GRANDE PARTE DAS PEÇAS E EQUIPAMENTOS PARA REVITALIZAR ANGRA 1 POR MAIS 20 ANOS JÁ CHEGARAM AO BRASIL EM OPERAÇÃO INÉDITA
A Eletronuclear recebe pela primeira vez peças e equipamentos que serão usados na próxima parada de manutenção da usina Angra 1, em operação inédita, usando três Boeing fretados. Os dois primeiros pousaram com esses equipamentos que serão usados na próxima parada de manutenção da usina Angra 1. Os aviões Boeing 747, um dos maiores aviões de carga do mundo, saíram de Miami, nos Estados Unidos, movimentando um carregamento de aproximadamente 90 toneladas. O primeiro voo pousou na segunda-feira (24). Essa é uma operação que terá como destino o município de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Após a chegada em Cabo Frio, o trajeto entre a Região dos Lagos e a Costa Verde Fluminense será realizado por caminhões. O transporte dos equipamentos terá um custo de R$ 8 milhões.
A carga movimentada em aviões fretados foi devido à dimensão dos volumes e tempo hábil para utilização na parada de Angra 1, prevista para abril. Como a Westinghouse disponibilizou os equipamentos na segunda semana de fevereiro, seria inviável realizar o trajeto em transporte marítimo. Serão transportados 3.900 itens, distribuídos em 34 volumes, incluindo dez contêineres de 20 pés. O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, disse que “A parada de manutenção de Angra 1 será utilizada para cumprir algumas das condicionantes estabelecidas na renovação da licença por mais 20 anos, por isso necessitamos de uma operação maior e inédita. Foram envolvidos funcionários da área técnica e da equipe de Logística Internacional e Comércio Exterior. Além disso, mostra a grandiosidade e importância do setor nuclear, que movimenta uma cadeia de prestadores de serviço muito grande.”
Foi a primeira vez que o Aeroporto de Cabo Frio recebeu dois aviões de grande porte no mesmo dia. Para lembrar, em novembro do ano passado, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) autorizou a renovação da licença de operação de Angra 1 por mais 20 anos, até dezembro de 2044. As próximas paradas programadas serão utilizadas para cumprir, em etapas, algumas das condicionantes estabelecidas pela Cnen. Desta maneira, a usina vai passar por uma atualização em diversos aspectos estruturais, como a modernização de sistemas de instrumentação e controle, troca de equipamentos e melhorias em protocolos de segurança. A primeira usina nuclear brasileira iniciou a operação entrou em operação comercial em 1985 com um reator de água pressurizada (PWR), o mais utilizado no mundo. Com 640 megawatts de potência, o empreendimento entrega energia suficiente para suprir uma cidade de dois milhões de habitantes e abastece o sistema elétrico nacional 24 horas por dia, todos os dias.
COMBUSTÍVEL ENTREGUE
O último transporte da 29ª Recarga de Angra 1, produzida na Indústrias Nucleares do Brasil, aconteceu na terça-feira (25). Esse é o sexto carregamento dos elementos, iniciado no dia 7 deste mês. Ao todo, foram transportados, sob responsabilidade da Eletronuclear, 44 elementos combustíveis, que utilizaram aproximadamente 10.000 varetas com pastilhas de urânio enriquecido na fabricação. Os elementos combustíveis são estruturas metálicas com até cinco metros formadas por um conjunto de varetas onde são colocadas pastilhas de urânio enriquecido entre 2% a 5%. A recarga é o processo de reabastecimento de uma usina nuclear por meio da substituição de elementos combustíveis descarregados por novos. A INB já iniciou a produção dos 52 elementos combustíveis para a próxima recarga de Angra 2, que deverá ser finalizada em setembro. Na sequência, serão produzidos mais 44 elementos combustíveis para Angra 1, que serão transportados em 2026.
Boas notícias, Angra 1 poderá operar ainda por 50 anos, se bem tratada. Ela faz parte da família de usinas de maior sucesso da indústria, cerca de 80 delas, cujos desempenhos são excepcionais. Deve ser lembrado que praticamente todos os países que hoje fabricam, constroem e operam usinas copiaram das primeiras usinas da Westinghouse, a família de Angra 1. França, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Rússia e China todos usaram o projeto de Angra 1 e irmãs, como modelo. O evento é promissor, mas lamento que os aviões não estejam trazendo os módulos de usinas AP-1000 da Westinghouse, o estágio… Read more »
Na realidade a base de projeto do AP-1000 foram as usinas PWR americanas, umas 80. Seus donos se reuniram e escreveram todos os problemas que tiveram com suas usinas, em todas as áreas, construção, segurança, aquisição, engenharia, etc, e geraram um documento com usinas ideais sob seus pontos de vista. A Westinghouse pegou este conjunto de desejos, os incorporou nos projetos antigos como Angra 1, e nasceu o AP-1000. O objetivo era fazer uma usina dos sonhos. Mas o projeto foi atropelado pelo fracking, que resultou em gás com custo zero. Era impossível competir. Hoje não é mais.
De fato, o AP-1000 seria uma espécie de F-35 das usinas PWR. Sem competidor.