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OS RUMOS DO PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO SERÃO TOMADOS AMANHÃ DURANTE A REUNIÃO DO CNPE QUE DECIDIRÁ O FUTURO DE ANGRA 3

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Amanhã (18), o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) talvez tenha a sua reunião mais importante desde que foi criado por um decreto no dia 14 de janeiro de 1998, há 27 anos. Será a mais importante porque ela decidirá o futuro do Programa Nuclear Brasileiro. Uma reunião que será presidida pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, mas que deveria também ter a participação do Presidente Lula. A reunião desta terça-feira tem todos os ingredientes para enterrar as obras da Usina Nuclear Angra 3. Os urubus de plantão só realçam os custos para terminar uma obra estratégica para o país e, determinadamente, omitem a rentabilidade e o ganho que ela terá. Trata-se apenas de uma usina ocupando uma pequena área, se comparada a outras fontes de energia, que será capaz de gerar 1,4 gigawatts de energia limpa, sem emissão, suficiente para abastecer 4,5 milhões de pessoas na região Sudeste. Os opositores ao projeto forçam dizendo que, para completar a usina, seriam gastos US$ 23 bilhões, enquanto que o valor para desistir da obra seria de US$ 21 bilhões. Mas não mencionam o custo do contencioso jurídico, que virá como um maremoto caso a decisão seja realmente enterrar a usina. Quem pagará? Olha a viúva aí novamente.
Ivan Monteiro - Presidente da Eletrobrás

Ivan Monteiro – Presidente da Eletrobrás

A direção da Eletrobrás, desde que foi privatizada, quer se livrar de sua parcela acionária na Eletronuclear e do compromisso de investir na obra de Angra 3. Se o CNPE suspender as obras de conclusão da usina alegando que a Eletronuclear não teria condições financeiras para concluir Angra 3,  a Eletrobrás vai se livrar do compromisso assumido no governo Bolsonaro e ainda receber uma indenização do governo federal. Será este o grande motivo para o esforço que a empresa está fazendo de tudo para demitir funcionários-chave, mover centenas de funcionários do Rio para Angra dos Reis a qualquer custo, sem respeitar os direitos básicos do que isso representa para desagregar famílias? Para praticamente expulsar gerentes e engenheiros designados para ocuparem uma vila de casas próxima a central nuclear, colocados ali com o objetivo que  estivessem a minutos de qualquer emergência? Qual é o real objetivo de ter cortado, acredite, R$ bis400 milhões da verba de manutenção das duas usinas nucleares que estão em funcionamento, criando um risco para as operações? Ao mesmo tempo, o diretor administrativo, Sidnei Bispo (foto à esquerda), está demitindo antigos funcionários estratégicos de forma como os advogados trabalhistas adoram: o genuíno do assédio moral. Estas são as denúncias de uma realidade interna da companhia.

O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo (foto à direita), ou está comandando este desmonte ou se colocaria em oposição. O manto de sua defesa para este temporal de demissões seriam os custos que, segundo a Eletrobrás, teriam que ser diminuídos. A atuação de Lycurgo lembra um dito de um ex-presidente da Boeing quando a companhia americana fabricante de grandes aviões passava pela maior dificuldade da história da empresa: “Se você quiser desenvolver uma fábrica, entregue para um engenheiro. Se quiser destruí-la, entregue para um advogado.” A Marinha Brasileira já se posicionou sobre os prejuízos ao Programa Nuclear Brasileiro que o fim de Angra 3 poderia causar. O governo já está ciente disso. Estudantes, engenheiros e técnicos também alertam para o desestímulo que uma decisão dessa ordemlycurgo provocaria. A energia nuclear não interessa apenas a parte militar, mas também a parte do abastecimento de energia ao país, que precisa cada vez de energia para se desenvolver. E observem que vêm aí os Pequenos Reatores Modulares (SMRs), menores e muito mais baratos, que podem levar a energia aonde ela nunca chegou, principalmente em cidades do interior do Norte brasileiro e até mesmo do Nordeste. Além disso, há o desenvolvimento da medicina nuclear, que está identificando, investigando e tratando doenças graves. O Brasil precisa democratizar e acelerar este investimento para atender não só os grandes centros do Sudeste, mas também do Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste brasileiro com  mais eficiência e velocidade. O país precisa acelerar o Reator Multipropósito, um projeto que se arrasta há décadas e é a maior testemunha dos cnpediscursos cheios de promessas vazias até hoje feitos em frente a ele. Faltam determinação e ação de governo. Basta querer fazer. Investir. Buscar novas tecnologias,  como ampliar a energia nuclear para proteção dos alimentos que produzimos e lhes dar sobrevida e qualidade.

Sempre que há uma reunião do CNPE, a foto (à esquerda) é a mesma e sempre passando a impressão de que estão tomando decisões estratégicas importantes para justificar o alto Jeton que recebem. Desta vez, será importante mesmo. Por isso, vamos identificar esses responsáveis. São membros que integram o alto patamar do governo, além de pessoas convidadas representando instituições importantes.

Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva (1889 - 1976) - Patrono da Marinha, um exemplo para o Brasil que não pode ser envergonhado por homens de histórias duvidosas)

Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva (1889 – 1976) – Patrono da Marinha, um exemplo para o Brasil que não pode ser envergonhado. 

São estas pessoas que estarão decidindo o futuro do Programa Nuclear Brasileiro, que iniciou pelo talento de um brasileiro que se tornou o patrono da Marinha Brasileira e o seu grande inspirador: Almirante Álvaro Alberto, um dos maiores visionários da história nuclear brasileira. Ele jamais aceitaria que um programa tão robusto e promissor fosse desmontado por incompreensão ou descaso. A energia nuclear é parte essencial da matriz energética nacional e sua importância reflete-se na capacitação científica, na inovação tecnológica e na segurança estratégica. O momento exige responsabilidade e firmeza: cabe aos tomadores de decisão honrar o legado daqueles que construíram este setor e garantir que Angra 3 seja concluída, consolidando o Brasil como uma potência nuclear. O futuro não pode ser sacrificado no altar da negligência.

Ministra Marina Silva - Meio Ambiente

Ministra Marina Silva – Meio Ambiente

Veja a Lista dos participantes do CNPE:

  1. – Ministro de Estado de Minas e Energia, que o presidirá;
    Titular:
  2. –  Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
  3. – Ministro de Estado das Relações Exteriores;
  4. – Ministro de Estado da Economia;
  5. – Ministro de Estado da Infraestrutura;
  6. – Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;- Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
  7. – Ministro de Estado do Meio Ambiente;
  8. – Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional- Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
  9. – Presidente da Empresa de Pesquisa Energética.

Os  membros designados são:

I – Representante dos Estados e do Distrito Federal;

II — Representante dos Estados e do Distrito Federal;
III – Representante da Sociedade Civil, especialista em matéria de energia;
IV – Representante de Universidade Brasileira, especialista em matéria de energia.

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MarcosSILVASuelenMauro EstevesLoisy Recent comment authors
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Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

Como o foco do artigo é o rumo da energia nuclear no Brasil, sugere-se que independentemente da decisão, prosseguir, parar ou esperar, seja determinada a busca e desenvolvimento de novos sítios nucleares no país, para que uma nova geração de usinas no Brasil não siga adormecida eternamente pelas (in)decisões de Angra 3.

Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

A sugestão veiculada pelo artigo, que uma empresa privada estaria interferindo gravemente nos rumos da atividade nuclear no país é uma clara transgressão da Constituição que estabeleceu o monopólio estatal, com o efeito colateral de reduzir as barreiras que impedem um acidente nuclear em nossas usinas, pela perda de capacidade técnica e gerencial.

Vergonha
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Vergonha

Usina nuclear só dá prejuízo ao Brasil um bando de funcionários que não resolvendo nada , maior vergonha do Brasil, e para piora contrata uma terceira chamada núcleo, que nos pagamos o salário dele.

Loisy
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Loisy

Com toda certeza você não conhece o ramo de energia nuclear nem a realidade da usina nuclear brasileira. Se conhecesse…

Marcos
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Marcos

Infelizmente é uma vergonha.
Pessoas sem conhecimento em Usina Nuclear querer opinar em assunto tão sério.

Mauro Esteves
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Mauro Esteves

Com total certeza não conhece Loisy. Realmente comentário infeliz que causa VERGONHA.

Suelen
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Suelen

Vergonha ê saber que a obra da usina nuclear Angra 3 foi alvo de denúncias de corrupção, superfaturamento e obsolescência tecnológica em.No governo do PT em 2015, ou seja governo de corruptos voltou a atuar.

SILVA
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SILVA

Pessoas sem conhecimento envergonham a inteligência.Estude para não passar vergonha.Sugiro começar visitando uma Usina Nuclear.

Mauro Esteves
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Mauro Esteves

Concluir Angra 3, além de tudo é questão realmente de bom senso. Nada contra Lycurgo mas Nuclen, hoje Eletronuclear, sempre tiverem experts com conhecimento técnico na área nuclear. Infelizmente Silveira brigou para colocar um advogado com presidente da Eletronuclear. Nada contra mesmo…nas SIMPLESMENTE LASTIMÁVEL.
Que a presença do presidente da republica (favorável à conclusão do projeto) seja um diferencial e que tenhamos a conclusão dessa obra extremamente necessária.