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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA ALERTA PARA GRAVES PROBLEMAS DE LOGÍSTICAS EM PORTOS BRASILEIROS

1111A Confederação Nacional das Indústrias reúne transportadores marítimos e a ANTAQ para lançar um sinal amarelo sobre cancelamentos de rotas, atrasos nos navios, omissão de escalas e filas excessivas, que são alguns dos muitos problemas enfrentados pela indústria para escoar cargas nos portos brasileiros. Esses transtornos têm causado enormes prejuízos para o setor produtivo nacional, segundo denuncia a CNI. Nos últimos meses de 2024 e neste começo de ano, a confederação tem sido procurada por uma série de entidades representantes de setores industriais, com relatos de problemas nos portos e no transporte marítimo. Para se ter ideia do tamanho do problema, 71% dos navios de contêineres que transportaram café tiveram atrasos ou mudanças de escalas com impacto nas exportações do produto, em dezembro do ano passado. Isso corresponde a 206 de 290 porta-contêineres, segundo dados do Boletim Detention Zero (DTZ).

Porto de Suape, Ipojuca (PE) 25.11.2019 - Foto: Gilberto Sousa

Porto de Suape, Ipojuca (PE) 25.11.2019 –
Foto: Gilberto Sousa

O diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, ressalta que os portos são o principal elo da cadeia logística da indústria nacional, respondendo por 96% das mercadorias exportadas pelo Brasil em toneladas. “A movimentação de cargas em contêineres chegou a 13,9 milhões de TEUs em 2024, o dobro da registrada em 2010. Esse tipo de carga exerce um papel relevante para a economia de um país, especialmente por incluir produtos manufaturados e de maior valor agregado. É o caso das exportações de carnes refrigeradas, produtos de madeira e celulose, café e produtos químicos.”

ramonO especialista em Infraestrutura da CNI Ramon Cunha (foto à esquerda) alerta que uma parte dos problemas envolve infraestrutura portuária, mas outra parte diz respeito à fiscalização relativa a situações como omissões e cancelamentos por parte de armadores. Os relatos motivaram uma reunião da CNI com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). No encontro, a Antaq informou ter instituído grupos de trabalho para tratar com armadores e instalações portuárias. A autarquia sugeriu que a CNI liderasse um outro grupo, com reuniões periódicas, para trazer diagnóstico e pleito dos usuários do transporte marítimo para que a agência possa se inteirar das queixas e tomar providências.

 Foto: Gilberto Sousa


Foto: Gilberto Sousa

De acordo com Ramon Cunha, de forma geral, a situação para exportação de produtos em contêineres piorou muito no país desde o segundo semestre do ano passado. “A indústria exportadora tem uma previsão de que o navio vai buscar a carga, mas o transportador por algum motivo cancela, informando com tempo insuficiente para o empresário se programar. Outro problema é o atraso e omissão da escala pelo transportador, passando direto pelo porto onde está a carga, o que, além do prejuízo pelo adiamento no transporte da carga, resulta em cobranças indevidas por tempo adicional de uso do contêiner.” A CNI apresentou em reunião neste mês de fevereiro as principais reclamações e demandas dos embarcadores industriais à Antaq. A reunião técnica contou com a participação virtual do superintendente de Regulação da Agência, José Renato Fialho, e mais de 20 representantes de associações, federações das indústrias e empresas.

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