MESMO DEPOIS DO TARIFAÇO DIMINUINDO AS EXPORTAÇÕES DO AÇO, SIDERÚRGICAS AUMENTARÃO OS PREÇOS NO BRASIL EM ATÉ 8,5%
Muitas vezes o mercado brasileiro é incompreensível. Nem sempre obedece as próprias leis que o regem. Preços variando entre oferta e procura? Esquece. O segmento do aço, por exemplo, é um rebelde que não tem previsibilidade alguma. Na época da pandemia então… Ele sofreu uma forte paralisação na produção, altos-fornos foram desligados, a construção civil e os bens duráveis foram estancados mas, mesmo assim, os preços dispararam. Depois de um lobby forte contra as importações que invadiram o mercado brasileiro feito pelas siderúrgicas, as empresas brasileiras que sobreviveram como heroínas, faziam “vaquinha” para comprar dos chineses em larga escala, conseguindo um preço menor.
Os preços atingiram picos históricos no Brasil naquela época. Aumentos a cada mês e a culpa foi para as costas do dólar. Agora, com as tarifas de 50% + 25% para se vender aos Estados
Unidos, a lógica dos economistas indicava que, mais aço no mercado brasileiro, queda nos preços nas siderúrgicas e nas prateleiras dos produtos produzidos com o aço. Isto seria o previsível, diziam eles. No mundo real do mercado Tupiniquim, não. E aqui, cabe bem a lembrança da frase de pessoa que ficou no imaginário do Brasil, tão forte quanto a “Lei do Gérson”: “perdeu, mané.” As siderúrgicas (todas) já estão anunciando para o dia 1º de outubro, popularmente conhecida como a próxima quarta-feira, aumentos de, pelo menos, 8,5%. Todas sentiram a mesma necessidade. Vai variar um pouco aqui e ali, mas que o aumento virá, podem ter certeza. As empresas do mercado já foram ou estão sendo avisadas.
O Petronotícias procurou a todas as siderúrgicas, mas recebeu uma resposta igual de todas: “A empresa não comenta a política de preços.” Do Instituto do Aço, que congrega e eventualmente fala em nome das empresas, recebemos a mensagem de que “O instituto não comenta preços, por questão legal. Trata-se de uma estratégia específica de cada empresa.” Portanto, as empresas só restam mesmo voltar a importar, se encontrarem melhores condições. Por aqui, pelo jeito, não haverá diálogo para negociações. Se quiserem, é desse jeito. Se não quiserem, é do mesmo jeito. E passem a mão no toco.
As razões para se aumentar o aço acontecem principalmente nos seguintes cenários:
- Quando a instabilidade econômica e a desvalorização do dólar no Brasil criam um ambiente favorável para o aumento do preço do aço;
- O aumento internacional nos preços do minério de ferro e do carvão, que são matérias-primas essenciais para a produção de aço, pressiona a cotação do produto;

- A aceleração do setor industrial, que precisa de matéria-prima metalúrgica em maior volume, contribui para a demanda e, consequentemente, para a alta dos preços.
- Quando os preços internacionais são mais atrativos e o mercado externo necessita do aço ndo Brasil, com o dólar forte.
- O preço do aço afeta diretamente o custo total das obras e das produções de produtos que precisam do aço, impactando o planejamento e a execução de projetos no setor, com orçamentos mais altos e risco de atrasos.

publicada em 26 de setembro de 2025 às 12:00 




