COMPAGAS DEVE INICIAR OBRAS DE GASODUTO DE 52 KM NO SEGUNDO SEMESTRE DESTE ANO E COMEÇAR OPERAÇÃO EM 2026
A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) pretende iniciar no segundo semestre deste ano as obras de um novo gasoduto de 52 quilômetros entre os municípios de Araucária e Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. Com investimento estimado em R$ 108 milhões, o projeto busca ampliar o fornecimento de gás natural para um polo agroindustrial estratégico, que inclui o futuro complexo de biodiesel do Grupo Potencial. Segundo o diretor comercial da Compagas, Luiz Carlos Kuns Passos, a expectativa é concluir as obras e iniciar a operação em 2026. Além desse empreendimento, a companhia também avança com a interiorização da rede de gás no Paraná, com destaque para os projetos em Londrina e Maringá, onde estão sendo implantados cerca de 70 quilômetros de dutos para atender segmentos industriais, comerciais, residenciais e veiculares. Em paralelo, a empresa segue ampliando a infraestrutura de GNV no estado, dentro da estratégia dos Corredores Sustentáveis, e mantém diálogo com prefeituras para incentivar o uso de ônibus movidos a gás natural e biometano.
A Compagas tem um compromisso de investir R$ 505 milhões em cinco anos, entre o final de 2024 e 2029. Quais são os destaques desse plano de investimentos?
Os projetos aprovados pelo Paraná têm como maior destaque a construção de novos gasodutos de distribuição para abastecer municípios bastante relevantes no Estado, como Curitiba e Região Metropolitana, além dos Campos Gerais e no Norte do Estado. Também planejamos aumentar a oferta de gás natural e biometano para veículos pesados, o que representa um grande passo para a transição energética paranaense do Sul do País.
Uma das prioridades da Compagas é a construção de um gasoduto de 52 quilômetros entre Araucária e Lapa, na região metropolitana de Curitiba. Esse investimento, estimado em R$ 108 milhões, abre um corredor para o desenvolvimento econômico de um importante polo agroindustrial, inclusive o fornecimento de gás ao maior complexo de biodiesel do mundo a base de óleo de soja, anunciado pelo Grupo Potencial. As obras devem começar no segundo semestre e a estimativa é entregar o projeto em 2026.
Outro projeto fundamental é a construção de rede em Londrina e Maringá. São as maiores cidades do interior do Paraná e o quarto e sétimo municípios mais populosos da região Sul, respectivamente. O projeto abrange um total de 70 quilômetros de dutos para atender os segmentos industrial, residencial, comercial e veicular de Londrina. A primeira etapa das obras, ligando Cambé a Londrina, já começou, com quatro quilômetros de extensão, motivando a assinatura dos primeiros contratos com indústrias instaladas na região. Já em Maringá será construído um total de 19 quilômetros, para atendimento ao setor industrial, além de postos e usuários residenciais.
Qual a estratégia para o abastecimento desses municípios no Norte do Paraná?
As duas cidades terão uma rede local, ou seja, sem conexão com a infraestrutura já existente da Compagas. A ideia é começar a abastecer as cidades com biometano. Inicialmente, o transporte será feito com caminhões movidos a biometano, solução essa que promove a economia circular, reduz de forma expressiva a geração de CO2 e contribui de forma ativa para as metas de descarbonização de empresas e centros urbanos.
Nosso objetivo é fomentar a transição energética no Paraná e no Brasil. Um grande passo nessa direção é a conexão de usinas de biometano no Paraná, um dos estados com maior potencial de produção de gás renovável, seja de origem agrossilvipastoril, seja de aterros sanitários.
Qual a estratégia para ampliar o atendimento a veículos pesados com gás natural?
Estamos dando um passo firme para a integração dos principais corredores rodoviários do estado com o Porto de Paranaguá, o segundo maior do Brasil e um dos maiores da América Latina. Paranaguá recebe boa parte da produção de grãos proveniente do Mato Grosso do Sul e até mesmo do interior de São Paulo, que, na sua rota, passam pelo Norte do Paraná e pelos chamados Campos Gerais, até atravessar a região metropolitana de Curitiba até descer a Serra para o Litoral.
Nossa missão, então, é propiciar a operadores logísticos totais condições para substituir caminhões a diesel por outros veículos movidos a gás natural e biometano, muito mais eficientes, competitivos e com ganhos ambientais expressivos – um estudo comparativo de Avaliação do Ciclo de Vida, do poço à roda realizado pela ACV Brasil, mostra que o gás natural veicular (GNV) apresenta emissões de gases de efeito estufa 25% menores que o diesel, enquanto o biometano alcança um percentual de emissões 87% menor nessa comparação com o diesel, considerando emissões de veículos pesados com motor Euro5.
Para isso, seguimos estruturando postos no projeto Corredores Sustentáveis. Atualmente, a infraestrutura de GNV no Paraná já conta com 33 pontos estrategicamente posicionados em áreas urbanas de grande demanda e ao longo de eixos rodoviários, especialmente em Curitiba, Região Metropolitana, Paranaguá, Londrina e Ponta Grossa. Essa base atende tanto veículos leves como frotas comerciais e 11 deles estão preparados para atender especialmente os caminhões que usam o gás.
Ainda falando de frotas pesadas, a Compagas também planeja atender o mercado de veículos para transporte de passageiros?
Temos interlocução com prefeituras de Curitiba e Londrina para estudar a possibilidade de adoção de ônibus a gás natural e biometano.
É uma solução que pode gerar benefícios consideráveis para a saúde pública, uma vez que os veículos a diesel lançam grande quantidade de material particulado – gases nocivos para os aparelhos respiratórios, como óxidos de nitrogênio (NOx) e s óxidos de enxofre (SOx).
Além dos novos projetos, quais são os planos de crescimento da Compagas para ampliar a base de clientes?

Compagas realizou workshops neste mês para apresentar projeto de expansão de rede no Norte do Paraná
Teremos muito foco nos segmentos residencial e comercial. A Compagas vai dobrar de tamanho até 2029, incorporando 65 mil novos clientes, na conexão de novos empreendimentos imobiliários, a maior parte em Curitiba e em Londrina. Também estamos dialogando com condomínios já existentes para reforçar os atributos do gás canalizado na comparação com outros menos seguros e eficientes, universalizando o uso do gás natural nas cidades. Na medida que clientes potenciais percebam os benefícios, essa escolha fica fácil. Acreditamos que, muito mais do que distribuir gás, nosso negócio é ser indutores de desenvolvimento econômico e social, promovendo, ao mesmo tempo, a transição energética no Estado.
No segundo semestre de 2024, a Compagas passou a ser controlada por um acionista com reconhecida experiência em distribuição de gás canalizado, a Compass, somando-se à experiência de acionistas como a Commit e a Mitsui, que, juntas, já vinham trabalhando para desenvolver e incorporar as melhores práticas de gestão e inovação no setor. Isso tem sido fundamental para estruturar uma cultura fortemente baseada em quatro pilares: Segurança, Eficiência, Pessoas e Centralidade no cliente.
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