ESTUDO DA FIRJAN INDICA QUE O RIO ESTÁ PERDENDO QUASE R$ 12 BILHÕES QUE PODERIAM SER GERADOS COM UMA BOA UTILIZAÇÃO DE RECICLÁVEIS
Mais de R$ 2,6 bilhões em resíduos pós-consumo estão sendo subutilizados e poderiam ser reintroduzidos em processos produtivos. Esta é uma das revelações de um estudo produzido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro- Firjan. O estudo traça a trajetória dos resíduos recicláveis gerados e recebidos no estado e gera insights que colaboram para o fortalecimento do encadeamento produtivo da reciclagem no território fluminense. Os resíduos potencialmente recicláveis acumulados em aterros sanitários representam uma significativa oportunidade econômica para o Rio de Janeiro. Em 2023, ano-base do estudo atual, foram mais de 2,5 milhões de toneladas de resíduos nessa condição. A recuperação deste material pode não apenas aliviar a pressão sobre o meio ambiente, mas também revitalizar a economia do estado do Rio de Janeiro.
Caso esses resíduos fossem utilizados como insumos, a expansão produtiva nas indústrias recicladoras encadearia um investimento produtivo adicional na economia nacional em torno de R$ 6 bilhões, além do investimento inicial. Através de uma metodologia conhecida como matriz “insumo-produto“, desenvolvida pela Firjan com dados do IBGE, especialistas analisaram como a expansão da reciclagem pode beneficiar vários setores financeiros. Este impacto provocaria uma geração de renda de R$ 11,6 bilhões, representando os lucros e salários gerados na economia como um todo, além da criação de 40,6 mil novos empregos diretos e indiretos.
Para Claudia Guimarães, vice-presidente do Conselho Empresarial ESG da Firjan, o Mapeamento visa fortalecer a cadeia de reciclagem e promover a economia circular no estado, oferecendo informações valiosas para empresários e formuladores de políticas. “Apesar de ser o segundo maior mercado consumidor do Brasil, o Rio ainda enfrenta desafios na gestão de resíduos, com dados dispersos e falta de infraestrutura adequada”, afirma. A pesquisa da Firjan identifica pontos críticos e propõe a otimização de processos, observando as melhores práticas e alinhando-se às políticas públicas de economia circular, que incentivam a redução de resíduos e práticas sustentáveis.“
Cláudia destaca que essa atualização é um passo importante para transformar o Rio de Janeiro em um centro de reciclagem eficiente, criando novas oportunidades econômicas e fortalecendo a indústria na adoção de práticas mais responsáveis e circulares. Com o incentivo às práticas circulares, o Rio de Janeiro poderia liderar o mercado de atividades de recuperação de valor de resíduos, beneficiando ao mesmo tempo a sua população e o meio ambiente.
Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da federação, destaca que esse é um mercado ainda incerto, que precisa de políticas públicas para se manter estável, formal e competitivo. “O estudo identificou 357 empresas que atuam formalmente no encadeamento produtivo da reciclagem no estado, um número 34% maior que em 2021, ano-base da edição anterior da análise. Mais de um quarto das empresas apareceram pela primeira vez no radar nesta edição do estudo. Isso denota o dinamismo do mercado de reciclagem, que se desmobiliza ou reestrutura rapidamente para receber e processar recicláveis.”

publicada em 21 de outubro de 2025 às 18:00 




