PEQUENOS REATORES MODULARES GANHAM ESPAÇO NO SETOR GLOBAL DE ENERGIA, COM TOTAL DE 74 PROJETOS ATIVOS EM DIFERENTES PAÍSES
A tecnologia de pequenos reatores modulares (SMRs) está ganhando força em todo o mundo, impulsionada não apenas pelo crescente interesse do setor privado, mas também pelo aumento do apoio em nível governamental ao seu potencial de contribuir para uma descarbonização profunda. Globalmente, 74 projetos de SMRs atualmente em desenvolvimento ativo. O dado faz parte do novo da terceira edição do NEA Small Modular Reactor Dashboard (disponível neste link), produzido pela Agência de Energia Nuclear (NEA).
Desse total, 30 projetos estão sendo conduzidos por 25 organizações sediadas na América do Norte; 20 projetos por 19 organizações na Europa; 10 projetos por cinco organizações em países asiáticos membros da OCDE; cinco projetos por quatro organizações na China; cinco projetos por duas organizações na Rússia; dois projetos por duas organizações na África; um projeto por uma organização na América do Sul; e um projeto no Oriente Médio.
“Os principais motores estratégicos para a implantação dos SMRs — aumento da demanda por eletricidade, especialmente por centros de dados e serviços digitais, necessidades de segurança energética e metas nacionais de descarbonização — estão se intensificando. Os SMRs já são parte central das estratégias energéticas de um número crescente de países em todas as regiões do mundo”, disse o diretor-geral da NEA, William D. Magwood IV.
O painel oferece a avaliação mais abrangente já feita sobre o avanço rumo à comercialização dos SMRs, diferenciando os projetos com progresso concreto daqueles ainda em fases iniciais de desenvolvimento. Sete projetos já estão em operação ou em construção, enquanto outros seguem em ritmo acelerado em direção ao marco de implantação como primeiros do tipo. Embora alguns SMRs ainda estejam em fase conceitual, a NEA afirma que vários deles podem ganhar tração nos próximos anos. A diversidade de modelos representa, ao mesmo tempo, desafios e oportunidades para padronizar processos, otimizar cadeias globais de suprimento e ampliar a viabilidade econômica desses reatores.
Segundo o levantamento, 51 projetos estão atualmente em processos de pré-licenciamento ou licenciamento em 15 países, e há cerca de 85 conversas ativas entre desenvolvedores de SMRs e proprietários de locais para instalação. Também houve avanços na preparação da cadeia de suprimentos e no financiamento. Desde a edição anterior, publicada em 2024, houve um aumento de 81% no número de projetos com ao menos uma fonte de financiamento confirmada ou com anúncios de aportes.
Ainda segundo a NEA, três projetos já possuem licença de operação; sete receberam licença de construção; um obteve aprovação de projeto; sete estão com pedidos de licença em análise; e 33 projetos estão em etapas de pré-licenciamento. Em 23 casos, não há informações públicas verificáveis sobre o status de licenciamento ou pré-licenciamento.
Apesar do crescimento do setor, ainda existem entraves importantes. Um dos principais gargalos é o fornecimento de combustível do tipo HALEU (urânio de baixo enriquecimento com teor mais alto), essencial para várias tecnologias em desenvolvimento. “Isso evidencia a necessidade de uma ação internacional coordenada e de mecanismos de apoio para viabilizar o fornecimento desse combustível”, afirmou Magwood. Ele acrescentou que as próximas edições do painel também devem abordar os desafios específicos da cadeia de suprimentos nuclear, além da infraestrutura industrial mais ampla, que também enfrenta limitações diante da crescente demanda.
O painel da NEA traz informações detalhadas sobre cada projeto, como conceito tecnológico, configuração, temperatura de saída, porte e tipo de combustível — incluindo requisitos de enriquecimento. As avaliações são baseadas exclusivamente em fontes públicas verificáveis e complementadas por consultas com desenvolvedores, sujeitas à verificação independente. Pela primeira vez, o painel também está disponível em formato digital e interativo, com acesso direto ao banco de dados da NEA sobre SMRs. As informações da terceira edição refletem o status dos projetos até 14 de fevereiro de 2025.
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