DIRETORIA DA PETROBRÁS ANUNCIA PLANOS PARA RETORNAR AO SEGMENTO DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS DE COZINHA
A Petrobrás movimentou o mercado no fim da noite de quinta-feira (7) ao informar que seu Conselho de Administração aprovou uma atualização de posicionamento, que inclui a possibilidade de retorno ao segmento de distribuição de gás de cozinha (GLP). A estatal deixou esse mercado em 2020, com a venda da Liquigás. Nesta sexta-feira (8), a presidente Magda Chambriard afirmou que a decisão ocorre diante do aumento da atratividade do GLP, cuja margem cresceu em 188% nos últimos anos. Ela destacou, porém, que não há, no momento, nenhuma ação concreta prevista para retomar a distribuição do combustível, embora a atualização de posicionamento abra caminho para essa eventualidade.
“Somos uma empresa que nasceu integrada. A Petrobrás tem 71 anos e se tornou o que é porque era uma empresa do poço ao posto. O que nós estamos olhando com isso é a possibilidade de sinergias. O que nós fizemos ontem foi dizer o seguinte: temos aqui um produto que vai ter uma produção crescente e, se for um bom negócio para a companhia, se isso for lucrativo e tiver uma atratividade adequada, por que não exercer mais essa sinergia?”, declarou a executiva durante teleconferência com analistas. “Não temos agora nada em vista. Não há nenhum projeto de aquisição ou de distribuição de GLP na carteira da Petrobrás, mas nós garantimos que as portas estejam abertas para uma eventual possibilidade, caso o projeto seja bom, rentável e esteja em linha com o que a Petrobras demanda”, acrescentou.
Magda afirmou que a produção crescente de óleo e gás da companhia precisa ser acompanhada de uma ampliação do parque de refino – o que acaba disponibilizando mais derivados para o país. O desafio, segundo a executiva, é colocar esses produtos no mercado. “E tudo que não podemos ter, neste momento, é limitação para fazer esse esforço e esse avanço. Então, tudo que for necessário — seja uma venda para grande consumidor; seja uma venda para o consumidor final, em postos de combustíveis; seja na direção do gás — nós queremos portas abertas para optar pela melhor agregação de valor possível e a forma mais eficiente de colocar nosso produto no mercado”, explicou.
A presidente ainda questionou a postura adotada por diretorias passadas da estatal, que assumiram compromissos para a saída de determinados setores. “Quando entendemos que a Petrobrás, ao longo do tempo, se posicionou pela obrigação de sair de alguns mercados, nós dizemos: por que ter essa obrigação de sair? Por que não podemos deixar essa porta aberta para que ela seja usada da melhor maneira possível? Foi isso que foi feito“, contou. “Qual foi o negócio que em tão curto período de tempo aumentou sua atratividade em 188%? É disso que nós estamos falando. Nós não vamos, de jeito nenhum, nos autolimitar”, concluiu.
O diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, explicou que a retomada da operação em distribuição de GLP vai seguir o rito da governança, avaliação econômica e financeira, e disponibilidade de financiamento para poder fazer eventuais investimentos. “Nesse sentido, temos total segurança de que qualquer projeto só irá à frente desde que haja criação de valor para o acionista e disciplina no capital utilizado para esse fim”, pontuou.
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