EPE DESTACA POTENCIAL DE HIDRELÉTRICAS REVERSÍVEIS NO BRASIL PARA REFORÇAR A SEGURANÇA DO SISTEMA ELÉTRICO NACIONAL
As chamadas usinas hidrelétricas reversíveis (UHR) começam a ganhar um pouco mais de atenção do governo e do planejamento energético brasileiro, diante das rápidas mudanças que ocorrem no Sistema Interligado Nacional (SIN). O Brasil é referência mundial em geração hidrelétrica, sendo o segundo país com maior capacidade instalada da fonte – ao todo, são 109,8 GW. Contudo, o país não dispõe de nenhuma hidrelétrica reversível, apesar do potencial adormecido em algumas regiões. Um novo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apresentado nesta semana durante um webinar, indica as oportunidades e desafios para a inserção desses projetos no Brasil. Nesse contexto, Rio de Janeiro e São Paulo demonstraram ter um excelente potencial para abrigar empreendimentos do tipo. O estudo completo está disponível neste link.
A EPE desenvolveu uma ferramenta, chamada GeoUHR, para identificar locais promissores para a implantação de usinas hidrelétricas reversíveis. Utilizada primeiramente para pré-dimensionamento de projetos em circuito semiaberto no estado do Rio de Janeiro, a GeoUHR chegou ao final da análise com 15 locais potenciais. “Os resultados mostram que o estado do Rio de Janeiro tem um potencial relevante. Ele tem características geográficas bastante favoráveis para esses projetos, como o fato de existir montanhas próximas a cursos de água, o que permite a implantação dessas usinas”, disse o consultor técnico da Superintendência de Geração de Energia da EPE Caio Leocádio (foto abaixo, à direita).
O especialista pondera que embora essa ferramenta seja importante para identificar locais potenciais, as visitas a campo são indispensáveis para validar as condições identificadas. “Só com estudos mais detalhados será possível observar restrições geológicas, conflitos de uso de solo e outras barreiras”. A ferramenta GeoUHR também foi utilizada para avaliação de locais potenciais no estado de São Paulo. Apesar desses últimos estudos não terem se tornado públicos, análises preliminares no território paulista apontam potencias até maiores que aqueles já indicados para o estado do Rio de Janeiro.
As usinas hidrelétricas reversíveis são instalações que acumulam água e a liberam em momentos de maior necessidade energética. Nessas centrais, a água é bombeada de um reservatório inferior para um superior, geralmente durante períodos de menor consumo de eletricidade, utilizando uma turbina-bomba. Para aproveitar a energia armazenada, o fluxo de água é revertido, descendo do reservatório superior para o inferior e acionando as turbinas hidráulicas ao longo do caminho, resultando na geração de eletricidade.
O secretário nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Thiago Barral (foto à esquerda), que também participou do webinar, lembrou que a matriz elétrica brasileira tem evoluído de uma maneira muito rápida, absorvendo as fontes eólica e solar. “Nossa matriz sempre se fiou muito na flexibilidade das hidrelétricas para que pudesse acomodar, com segurança e baixo custo, essas duas fontes. À medida que continuamos essa expansão das fontes variáveis renováveis, a necessidade potencial se torna mais premente. É aí que vem o desafio de como usar todo o parque hidrelétrico que temos de uma maneira mais eficiente para contribuir para a segurança e o atendimento ao setor”, declarou.
Barral anunciou que o MME realizará no dia 20 de março um evento em Brasília focado especificamente na agenda regulatória das hidrelétricas reversíveis. “No contexto de mudanças climáticas, é importar valorar a contribuição que a flexibilidade e potência que as hidrelétricas agregam ao sistema. Nas próximas décadas se tornará ainda mais valioso o papel da hidroeletricidade. É importante ter novos olhares sobre essa fonte, em especial para as usinas reversíveis”, concluiu.

Estudo da EPE mostra possíveis locais para instalação de hidrelétricas reversíveis no Rio de Janeiro
A China é o país com maior capacidade instalada tanto hídrica convencional quanto reversível, sendo que essa última corresponde a 11% da potência hídrica chinesa. O Japão é o segundo país com maior potência hídrica reversível no mundo e 55% da sua capacidade instalada hídrica é dessa fonte.
Os estudos da EPE chamam ainda a atenção para as incertezas quanto ao custo de instalação de UHR no Brasil, especialmente devido à relevância da parcela de custos de obras civis – que tendem a ser menores no país em relação aos estimados internacionalmente. A projeção mais recente, usando as referências internacionais, indica que os custos de construção variam entre US$ 1.200 por kW e US$ 1.600 por kW. Já o OPEX varia entre US$ 12 por kW ao ano e US$ 20 por kW ao ano. A EPE considera que o aumento de escala de projetos do tipo poderia ajudar a reduzir os custos.
“Para que essa solução se torne uma realidade, precisamos superar desafios regulatórios, econômicos e técnicos, mas, na minha opinião, principalmente estabelecer modelos de remuneração que viabilizem esses investimentos”, avaliou o presidente da EPE, Thiago Prado (foto principal). “É uma classe de ativos que gera empregos diretos e indiretos numa cadeia de produção sabidamente de domínio da indústria nacional. Ela é resiliente, posto que temos ativos no mundo com mais de 90 anos de operação comercial e, portanto, proporcionam um posicionamento estratégico de longo prazo”, finalizou.
Bom Dia; Pois é… Vejam, se pra batizar a simples implementação de um simples recurso de manobra operacional esse camaradas aí sequer sabem aplicar a linguistica correta do nosso vocabulário da língua mátria, imagina se essa “Tentativa” de reinventarem a roda vai dar certo? A começar que reversão nao significa reaproveitamento, desta forma como chamar de Usina Hidrelétrica Reversível (UHR) ? Francamente!!!! Ao iniciar a ler a matéria me peguei pensando, bem, “foguete já está dando ré”; será que agora ele inventaram uma Gangorra de potencial hidráulico pra fazer um vai em vem reversível do fluido? Kkkk Sim por que… Read more »