BRASIL AINDA NÃO CONSEGUIU NENHUM INTERLOCUTOR PARA NEGOCIAR TARIFAS E TEMPO PARA AS SANÇÕES ESTÁ DIMINUINDO

Por mostrar a tornozeleira na Câmara Federal, Alexandre de Moraes ameaça prender Jair Bolsonaro
Por mostrar a tornozeleira na Câmara Federal, Alexandre de Moraes ameaça prender Jair Bolsonaro
Daqui a nove dias começará a taxação de 50% de todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos. Progresso nas negociações? Zero. O Brasil ainda não encontrou um interlocutor. Aqui, neste caso, nem é por responsabilidade do governo brasileiro, que está buscando, pelo menos, algum contato. Nem a embaixadora conseguiu. E ainda levou um cartão amarelo: “Now, It’s too late” (agora é tarde), disse a Secretaria de Estado. Os Estados Unidos estão dando uma espécie de “gelo,” mostrando, como o brilho do cristal, que o problema não se encerra apenas nas bravatas, desafios, ofensas de Lula contra Trump ou as declarações de Lula nos encontros do BRICS, onde ele deixou claro que quer enfiar uma estaca de madeira no coração do dólar, achando que vai matá-lo. Para os americanos, a coisa é ainda mais grave do que isso: o principal problema são os ataques considerados desenfreados de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, contra o ex-presidente Bolsonaro, com ameaças de prisão, proibição de entrevistas, imposição do uso de uma tornozeleira eletrônica, passar perto de qualquer embaixada ou falar com qualquer embaixador. Para um ex-presidente, acusado zero de corrupção, mas proibido de se candidatar por uma reunião com embaixadores quando estava no exercício do cargo, é humilhante.
Este sentimento, Trump absorveu bem e alertou ao Brasil e ao Supremo. A cada dia: “Estou olhando a caça às bruxas de perto”. Moraes, possivelmente
acreditando mais no seu cargo do que no de Trump, exerceu o seu poder numa sequência de ações e escreveu em seu despacho que os Estados Unidos seriam inimigos estrangeiros. Trump determinou o seu primeiro direito. Mandou cancelar os vistos do ministro Alexandre e de quem o apoiasse. Salvaram-se apenas três: Fux, Mendonça e Castro. Mesmo com uma clara divergência de Luiz Fux, o único juiz do supremo, Moraes quer prender Bolsonaro, o que seria elevar a tensão ao máximo. O dia de hoje está prometendo esta sensação de insegurança. Alguns esquerdistas falam em “ataque a soberania”, mas os vistos é um direito notório dos Estados Unidos, do tipo, “ eu escolho quem eu quero receber na minha casa. E vocês não são bem vindos.” Simples assim.

O Presidente volta a apontar o dedo identificando aqueles que ele considera que perseguem o presidente Bolsonaro
Lula, por sua, vez, apoiando 100% das ações do supremo brasileiro, viajou para um evento em Santiago para se encontrar com os presidentes do Chile, Uruguai e Colômbia, com objetivo de falar mal das redes sociais, buscar apertar a censura contra ela, num encontro que parece um foro de São Paulo de mangas curtas. De lá, Lula disse que o Brasil só entrará numa guerra comercial com os Estados Unidos quando Trump responder a ele: “Nós não estamos em uma guerra tarifária. A guerra tarifária vai começar na hora em que eu der uma resposta ao Trump, se ele não mudar de opinião. As posições não foram adequadas. Ninguém pode ameaçar por uma decisão judicial. Quem sou eu para tomar uma decisão diante da Suprema Corte?.” Assim, o governo parece cachorro que se criou na cidade grande caído de um caminhão de mudança no meio da Floresta Amazônica.
O ministro e Vice-Presidente Geraldo Alckimin, participou de uma reunião exclusiva com mineradoras associadas ao Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) para aprofundar abordagens e avaliações sobre os impactos esperados da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, inclusive minérios, anunciada pelos EUA, com aplicação a partir de 1º de agosto. O IBRAM reúne os executivos de mais de 85% das mineradoras responsáveis por mais de 85% da produção mineral brasileira. Geraldo Alckmin disse para mais de 130 representantes de mineradoras e do IBRAM que o governo brasileiro dá preferência ao diálogo com os EUA para, pelo menos, conseguir mais prazo para a vigência das tarifas, “entre 60 e 90 dias”, para haver tempo hábil para negociar as várias questões envolvidas com a questão tarifária. Mas nem esta reivindicação ele consegue fazer. Nem as suas cartas são respondidas.
Ele disse que há produtos embarcados do Brasil para os EUA, inclusive perecíveis, e contratos sendo firmados com compradores norte-americanos e este maior prazo pode ser importante para evitar transtornos. Alckmin afirmou na reunião que considera a atual situação um “perde-perde para ambos os países”, e que espera convencer os EUA sobre esse risco à relação histórica entre as duas nações. O ex-ministro de Dilma, Raul Jungmann, falou em nome das mineradoras associadas ao demonstrar maior preocupação com a possibilidade de o governo brasileiro vir a adotar reciprocidade tarifária para produtos importados dos EUA. Uma possível sobretaxação de importação de máquinas, por exemplo, prejudicaria a competitividade das mineradoras que atuam no Brasil. Atingiria a aquisição de equipamentos de maior porte, tais como caminhões acima de 100 toneladas de capacidade de carga, escavadeiras e carregadeiras para estes caminhões, moinhos e outros equipamentos de grandes dimensões, com elevação de custos da ordem de US$ 1 bilhão por ano.
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