ABIOVE CALCULA QUE PIB DA CADEIA DE SOJA E BIODIESEL NO BRASIL EM 2024 FOI DE R$ 598,4 BILHÕES, QUEDA DE 6%
Um levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), apontou uma melhora na renda real da cadeia da soja e do biodiesel no terceiro trimestre de 2024. Apesar da estimativa de uma queda de 11,48% na renda real, a retração foi atenuada pela recuperação dos preços ao longo do período. Como resultado, o PIB da cadeia de 2024 foi calculado em R$ 598,4 bilhões, superando os níveis pré-pandemia e representando 23,2% do PIB do agronegócio e 5,1% do PIB nacional no ano passado.
A recuperação dos preços foi impulsionada pela demanda aquecida, tanto no mercado interno quanto externo. No entanto, a queda do PIB da cadeia de soja e biodiesel, projetada em 6,00% para 2024, reflete a quebra da safra de soja, que levou a uma redução de 13,53% no PIB do segmento primário em comparação a 2023. Por outro lado, o bom desempenho da indústria de insumos (+3,98%) e do segmento pós-porteira (+1,07%), com destaque para o biodiesel (+23,23%), ajudou a minimizar os impactos negativos. De acordo com os pesquisadores do Cepea e da Abiove, mesmo com o PIB em queda, a cadeia de soja e biodiesel ainda atingirá o segundo maior volume de sua história.
No terceiro trimestre, a estimativa aponta uma redução de 2,64% no número de trabalhadores da cadeia, totalizando 2,23 milhões de ocupados. Apesar disso, a cadeia continuou sendo relevante no mercado de trabalho, empregando 9,41% dos trabalhadores do agronegócio e 2,17% da força de trabalho da economia brasileira. O segmento de agrosserviços teve uma queda de 5,24% na ocupação, enquanto os segmentos de insumos (+3,48%), primário (+1,67%) e a agroindústria (+18,13%) apresentaram crescimento.
As exportações da cadeia de soja e biodiesel no terceiro trimestre de 2024 somaram US$ 13,91 bilhões, registrando uma queda de 12,57% em relação ao mesmo período de 2023. O volume exportado cresceu 1,36%, enquanto os preços médios de exportação recuaram 13,74%, pressionados pela maior oferta global de soja e pelas condições climáticas favoráveis em grandes produtores como EUA e Rússia. A China manteve-se como o principal destino, absorvendo 75,21% das exportações de soja, 22,97% das exportações de óleo e 46,24% das exportações totais de biodiesel, glicerol e proteína de soja. A União Europeia e o Sudeste Asiático também se destacaram entre os destinos.
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