PARTICIPAÇÃO DA ÁSIA NAS EXPORTAÇÕES DE PETRÓLEO RUSSO SALTOU PARA 81%, COM DESTAQUE PARA CHINA E ÍNDIA
As exportações de petróleo bruto e condensado da Rússia diminuíram ligeiramente desde 2022, mas a maior mudança ocorreu no destino desses barris, de acordo com uma nova análise divulgada hoje (7) pela Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA).
Agora, é a Ásia que recebe a maior parte do insumo produzido na Rússia. Em 2020, a região foi responsável por 41% das exportações de petróleo bruto e condensado russo. Essa participação saltou para 81% em 2024, com a China e a Índia emergindo como os principais importadores.
Enquanto isso, a Europa, que recebia 51% das exportações de petróleo bruto e condensado da Rússia em 2020, reduziu essa participação para 12% em 2024. No primeiro semestre de 2025, o índice recuou mais um pouco e ficou em apenas 11%. Mais da metade dessas exportações europeias foi para a Turquia.
Essa reconfiguração no tabuleiro energético da Europa e Ásia é resultado da invasão da Ucrânia pelo exército da Rússia em 2022. Como a Europa se fechou para os produtos energéticos russos, Moscou redirecionou sua produção de óleo, gás e derivados para outros mercados. O Brasil, por exemplo, se tornou um dos principais importadores do óleo diesel russo.
De 2020 a 2024, as exportações russas atingiram uma média de 5 milhões de barris por dia. No primeiro semestre de 2025, as exportações caíram para 4,3 milhões de barris por dia— ante 4,8 milhões de barris por dia em 2024. Embora os volumes gerais permaneçam relativamente altos, a EIA observa uma reorientação significativa das rotas comerciais devido às sanções impostas após a invasão da Ucrânia .
As exportações para a China aumentaram em 500 mil barris por dia entre 2020 e 2024, com uma média de 2,2 milhões de barris por dia em 2024 e 2,0 milhões de barris por dia no primeiro semestre de 2025. As importações da Índia saltaram de apenas 50 mil barris por dia em 2020 para 1,7 milhão de barris por dia em 2024 e 1,6 milhão de barris por dia no primeiro semestre de 2025.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem (6) a imposição de uma tarifa adicional de 25% sobre produtos importados da Índia. Segundo ele, a decisão é uma retaliação pelo fato de o país asiático continuar comprando petróleo da Rússia, o que, na visão do governo americano, contribui para a manutenção da guerra na Ucrânia. A medida também é vista como um recado ao Brasil, que mantém relações comerciais com Moscou e pode ser alvo de sanções semelhantes.
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