FRANÇA VAI INVESTIR US$ 67,4 BILHÕES PARA CONSTRUIR E MODERNIZAR SUAS CENTRAIS NUCLEARES E APOSTA NA CADEIA DE FORNECIMENTO
Depois da decisão francesa em 2022 de ampliar o número de usinas nucleares e estender a vida útil de outras tantas, a estatal EDF passou a fazer seu trabalho de casa sobre a estruturação para fornecimentos dos equipamentos necessários para ampliar a sua frota. E como disse agora o CEO da EDF, Bernard Fontana, aos delegados no Simpósio Nuclear Mundial 50, “reformar as usinas existentes no país exige uma parceria forte, coordenada e de longo prazo” O presidente francês Emmanuel Macron anunciou que era o momento certo para um renascimento nuclear na França, disse que a operação de todos os reatores existentes deveria ser estendida sem comprometer a segurança e revelando um programa proposto para seis novos reatores EPR2, com a opção de mais oito reatores EPR2. Os três primeiros pares de reatores EPR2 deverão ser construídos, em ordem, nas instalações de Penly(esquerda), Gravelines(direita) e Bugey. A construção está prevista para começar em 2027.
O custo foi inicialmente estimado em US$ 53 bilhões, mas foi revisado para 67,4 bilhões de euros em 2023. A EDF deverá tomar uma decisão final de investimento sobre o projeto no próximo ano. Bernard Fontana disse que “Todos sabemos que atrasos inflacionam diretamente os custos e, na verdade, o custo financeiro por si só não representa uma parte muito significativa do custo do programa nuclear. É por isso que reduzir o prazo de entrega, o tempo entre a concepção e a entrega, é uma das minhas maiores, maiores, maiores prioridades.”
A estatal francesa quer minimizar atrasos desnecessários, muitas vezes causados por aprovações excessivamente complexas ou gargalos burocráticos implementados nos processos em todos os lugares. Agilizar as aprovações, garantir a consistência geral na supervisão e garantir uma execução mais tranquila do projeto são essenciais para o sucesso e para tornar a energia nuclear mais competitiva. “Ao reduzir o tempo de ciclo, podemos realizar a transição energética no ritmo e na escala que nossos países exigem.” Fontana afirmou que, para a EDF, o desafio é maximizar os padrões de controle de qualidade, “preservando a agilidade necessária para executar os principais programas“. Para isso, a EDF está reformulando tanto seu relacionamento com os fornecedores quanto sua organização interna.
“Com os fornecedores, estamos caminhando para modelos de parceria industrial, compartilhando um foco comum em segurança, qualidade e pontualidade. Internamente, estamos fortalecendo a governança de projetos, a padronização e investindo em ferramentas digitais para permitir a produção em série, de modo que cada projeto se baseie sistematicamente na experiência do anterior.” Segurança, qualidade e eficiente e prazo de entrega são os três pilares da transformação operacional da EDF.
Vakis Ramany, vice-presidente sênior de Desenvolvimento Nuclear Internacional da EDF, disse que a empresa estava se preparando para passar de projetos pontuais para um novo programa de construção. “Do nosso lado, no nível da indústria, precisamos organizar as coisas de forma que possamos fornecer aos fornecedores, especialmente quando somos integradores como a EDF, todos os elementos que os ajudem a planejar e definir sua abordagem de um projeto para outro. É isso que melhorará o prazo de entrega e a eficiência. Acredito que chegou o momento em que passamos para a abordagem de frota e em que, efetivamente, a avaliação e a abordagem de risco precisam ser muito mais compartilhadas e aceitas também pela cadeia de suprimentos.”
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