo negócio de Energia do grupo. Ele trouxe um relato sobre como tem sido o momento da companhia no país: “Fechamos o ano com um crescimento no número de colaboradores, o que é um sinal de que os negócios estão crescendo e que a companhia está saudável financeiramente”, contou. Alcaide também argumenta que o Brasil precisa de maior estabilidade econômica para atrair investimentos e avalia que o cenário geopolítico internacional acabou gerando possibilidades de novos negócios no mercado de energia. Para 2025, o executivo explica que o foco da Wärtsilä no Brasil estará voltado para o próximo leilão de reserva de capacidade. “Estamos direcionando todos os nossos esforços para esse certame, porque trará um fôlego muito interessante para os próximos três a cinco anos”, projetou.
Como foi o ano de 2024 para sua empresa e seu segmento de atuação?
No contexto geral, o ano de 2024 foi bom em termos de crescimento para a companhia, tanto no Brasil quanto globalmente. Aqui no país, começamos o ano com bastante apreensão devido a uma série de incertezas, mas conseguimos navegar bem. Fechamos o ano com um crescimento no número de colaboradores, o que é um sinal de que os negócios estão crescendo e que a companhia está saudável financeiramente.
Superamos as previsões mais cautelosas que tínhamos no início do ano. No final, o resultado foi muito positivo, especialmente na área de serviços, onde atuamos fortemente em usinas e embarcações de apoio. Apesar disso, sempre há espaço para melhorar. O Brasil, em geral, tem uma carência em infraestrutura, seja em portos, rodovias, aeroportos ou hospitais. Essa carência gera oportunidades para negócios, empregos e renda. Por isso, o Brasil está sempre no radar da Wärtsilä.
Se fosse consultado, quais sugestões daria (ao governo ou à própria indústria) para melhorar o ambiente de negócios no seu setor?
Essa é uma pergunta mais para os economistas. Como engenheiro, vejo que tudo depende da posição econômica do país. O investidor precisa de segurança. Oportunidades para investimentos existem em todo o mundo, mas o dinheiro vai para onde há segurança e retorno.
Aqui no Brasil, é essencial termos equilíbrio econômico e estabilidade. Variações cambiais, como as recentes oscilações do dólar, deixam investidores inseguros. Projetos de infraestrutura, que exigem financiamentos de longo prazo, não podem conviver com uma volatilidade tão grande. Portanto, é fundamental termos uma estrutura econômica confiável e estável.
A seu ver, de que forma os recentes acontecimentos no cenário político internacional podem influenciar os negócios no Brasil?
O mundo vive um momento de tensões geopolíticas, como a guerra entre Ucrânia e Rússia. Isso trouxe mudanças inesperadas, especialmente no setor de energia. Por exemplo, a Alemanha tinha planos para eliminar o carvão, aumentar renováveis e abandonar a energia nuclear, mas esses planos foram interrompidos. Ninguém poderia prever uma guerra dessas no Velho Continente, gerando várias mudanças na matriz energética.
Esse tipo de preocupação gerou, em alguns países, novas discussões que podem ser importantes para novos negócios. Há uma grande discussão sobre a importância de térmicas flexíveis e a necessidade de geração de backup. A energia mais cara é aquela que não existe. Ter uma geração flexível, pronta para emergências, traz segurança e pode gerar novas oportunidades de negócios globalmente. Conflitos no Oriente Médio, tensões na Europa e até as eleições nos Estados Unidos geram incertezas, mas também criam possibilidades para o setor de geração de energia.
Por fim, quais são as perspectivas de sua empresa para o ano de 2025?
Para o próximo ano, estaremos extremamente focados no leilão de reserva de capacidade. Entendemos que ele é essencial para o setor elétrico. Esse leilão já foi adiado, mas acreditamos que ele será realizado em 2025. Estamos direcionando todos os nossos esforços para esse certamente, porque trará um fôlego muito interessante para os próximos três a cinco anos.
Isso é crucial para minimizar os riscos associados à falta de flexibilidade no setor elétrico. Então, o leilão de capacidade é, sem dúvidas, o nosso principal objetivo no Brasil para 2025.
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