Naturgy
faixa - nao remover

TRANSPETRO CONTRATA NOVE NAVIOS SUEZMAX QUE SERÃO CONSTRUÍDOS ESTIMULANDO A INDÚSTRIA NAVAL DA COREIA DO SUL

54348276936_659eb16ede_c-1A indústria naval brasileira voltou a sentir um forte gosto de picanha na boca. Mesmo depois das promessas presenciais do presidente Lula em reaquecer o setor, as compras anunciadas de novos petroleiros pela Transpetro causaram grande frustração. Quando anunciadas, encheu os estaleiros brasileiros de esperança. Afinal, era uma promessa do presidente e nove navios novos, com tecnologias modernas mas conhecidas, que poderiam ser feitos no Brasil. A empolgação aumentou porque oriundo da indústria naval, ex-diretor do Sinaval, Sergio Bacci, presidente da companhia, conhece as agruras do setor. Era mais uma esperança, mas hoje (18), a Transpetro anunciou logo cedo: vai contratar nove navios aliviadores e estimular a indústria naval da Coreia do Sul, do outro lado do mundo. Todos eles serão feitos lá. Para estaleiros brasileiros, zero. Isso porque a empresa fechou os novos contratos para avançar na modernização da sua frota de aliviadores com os nove navios de posicionamento dinâmico da classe Suezmax DP2. As embarcações irão dobrar a capacidade atual de alívio das plataformas do Sistema Petrobrás de 700 mil toneladas de porte bruto (TPB) para 1,35 milhão de TPB até 2028. Atualmente, a Transpetro opera sete aliviadores de posicionamento dinâmico e dobrará a capacidade operacional com essas novas embarcações, que contarão, segundo a empresa, com inovações tecnológicas e melhor eficiência energética, adequadas ao aumento de produção de sua holding. A contratação dos novos aliviadores de posicionamento dinâmico foi realizada por meio de consulta internacional ao mercado conduzida pela TIBV, subsidiária holandesa da Transpetro, e concluída este mês.

suezmaxA Transpetro informou que o processo foi disputado por 22 competidores e o vencedor foi o grupo Tsakos. As embarcações, com 150 mil toneladas de porte bruto cada, serão construídas no estaleiro Samsung, na Coreia do Sul. O contrato tem valor de US$ 2 bilhões para os nove navios durante os próximos 15 anos e segue modelo de afretamento a casco nu. A expansão da frota de navios aliviadores de alta tecnologia irá recompor a frota da TIBV e acompanhar o crescimento da produção nacional de petróleo prevista pela Petrobras. Dois desses navios aliviadores serão entregues em 2027, e os outros sete, em 2028. A Transpetro é pioneira na solução de navios de posicionamento dinâmico para a Petrobrás desde 2010, quando iniciou afretamentos desse tipo de embarcação para alívio das plataformas.

DirTMUtilizados para alívio de plataformas que produzem petróleo em águas profundas e ultraprofundas, os nove navios de posicionamento dinâmico da classe Suezmax DP2 fazem parte de uma nova geração de navios, que garantem maior eficiência energética e menor emissão de gases que provocam o efeito estufa. A Transpetro diz que as embarcações são mais econômicas e possuem estabilidade adicional para a saída de águas ultraprofundas, garantindo maior eficiência durante a operação e fortalecendo a segurança. As novas embarcações terão itens adicionais de eficiência energética, como motores de baixa emissão de NOx (Tier III), sistema de carregamento pela proa (BLS), preparação para combustíveis alternativos, como metanol e etanol, e conexão com energia em terra (shore-power) em terminais eletrificados. Esse pacote tecnológico permitirá a redução em até 30% nas emissões de gases poluentes, atendendo as determinações da Organização Marítima Internacional (IMO) e reforçando o compromisso da Transpetro com a descarbonização de suas operações. Desta vez, nem o presidente da companhia fez o anúncio tão importante. Deixou para o diretor de Transporte Marítimo, Jones Soares (foto à esquerda):  “A Transpetro segue sua nova trajetória de ampliação da capacidade logística, investindo em tecnologia de ponta e garantindo que o Sistema Petrobrás amplie sua produção de petróleo de maneira sustentável e com menos emissões.”

Sérgio Bacci - Presidente da Transpetro

Sérgio Bacci, presidente da Transpetro

Desde 2023, a Transpetro tem ampliado investimentos para consolidar seu protagonismo como maior operador logístico multimodal da América Latina. Em fevereiro deste ano, companhia assinou o primeiro contrato do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras para aquisição de quatro navios da classe Handy, que serão construídos pelo consórcio dos estaleiros Rio Grande (RS) e Mac Laren (RJ), no Brasil. Também em 2025, no âmbito do mesmo programa, a Transpetro lançou a licitação pública internacional para a aquisição de oito navios gaseiros com capacidade de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos em dois lotes. A companhia pretende ampliar em 25% a capacidade logística de cabotagem até 2030. Nesta lista de nove em que apenas um estaleiro foi beneficiado, não houve negociação nem para aprendizado, que fosse, para os estaleiros brasileiros também se modernizasse, como a Marinha faz com os submarinos e as fragatas contratadas da França e da Alemanha. A maior parte das construções é feita no Brasil.

26
Deixe seu comentário

avatar
23 Comment threads
3 Thread replies
0 Followers
 
Most reacted comment
Hottest comment thread
23 Comment authors
Robson TiengoHelioAndréEduardoRonaldo Gonçalves Brito Recent comment authors
  Subscribe  
newest oldest most voted
Notify of
João Batista De Assis pereira
Visitante
João Batista De Assis pereira

Eis o maior incentivo a indústria nacional. A Petronoticias resumiu perfeitamente o tema:
“A indústria naval brasileira voltou a sentir um forte gosto de picanha na boca”.

Rafl
Visitante
Rafl

Nada de conteúdo local?

Ailton
Visitante
Ailton

Isso é uma vergonha ….

Jeferson Moreira
Visitante
Jeferson Moreira

Os grandes navios ficaram para a Coreia do Sul. Infelizmente assim não vão jamais reativar a construção naval no Brasil.

Ralfo Penteado
Visitante
Ralfo Penteado

Na Coreia do Sul…ri ri ri …

Ralfo Penteado
Visitante
Ralfo Penteado

Aposto que serão especializados para importar bio-diesel….

Ricardo Luiz da Silva Pereira
Visitante
Ricardo Luiz da Silva Pereira

Infelizmente nosso Presidente tirou o pão da boca do trabalhador da indústria naval Brasileira e deu aos coreanos.Num tempo onde o trabalhador naval carece tanto de um emprego.Ainda bem que já estou aposentado.Mas sinto pelos nossos companheiros, muito triste.

Leonel
Visitante
Leonel

Mas a maior culpa é da covardia do povo brasileiro, se isso fosse nós EUA, o povo ia pras ruas protestar bem muito, mas o povo brasileiro é muito COVARDE

Jorge Costi Knoll
Visitante
Jorge Costi Knoll

Quando vamos resgatar nossa indústria naval.
Nossos impostos vão para o exterior, criar empregos para os sul coreanos, quando poderia gerar empregos, impostos aqui em Reais, e contribuir para a economia nacional.
Assim, é um tiro no pé do Brasil e brasileiros, sedentos por renda, por empregos.
Nada contribui para nossa balança comercial.
Até poderia, ter firmado contrato que 65% das embarcações fossem aqui construídas nos estaleiros brasileiros, com transferência de tecnologia naval e de informática embarcada.

Robson
Visitante
Robson

A Pergunta é: Porque na Coreia? As empresas brasileiras participam de licitações na Coreia? Com o desemprego assombrando muitas famílias brasileiras, era mais uma chance de diminuir o sofrimento de várias pessoas desempregadas, deveriam ter vergonha de anunciarem um contrato desse, vamos continuar comendo carne de segunda (quando der) e sonhando com a picanha que certamente na Coreia eles vão comer.

Franklin Valente
Visitante
Franklin Valente

A pergunta é se as empresas brasileiras foram convidadas para participar das licitações. Se foram não há o que reclamar.