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PERFURAÇÃO DE POÇOS EXPLORATÓRIOS NO BRASIL ATINGIU MENOR NÍVEL DAS ÚLTIMAS TRÊS DÉCADAS

sondaUm dado preocupante sobre o desempenho exploratório do Brasil. O país encerrou 2024 com o menor número de perfurações desde o início da série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP), iniciada há quase três décadas, em 1997. Apenas dez poços exploratórios foram perfurados no período, sendo sete em águas marítimas e três em terra. O indicador representa uma queda de mais de 54% em relação ao ano anterior, quando foram perfurados 22 poços. Além disso, em 2024 não houve levantamentos de dados sísmicos exclusivos concluídos. Os números foram divulgados pela ANP no início desta semana, na nova edição do Relatório Anual de Exploração.

O documento aponta que a correlação entre preço do petróleo e número de poços, bastante evidente entre os anos de 2010 e 2016, deixou de se confirmar nos últimos anos. Desde 2021, apesar da cotação do barril ter permanecido em patamares elevados, entre US$ 70 e US$ 100, a atividade exploratória não reagiu, indicando que o preço, isoladamente, já não é suficiente para estimular novas campanhas no país.

sondaA ANP destaca que, diante da expressiva redução das atividades exploratórias nos últimos anos, tem adotado medidas para estimular o desempenho do segmento. Em 2024, a agência deu sequência à iniciativa que resultou na resolução sobre a execução do Programa Exploratório Mínimo (PEM) fora dos limites originais da área contratada. Paralelamente, foi iniciada uma nova frente regulatória, voltada a revisar as condições do PEM, levando em conta os avanços tecnológicos na exploração de petróleo e gás, os aspectos relacionados à descarbonização da indústria e os desafios para aprimorar a performance da fase exploratória.

Em 2025, o segmento de exploração no Brasil já ensaia alguns movimentos que podem representar uma recuperação da atividade. Até o início de setembro, as operadoras que atuam no país perfuraram 12 poços, um aumento de 20% em relação ao total do ano anterior. O relatório da ANP projeta investimentos de US$ 2,33 bilhões em exploração entre 2025 e 2028 — dos quais US$ 1,55 bilhão, equivalente a 67% do total, concentrados em 2025.

sondaDesse montante previsto para 2025, 95% serão aplicados no offshore, com destaque para a perfuração de oito poços nas Bacias de Campos e Santos. Já no onshore, estão programados outros 17 poços, distribuídos nas Bacias do Parnaíba, Potiguar, Amazonas e Espírito Santo.

Entre 2016 e 2024, foram registradas 54 Declarações de Comercialidade, sendo 20 no ambiente marítimo, de cinco operadoras, e 34 em áreas terrestres, de 12 operadoras. Do total, seis foram efetivadas em 2024. No total do período, os volumes in place foram estimados em 17,7 bilhões de barris de petróleo e 357,3 bilhões de metros cúbicos de gás natural.

No offshore, a Petrobrás liderou com 11 declarações, seguida pela Karoon Brasil (4), Equinor Brasil (2), Equinor Energy (2) e PetroRio Jaguar (1). No onshore, 12 companhias responderam pelas 34 declarações. A Eneva foi a principal, com nove, seguida por Alvopetro e Petrobras, com cinco cada, além de BGM e Imetame, com três cada. Na sequência, Capixaba Energia e Phoenix Óleo & Gás registraram duas declarações cada. Aguila, Níon Energia, PetroRecôncavo, Recôncavo Energia SP e Slim Drilling completam a lista, com uma cada.

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