BRASIL MANDA CARTA SE DIZENDO INDIGNADO, PEDE NEGOCIAÇÃO AOS ESTADOS UNIDOS POR TARIFAS, MAS NÃO DEFENDE SUPREMO
O presidente Trump já tomou conhecimento que o governo do presidente Lula enviou uma carta ao governo americano em que manifesta “indignação” com as tarifas impostos aos produtos importados do Brasil de 50% e para o aço e alumínio mais 25%. O documento foi assinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Outra carta já havia sido enviada em maio pelo governo brasileiro às autoridades americanas, após o anúncio da primeira tarifa de 10% feita pelo presidente Donald Trump. Alckmin disse que ainda aguardava resposta do documento, e que enviaria outra mensagem cobrando por um retorno. Na carta, o governo reiterou o interesse em retomar as negociações para encontrar uma solução para a barreira comercial.
A carta brasileira, no entanto, não faz qualquer menção às exigências feitas por Donald Trump em relação ao comportamento de “caças às bruxas” a que se referiu pelo posicionamento do Supremo Tribunal Federal. Ainda é uma incógnita como a alta cúpula do governo norte-americano recebeu o que pareceu uma provocação e um desafio de Alexandre de Moraes: no da seguinte a carta de Trump, o ministro voltou a cometer uma irregularidade jurídica, segundo a constituição americana, ao avançar sobre um cidadão americano, mesmo sendo brasileiro, como o jornalista Rodrigo Constantino, e uma empresa americana sem vínculo no Brasil, a plataforma Rumble, e multá-la em R$ 100 mil diariamente a partir de domingo (13). Três dias depois, o Procurador Paulo Gonet pede a condenação do ex-presidente Bolsonaro a uma sentença de 43 anos de prisão
Embora não tenha descartado totalmente buscar mais prazo, Alckmin disse que o governo é não pedir mais tempo para o início da taxação, prevista para começar em 1º de agosto, como tem sido sugerido por empresários. O governo busca uma solução definitiva e o mais rápido possível, disse Alckmin, a não ser que seja necessário mais prazo. Por enquanto a resposta americana é zero.
Leia abaixo a íntegra da carta enviada pelo governo brasileiro:
1. O Governo brasileiro manifesta sua indignação com o anúncio, feito em 9 de julho, da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1° de agosto. A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países. Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas.
2 . Desde antes do anúncio das tarifas recíprocas em 2 de abril de 2025, e de maneira contínua desde então, o Brasil tem dialogado de boa-fé com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral, apesar de o Brasil acumular com os Estados Unidos grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, a quase US$ 410 bilhões, segundo dados do governo dos Estados Unidos. Para fazer avançar essas negociações, o Brasil solicitou, em diversas ocasiões, que os EUA identificassem áreas específicas de preocupação para o governo norte-americano.

4. O Governo brasileiro ainda aguarda a resposta dos EUA à sua proposta.
5. Com base nessas considerações e à luz da urgência do tema, o Governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral.
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