NOVO DIRETOR-GERAL DA ANP DIZ QUE BUSCARÁ RECOMPOR ORÇAMENTO DA AGÊNCIA

Sob nova direção. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) deu posse agora há pouco ao seu novo diretor-geral. Artur Watt assume o comando do órgão regulador com vários desafios regulatórios em mãos, ao mesmo tempo em que terá de enfrentar a situação orçamentária restrita da agência. Em seu discurso de posse, o novo diretor disse que uma de suas metas é fortalecer a atuação da ANP, bem como trabalhar para recomposição do orçamento.

“Internamente, buscaremos a recomposição orçamentária das agências, considerando que o corte na ANP chega a aproximadamente 80% em termos reais. Implementaremos melhorias contínuas na gestão interna, visando eficiência, desburocratização e incentivos ao desenvolvimento pessoal dos servidores”, disse Watt durante cerimônia no Centro Cultural FGV, no Rio de Janeiro.

Watt também declarou que é preciso enfrentar os desafios mais relevantes dos tempos atuais: a transição energética justa e a descarbonização. “Nesse contexto, a defesa e o fortalecimento da nossa produção de biocombustíveis (etanol, biodiesel, diesel verde, SAF, biometano) e a exploração de aterros sanitários para a produção de biogás, assim como a produção de hidrogênio – área em que a ANP inicia sua regulação –, são de suma importância ambiental e energética”, afirmou.

O novo diretor-geral da ANP declarou ainda que é fundamental ressaltar que a redução urgente de emissões de carbono não deve significar a volta à importação de petróleo ou a interrupção da produção de um item essencial de nossas exportações. Segundo ele, a transição energética se faz pela redução da demanda e pela oferta de alternativas, nunca pela redução forçada na oferta, que acarretaria sofrimento econômico, desperdício de oportunidades e transferência de empregos e recursos para o exterior. “Devemos explorar novas fronteiras, mantendo sempre o padrão de segurança e sustentabilidade que caracterizam o setor e nossas principais empresas, como a Petrobras e a própria ANP”, disse.

Sobre o mercado de gás natural, Watt afirmou que é imperativo aumentar a oferta e a competitividade, buscando tarifas mais baixas, renovação de contratos, modelos de contratação flexíveis e acesso à infraestrutura para promover a concorrência.

A ANP também deu posse hoje a Pietro Mendes (foto acima, à direita), que assumirá a diretoria 4 do órgão. Em seu discurso, ele abordou diversos pontos cruciais para o setor de energia, destacando a segurança energética como um pilar tão importante quanto a transição energética. Ele enfatizou a necessidade da continuidade dos leilões e das ofertas diárias, além da melhora no processo de licenciamento ambiental, que foi identificado como um gargalo.

Mendes ressaltou a atividade relevante na parte de acesso à infraestrutura essencial, como o escoamento de gás e óleo, e a importância de se debruçar sobre essa questão, sempre respeitando os direitos de preferência dos proprietários. A defesa da concorrência foi também um ponto levantado, com a necessidade de avançar nessa pauta. No âmbito do mercado de gás, Mendes indicou um cenário extenso e desafiador, envolvendo cálculos de tarifas de transporte e bases regulatórios de ativos. Ele mencionou a necessidade de equacionar a questão da tarifa de transporte.