NA GUERRA ALFANDEGÁRIA ENTRE A CHINA E OS ESTADOS UNIDOS, A INDÚSTRIA BRASILEIRA PASSA A CORRER GRAVE RISCO
O cenário da nossa economia continua no auge de seu senso de mau humor. A dívida do governo aumentando de baciada e, com uma pitada de irresponsabilidade, criando programas assistencialistas absurdos, como usar o dinheiro público sob o pretexto de “incentivar estudantes a ficar na escola.” Um programa que começou agora há pouco, mas já raspou o muro do desvio de dinheiro em dois estados, com verbas demais e alunos de menos. A Itaipu, drenando dinheiro para ONGs internacionais; contratando-se uma empresa para organizar a COP 30 que só de remuneração por organizar vai levar mais de R$ 40 milhões. Enquanto isso, empresas estatais, como o Correios sem conseguir pagar os planos de saúde de seus funcionários e amargando mais uma greve, paga sem pestanejar um patrocínio de R$ 4 milhões para uma turnê de Gilberto Gil. Outras empresas estatais sequer conseguem pagar aos seus fornecedores, criando um círculo de dívidas e deixando empresas privadas sérias, que prestaram serviços, sem receber o que é devido. Até mesmo as forças armadas, notadamente a Marinha do Brasil, não consegue verbas para pagar também aos seus fornecedores do projeto PROSUB. O resultado disso? Recorde de empresas pedindo recuperação judicial, que deixou de ser constrangimento, e passou a ser um recurso compreensível pelo mercado.

O maior porto do mundo, em Xangai, na China, acumula contêineres com produtos que seriam para os Estados Unidos
E a tendência é piorar com as tarifas alfandegárias dos Estados Unidos. Para o Brasil, acabou sendo menor do que se esperava, na casa dos 10%. Embora o aço e o alumínio, tenham passado a ser de 25%. Mas o Brasil poderá sofrer consequências terríveis no seu parque industrial, não com esses 10%, mas com a guerra de tarifas entre China e Estados Unidos. 104% para os produtos chineses; 84% para os produtos americanos. Os Estados Unidos sempre foram os seus maiores compradores, mas este nível de taxação vai obrigar a China a colocar seus produtos em outros mercados. Dificilmente a Europa absorverá tantos produtos. Para quem sobrará? O Brasil correrá o risco de ser uma nova colônia chinesa. Com preços de seus produtos baratinhos, principalmente pela mão de obra empregada na produção, quase escrava, e sem preocupações com o meio ambiente ou leis trabalhistas. As indústrias brasileiras, com um cipoal de impostos injustos, juros nas grimpas, e cheias de obrigações trabalhistas, correrão sério risco. Na verdade, grave risco.
A Agência EY já revelou hoje (8) que o cenário atual demonstra que os executivos que atuam no Brasil consideram cada vez mais fazer parcerias que não demandem capital, como joint ventures, ou alianças estratégicas, de acordo com estudo da EY-Parthenon. Mais de quatro a cada dez CEOs (42%) que atuam no Brasil demonstram pessimismo com as condições do mercado financeiro e as possibilidades de levantar capital nos próximos 12 meses, de acordo com o estudo CEO Outlook, produzido pela EY-Parthenon. Na comparação com a última edição, de setembro do ano passado, esse número subiu 16 pontos percentuais.
Apenas 8% dos executivos entrevistados estão muito otimistas com o fluxo de capital de investimento no mercado – contra 24% em setembro de 2024. Já 24% afirmam estar um pouco pessimistas – o dobro da porcentagem registrada no levantamento anterior. Na amostra brasileira, foram entrevistados 50 CEOs entre novembro e dezembro do ano passado provenientes de indústrias como de serviços financeiros; consumo e saúde; energia; infraestrutura; e tecnologia, mídia e telecomunicações.
Leandro Berbert, sócio de Estratégia e Transações da EY Brasil, diz que “É nesse contexto de dificuldade de acesso a capital que verificamos pela primeira vez no estudo que 100% das empresas planejam alguma iniciativa inorgânica nos próximos 12 meses, com 78% citando joint ventures ou alianças estratégicas. Outras iniciativas nesse sentido têm relação com olhar para a própria empresa, como melhoria de performance e priorização do capital de giro, operando com menos estoque e com prazo mais longo para pagamento e recebimento. Há também o sale and leaseback, que tem como objetivo captar recursos a partir do próprio patrimônio.”
Ainda segundo o especialista, os CEOs precisam estar focados na melhoria operacional enquanto aguardam a melhora do cenário macroeconômico para retomar as aquisições. Apenas 38% dos respondentes pretendem fazer fusões e aquisições nos próximos 12 meses. Como principal fator para justificar uma aquisição, 52% mencionam “melhorar produto e processo de inovação”. Na sequência, 48% citam “melhorar o engajamento do colaborador e sua retenção”.
O levantamento traz que as duas principais prioridades nos próximos 12 meses dos CEOs entrevistados são reduzir custos, com 42% das respostas, e acelerar o crescimento dos principais serviços ou produtos oferecidos pela empresa, que recebeu a mesma porcentagem de preferência. Na sequência, com 40% das respostas, vem “melhorar o engajamento do cliente e sua retenção”. Em terceiro lugar, duas respostas aparecem empatadas com 38%: otimizar a operação e melhorar a produtividade, incluindo a digitização (processo de passar do formato analógico para o digital), e melhorar o engajamento do colaborador e sua retenção.
Podemos seguir o exemplo do Trump. Com 200+ milhões de consumidores e cerca de 75% do PIB sendo criado aqui, podemos nos fechar e elevarmos nossa parcela interna para 85 ou 90% do PIB. Suprimos quase no nível da sobrevivência, mas sobrevivência de um mercado de 200+ milhões é um belo mercado. Fechemos as pernas e consumamos mande in Brazil. Podemos também deixar de considerar nossa comida exportada para a China como commodity, eles precisam comer, que paguem o que pedirmos. Árabes fizeram isso com o petróleo, façamos o mesmo com nossa comida e nosso mercado. Uma doutrina Monroe tupiniquim,… Read more »