GEORADAR CONCLUI MEGA LEVANTAMENTO DE DADOS PARA EXPLORAÇÃO NA REGIÃO NORTE
Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) –
Este ano, a Georadar concluiu a primeira campanha de aquisição sísmica terrestre não exclusiva do Brasil. A pedido da Petrobrás, o mapeamento das camadas do subsolo com vistas à exploração de petróleo aconteceu no Estado do Amazonas, nos municípios de Itacoatiara, Silves, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Nhamundá e Urucará. O mega projeto durou 21 meses, mobilizou mais de quatro mil trabalhadores – sendo 2.095 diretos – e exigiu um investimento de R$ 200 milhões. Na entrevista abaixo, o geólogo Ricardo Savini, diretor de operações sísmicas no grupo Georadar há um ano, comenta quais os maiores desafios do levantamento de dados sísmicos, entre outros assuntos. Vindo da Petrobrás, onde atuou durante 26 anos, Savini já foi gerente de reservatório, serviços técnicos, planejamento e desenvolvimento de negócios. Além do Brasil, o executivo atuou na Venezuela e na Argentina, por meio da Petrobrás Energia, braço da estatal naquele país. Para ele, boa parte do potencial do Brasil ainda precisa ser explorado.
Fale um pouco sobre a atuação e a composição do Grupo Georadar.
Georadar é um grupo de serviços para cadeia de petróleo e gás e mineração. As linhas principais são basicamente aquisição sísmica terrestre e marítima, estudos ambientais, apoio logístico marítimo. Cada uma dessas áreas é atendida por uma empresa específica, como a Georadar Sístima Terrestre, a Georadar Ambiental e Infraestrutura, Geonavegação, Geochemical etc.
Qual é a sua função dentro do grupo Georadar?
O que minha diretoria faz é o levantamento sísmico. Em 2012, a atuação foi concentrada basicamente no norte do Brasil: Acre, Amazonas, Maranhão e Pará. Nossos principais clientes nos últimos dois anos foram Petrobrás, ANP, OGX e BP. Há três modalidades de contratação desse serviço: uma é de sísmica proprietária (a empresa nos contrata e os dados ficam sob posse dela); outra é a sísmica de fomento, específica da ANP, em que somos contratados pela agência e ela mesma disponibiliza para o mercado, visando despertar interesse para a região. O projeto Acre, que acabou de terminar, é um exemplo. Naquele estado não há bloco, por isso encomendaram o levantamento. A terceira modalidade de contratação é aquela em que a Georadar faz a aquisição sísmica, e a propriedade do levantamento é da própria empresa de sísmica, ou seja, nossa. Por exemplo, no Maranhão fizemos uma sísmica especulativa no bloco de concessão da BP. Fizemos a sísmica e a BP comprou.
Quais são todos os objetivos de um levantamento sísmico?
A aquisição sísmica é um método para obter a visualização do solo. A gente promove ondas sísmicas (pequenos sismos) usando explosivos mesmo. As ondas se propagam pelo subsolo, encontram as camadas e refletem parte da geografia [para registro].
É possível visualizar as camadas geológicas na superfície?
São dois tipos de aquisição: 2D e 3D. O primeiro é como uma fotografia, em duas dimensões, em linha reta. Mas há outra mais densa, em que você faz uma malha e gera um volume em três dimensões. É como ver um bolo por dentro. Em 2D, faz-se reconhecimento de área. Já a aquisição em 3D é usada quando há uma certeza maior de que existe um recurso viável, porque é mais cara.
Por que o levantamento ocorrido no Amazonas merece destaque?
Foi a primeira a sísmica especulativa terrestre (onshore) do Brasil. Depois, [merece destaque] pela dimensão. Foram 1.700 km de sísmica 2D (linear) e quase mil quilômetros quadrados de sísmica 3D, em três programas de 2D e três programas em 3D, em torno de Itacoatiara. Para fazer esse projeto tivemos uma contratação de 2 mil pessoas.
Houve também a contratação de alguns helicópteros?
Trabalhamos no projeto com cinco helicópteros operando. Outra coisa relevante para o histórico da sísmica é que não foi a Petrobrás que operou os helicópteros. A gente contratou duas empresas de transporte aéreo e nós mesmos operamos. Isso porque, para mobilizar centenas, milhares de pessoas, a gente usa diversos modais, inclusive aéreo, com helicóptero. A gente já atuava no modal terrestre e fluvial. Agora a gente já tem essa autonomia – antes tínhamos que comunicar a Petrobrás a cada voo.
O que significa dizer que o levantamento foi a primeira campanha sísmica terrestre não exclusiva do Brasil?
Foi um dos maiores projeto sísmicos no Brasil. O cliente que nos contratou foi a Petrobrás. Não exclusiva quer dizer que a Petrobrás recebeu a informação, mas outra empresa também pode comprar os dados do levantamento.
Como se deu a contratação de mão de obra?
Um ponto importante: a Georadar tem privilegiado a contratação local. A gente tem contratado cerca de 80% dos trabalhadores localmente. Os demais 20% é gente mais especializada que nos acompanha nos projetos. Acho bem bacana a atitude de contratar localmente. Foi assim em relação ao Acre, à Itacoatira (AM). E agora na região de Santarém, e também na região de Almeirim, cidade perto de Santarém. A gente talvez gaste um pouco mais, devido ao treinamento, mas os resultados são bem positivos.
Atualmente vocês atuam em quais outros estados, além do Amazonas?
Na realidade, já estamos desmobilizando os projetos do Amazonas, do Acre e também do Maranhão. Terminamos os projetos, e agora é preciso entregar os imóveis. Agora estamos mobilizando o projeto no Pará, para a ANP, que é o levantamento sísmico 2D na região de Santarém (sísmica de fomento).
Qual foi o maior desafio do projeto?
Um dos maiores desafios dessa campanha foi a logística dentro da floresta. Fazer o transporte de trabalhadores todos os dias, quase todos em regiões de floresta, pelos três modais que mencionei. São centenas de pessoas no campo todos os dias. Por isso a gente desenvolveu uma experiência muito forte nessa questão de logística.
Além da logística, qual outro desafio do projeto?
Outro desafio é reduzir o ruído ambiental, que atrapalha na aquisição dos dados. A chuva em cima dos geofones, por exemplo, interfere bastante; mas há também vários outros tipos de ruídos. Então, visando à qualidade, a gente precisou fugir dos ruídos. Por isso, nesse projeto específico, as detonações eram quase sempre noturnas, para a parte de sismografia. Era um desafio fazer isso numa floresta, e à noite.
Como o senhor analisa o potencial exploratório do Brasil?
Como geólogo, vejo o Brasil com um potencial exploratório muito grande, por exemplo no offshore, na Bacia de Santos e na Bacia de Campos. Além disso, nós temos ainda a Margem Equatorial pouco explorada, a qual será abordada na 11ª rodada. Nas bacias terrestres ainda há muito que estudar, como a Bacia do Amazonas, Solimões, Acre… Além disso, temos a Bacia do Parnaíba como o maior potencial de gás natural. A Bacia do Paraná também foi pouco estudada.
Como estão as obras do Centro de Pesquisas no Fundão?
Esta não é a minha área, mas vou falar em linhas gerais. Nós vencemos a licitação no Parque do Fundão, e agora temos a área e o projeto para a construção do edifício. Pretendemos, ao longo de 2013 e até o fim 2014, levantar esse centro de pesquisas, específico para a parte de tecnologia e processamento de dados. Entre outras coisas, servirá ao levantamento sísmico de qualquer bacia.
Ja trabalhei na geo mais estou desipregado! sou um otino fursonario.
gostaria de volta a trabalhar na georadar,fui vigia durante 17 meses na base de pedreira,santo antonio dos lopes,presidente dutra,joselãdia,vitorino freire e bacabal-ma. Mim de mais uma chance por favor.
Trabalhei durante 1ano e 3 meses na Georadar fui um excelente funcionário,tive o prazer de iniciar e terminar o projeto aqui em Urucara.E Quero muito voltar a trabalhar nessa empresa.
comecei como auxiliar de campo e logo passei a detonador.
Por favor assim que começarem a receber curriculos avisem.
obrigado!
AINDA NÃO TIVE O PRAZER DE TRABALHAR NA GEORADAR, ESPERANDO O INICIO DAS NOVAS OPORTUNIDADE, MAIS NÃO DESISTIREI .