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CARTA ABERTA DE FUNCIONÁRIOS DAS USINAS NUCLEARES REPUDIA INDICAÇÃO DE SIDNEY BISPO PARA PRESIDIR A ELETRONUCLEAR

sidneiPelo jeito, os funcionários da Eletronuclear não ficaram satisfeitos apenas pelas razões atendidas como resultado da primeira greve que fizeram de mais de 20 dias. Eles querem mais. E nem a notícia da saída do atual presidente, Raul Lycurgo, trouxe alento para a turma. Ainda mais depois da informação que circula na empresa de que o atual diretor administrativo, Sidney Bispo, apelidado por eles de “Ari Toledo”, detestado por grande parte dos funcionários da companhia, está na lista para ser indicado para ocupar a presidência. Na história da companhia, não há informações de um de seus dirigentes ser tão detestado, capaz de ser tema de uma carta aberta ao governo, dizendo que ele não possui qualidade técnica e que em “Seu histórico recente, inclusive, inclui episódios de desrespeito e constrangimento a supervisores técnicos, que se manifestaram, em carta, sobre riscos operacionais e foram recebidos com ameaças veladas — postura inaceitável em qualquer ambiente democrático e técnico.” Sabe-se até que a empresa não está nada bem e que está represando pagamento de fornecedores. Até mesmo pequenos contratos não estão sendo pagos. A situação é complicada. Talvez por todas essas razões, Lycurgo não resistiu e pediu para sair.

O Petronotícias publica na íntegra a carta que os funcionários da empresa, ligados à base de Angra, onde ficam as usinas, distribuíram para ministros, parlamentares e para o presidente Lula:

“Nós, trabalhadores da ELETRONUCLEAR lotados na base Angra, dirigimo-nos respeitosamente às autoridades competentes e à sociedade para ddssdsssssssque nunca foi pedido expressar nossa profunda preocupação com os rumos que vêm sendo tomados na gestão da empresa que representa o coração do programa nuclear brasileiro.

Muitos de nós atuamos com dedicação, zelo e compromisso pela segurança energética e tecnológica do Brasil. Ao longo dessas décadas, tivemos o privilégio de aprender e crescer sob a liderança de nomes memoráveis, como o engenheiro Pedro Figueiredo — um verdadeiro símbolo de ascensão vinda do chão de fábrica —, o ex-diretor operacional João Carlos, e, mais recentemente, o diretor Ricardo, que mesmo em tempos difíceis demonstra compromisso com a integridade da empresa.

No entanto, hoje vivemos um cenário alarmante. Circulam informações de que o atual diretor de administração, Sr. Sidney Bispo, poderia vir a ocupar a presidência da ELETRONUCLEAR. Registramos, com veemência, nosso repúdio a essa possibilidade. Embora engenheiro eletrônico, o Sr. Bispo não possui o conhecimento técnico, nem a sensibilidade institucional necessária para conduzir uma empresa de tamanha complexidade e responsabilidade. Seu histórico recente, inclusive, inclui episódios de desrespeito e constrangimento a supervisores técnicos, que se manifestaram, em carta, sobre riscos operacionais e foram recebidos com ameaças veladas — postura inaceitável em qualquer ambiente democrático e técnico.

Raul Lycurgo

Raul Lycurgo

Adicionalmente, preocupa-nos a possível nomeação de figuras sem qualquer histórico de contribuição ou experiência relevante no setor nuclear, como o Sr. Osório, cujo nome tem sido ventilado para cargos de direção. Não podemos permitir que interesses políticos se sobreponham à competência técnica e à estabilidade de um setor tão sensível.

A ELETRONUCLEAR não é apenas uma empresa — é um pilar da soberania nacional, da inovação científica, da geração de energia limpa e segura. Qualquer decisão que afaste a gestão da sua base técnica, do respeito à sua história e aos seus trabalhadores, representa um ataque direto ao futuro energético do Brasil.

Apelamos, com esperança, ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à Ministra Gleisi Hoffmann, ao líder Lindbergh Farias e demais líderes comprometidos com o povo brasileiro, que intervenham antes que danos irreversíveis sejam causados. A proteção do programa nuclear brasileiro exige responsabilidade, respeito e liderança comprometida com o bem público.

Confiamos que a voz dos trabalhadores será ouvida. E, caso não seja, nos manteremos firmes em nossa resistência e mobilização, como legítimos guardiões das usinas de Angra dos Reis.

Pelo futuro da energia nuclear no Brasil. Pelo respeito à ELETRONUCLEAR. Pelos trabalhadores.”

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Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

Não pode ser diferente. O CEO da Eletronuclear, cujos ativo em serviço são duas usinas nucleares, precisa, deve ser alguém com conhecimento de operação das usinas. Quase todos os dias esta pessoa tomara decisões cujo conhecimento das usinas será um fundamento importante. Não o único, entretanto será essencial. Ele deverá se cercar de especialistas em várias áreas, mas será o foco das decisões. Decisões que causarão impacto na segurança, confiabilidade, saúde econômica, ampliação da indústria nuclear nacional, vínculos e contatos internacionais, ligação com o governo, entre outros. Se não fosse suficiente também deverá ser o líder que despertará a inspiração… Read more »

Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

Last but not least, Ricardo. O óbvio é difícil de enxergar.