INVESTIMENTOS EM ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO OFFSHORE CRESCEM, MAS EXCESSO DE OFERTA E PREÇOS DO BARRIL ACENDEM ALERTA
O ano de 2025 tem sido turbulento para o mercado global de petróleo. Segundo uma nova análise da Westwood Energy, o consumo ficou abaixo das expectativas, levando a sucessivas revisões negativas nas projeções de demanda. Apesar dos desafios, o cenário de investimento em engenharia, suprimento, construção e instalação offshore (EPCI) segue positivo. Após uma leve queda em 2025, os investimentos offshore em óleo e gás devem atingir média anual de US$ 57 bilhões entre 2026 e 2029. A energia eólica offshore continuará liderando os gastos do segmento, mas a combinação de preços mais baixos do petróleo e custos inflados na cadeia de suprimentos está pressionando margens e forçando maior controle de despesas.
O fim dos cortes voluntários de produção da OPEP+ adicionou cerca de 3 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia à oferta global. Combinada a uma demanda sazonalmente fraca e ao aumento da produção nas Américas, essa expansão pode levar o mercado a um cenário de excesso de oferta nos próximos 12 meses. As grandes petroleiras europeias estão ajustando suas estratégias: embora a descarbonização siga como eixo central, há um foco renovado em investimentos disciplinados em óleo e gás e em eficiência de custos.
Segundo a Westwood Energy, as frotas offshore envelhecidas representam outro desafio: as tarifas diárias menores dificultam a substituição de sondas e embarcações, podendo comprometer a eficiência dos projetos e a gestão de emissões.
No setor de exploração, a incerteza global e o futuro incerto da demanda por hidrocarbonetos têm levado os grandes exploradores a manter níveis de atividade para preservar opções futuras. Ainda assim, o volume de recursos descobertos segue em queda, e o número de empresas envolvidas em exploração de alto impacto caiu pela metade. As companhias nacionais de petróleo (NOCs) e as supermajors dominam o cenário: em 2024, as NOCs responderam por 51% do capital em poços de alto impacto e 67% dos recursos descobertos. No entanto, novas oportunidades estão se tornando mais escassas devido ao menor tamanho dos blocos e à redução na aquisição de dados sísmicos 3D.
“Para manter o crescimento de longo prazo, as empresas de E&P precisarão diversificar suas estratégias, explorando desde descobertas existentes até fusões e aquisições e oportunidades em áreas não convencionais — um movimento essencial em um mercado que valoriza retornos de curto prazo“, avaliou a Westwood.
PRESSÃO POR CUSTOS
O aumento dos custos da cadeia de suprimentos tem atrasado decisões finais de investimento (FIDs), já que operadoras pressionam por reduções de preço diante do petróleo mais barato. A contratação de sondas desacelerou desde 2024, reduzindo taxas de utilização e tarifas. O mesmo ocorre com embarcações de apoio offshore, exceto no Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que segue resiliente. A demanda por sondas em águas profundas deve crescer a partir da segunda metade de 2026, com retomada de projetos adiados.
Apesar do envelhecimento das frotas, o mercado atual não sustenta um novo ciclo de construção de sondas. Em vez disso, as empresas precisarão prolongar a vida útil dos ativos e aprimorar a eficiência operacional. Entre 2025 e 2029, Arábia Saudita, Catar e Brasil se destacam como principais mercados de crescimento para serviços offshore, seguidos por África, Sudeste Asiático e Mediterrâneo.
OBSTÁCULOS PARA EÓLICAS OFFSHORE
Após uma década de expansão acelerada, 2025 marca o primeiro ano de desafios reais para a eólica offshore. As previsões foram revistas para baixo, e várias metas governamentais dificilmente serão alcançadas.
O foco agora é entrega, redução de riscos e posicionamento para o crescimento futuro. Projetos de maior risco, como a eólica flutuante, perderam tração. Ainda assim, a Europa deve multiplicar por cinco sua capacidade offshore até 2035, mantendo a liderança global, enquanto a Ásia surge como mercado-chave emergente.
“Apesar dos reveses, os investimentos em energia offshore devem crescer substancialmente em escala global, com oportunidades também em hidrogênio e captura e armazenamento de carbono (CCS)“, finalizou a Westwood.

 publicada em 8 de outubro de 2025 às 5:00                            




