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EM MEIO A DENÚNCIAS E INSATISFAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS, ELETRONUCLEAR ANUNCIA PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA E CORTE DE R$ 500 MILHÕES

angra 1 e 2Em meio ao clima tenso dentro da Eletronuclear após vir a público uma série de denúncias contra o diretor administrativo Sidnei Bispo, a empresa anunciou nesta sexta-feira (7) novas medidas que podem trazer ainda mais apreensão entre os funcionários. A companhia emitiu um comunicado dizendo que quer “fortalecer a sua sustentabilidade financeira”. Para isso, está preparando um corte com despesas operacionais de pessoal, bem como a cobrança de custos de manutenção das vilas residenciais. Haverá ainda a adoção de um plano de demissão voluntária (PDV/PDI). Ou seja, todos os ingredientes para entornar o caldo de vez e azedar o clima entre os funcionários, que já se mostram inclusive preocupados com a segurança das usinas Angra 1 e Angra 2 diante do atual corte de gastos, conforme noticiamos mais cedo. A companhia almeja alcançar uma economia de R$ 500 milhões com seu plano de austeridade.

A Eletronuclear afirma que seus custos com Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO) nos últimos anos estavam mais de 50% acima do valor concedido em tarifa pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A empresa alega que em 2023, aproximadamente R$ 700 milhões saíram do caixa da companhia sem cobertura tarifária. A estatal disse ainda que o orçamento para 2024 apontava para gastos com PMSO de R$ 2,4 bilhões, enquanto que o PMSO da Aneel era de R$ 1,4 bilhão.

Diretor de Engenharia Sidnei Bispo - DE

Sidnei Bispo tem sido alvo de denúncias e reclamações dentro da Eletronuclear

Com medidas de racionalização já implementadas pela atual gestão da Eletronuclear, a empresa reduziu os gastos com PMSO em 2024 de R$2,4 bilhões para R$1,9 bilhão, ainda além do PMSO da Aneel de R$ 1,4 bilhão, mas invertendo a tendência. A meta é atingir o equilíbrio até o final de 2026, alinhando os custos ao PMSO regulatório da Aneel com os custos de PMSO da empresa”, detalhou a estatal.

Um dos pontos que tendem a ser mais polêmicos dentro do plano de austeridade da Eletronuclear é a cobrança de uma taxa para custear serviços de manutenção das vilas residenciais destinadas aos funcionários em Angra dos Reis. A medida, segundo a companhia, não se trata de um aluguel, mas visa cobrir despesas como limpeza, água, luz, telefone e IPTU. “Vale destacar que esse benefício não está previsto nos editais de concursos da empresa e, diante do cenário econômico da empresa, precisou ser ajustado para assegurar uma gestão mais sustentável”, justificou a companhia.

Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, disse que pretende iniciar um plano de demissão voluntária com o objetivo de reduzir o quadro de funcionários em quase 500 pessoas.

REVISÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS E REESTRUTURAÇÃO ORGANIZACIONAL

Presidente Raul Lycurgo anunciou medidas de austeridade

Presidente Raul Lycurgo anunciou medidas de austeridade

O Conselho de Administração da companhia aprovou no final de janeiro uma nova a estrutura organizacional da Eletronuclear, que entrará em vigor a partir de 1º de abril de 2025, trazendo uma economia estimada de R$ 3 milhões anuais. As mudanças incluem a redução de níveis hierárquicos para otimizar a tomada de decisão; a eliminação de sobreposição de atividades, melhorando a produtividade; e a redução de 4 superintendências e 36 gerências/assessorias.

Além disso, o novo organograma se alinha ao estágio atual do projeto de Angra 3. O planejamento anterior previa a conclusão da usina em 2028, mas com as novas estimativas a entrada em operação está projetada para 2031. Desta maneira, o novo formato permite uma melhor utilização de mão-de-obra, realocando funcionários que estavam voltados aos serviços de operação e engenharia da unidade para as duas usinas em funcionamento (Angra 1 e 2).

Essa reformulação organizacional permite um modelo mais enxuto e eficiente, alinhado às boas práticas do setor, sem comprometer a segurança e a qualidade dos serviços prestados“, disse Lycurgo.

O Conselho de Administração também deu aval para o novo plano estratégico 2025-2029, que prevê o projeto de extensão da vida útil de Angra 1, metas de eficiência operacional, além de fortalecimento da governança corporativa da empresa.

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