CASA CIVIL PODE ESTAR POR TRÁS DE DECISÃO DE CORTAR CUSTOS NA ELETRONUCLEAR

Grande tema de preocupação entre os servidores da Eletronuclear, o programa de corte de custos atualmente em curso na companhia pode ter suas raízes em Brasília, especificamente no Ministério da Casa Civil. Segundo fontes com conhecimento do assunto ouvidas pela reportagem do Petronotícias, a ordem para reduzir as despesas da empresa partiu da pasta chefiada por Rui Costa (foto). As medidas também teriam o aval de outros ministérios do governo Lula.

O Petronotícias teve acesso a relatos sobre uma reunião conduzida pelo diretor administrativo da Eletronuclear, Sidnei Bispo, figura central em toda a polêmica envolvendo a companhia estatal nuclear nas últimas semanas. Bispo teria relatado que todas as ações de austeridade tomadas estão em conformidade com o que foi pedido pela Casa Civil e visam tornar a empresa independente do governo.

Como noticiamos, a Eletronuclear apresentou recentemente um plano de austeridade para “fortalecer a sua sustentabilidade financeira”. A companhia está preparando um corte de despesas operacionais de pessoal, bem como a cobrança de custos de manutenção das vilas residenciais. Haverá ainda a adoção de um plano de demissão voluntária (PDV/PDI).

Ainda de acordo com as fontes ouvidas pela nossa reportagem, a ideia com esses cortes é diminuir os custos com Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO) estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o atual PMSO praticado pela Eletronuclear. A empresa alega que em 2023, aproximadamente R$ 700 milhões saíram do caixa da companhia sem cobertura tarifária. A estatal disse ainda que o orçamento para 2024 apontava para gastos com PMSO de R$ 2,4 bilhões, enquanto que o PMSO da Aneel era de R$ 1,4 bilhão.

Contudo, conforme o Petronotícias vem publicando ao longo dos últimos dias, há um sentimento de insatisfação geral entre os funcionários da companhia, que tem que o plano de austeridade afete o desempenho e, principalmente, a segurança das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2.

A nossa reportagem entrou em contato com a assessoria da Casa Civil no início da noite desta terça-feira para um pedido de esclarecimentos, mas não conseguiu contato nem por telefone e nem por email. A matéria será atualizada quando o ministério enviar seu posicionamento sobre o tema.