MUDANÇAS NO EDITAL E MAIOR CONHECIMENTO GEOLÓGICO AJUDARAM NO RESULTADO DO LEILÃO, AFIRMA PRESIDENTE DA PPSA
Após o encerramento da sessão pública da Oferta Permanente de Partilha, realizada hoje (22), no Rio de Janeiro, começam as primeiras repercussões e leituras sobre os resultados do certame. O presidente da PPSA, Luis Fernando Paroli, falou brevemente com jornalistas após o leilão. Para ele, o resultado da licitação foi muito positivo, levando em conta o ágio superior a 200%. Além disso, um bloco que não havia sido adquirido em certames anteriores, como o caso de Itaimbezinho, foi arrematado nesta quarta-feira. Paroli acredita que o maior interesse demonstrado hoje pelas petroleiras reflete as mudanças no edital realizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O presidente da PPSA acredita que as empresas também possuem um maior conhecimento geológico sobre as áreas, o que incentivou as propostas apresentadas no leilão.
Qual a sua leitura do resultado do leilão?
No nosso ponto de vista, o leilão foi um grande sucesso. Dos sete blocos ofertados, cinco foram arrematados. Alguns desses blocos já haviam sido ofertados anteriormente e não tinham recebido propostas. Acho que isso é fruto das alterações que a ANP fez no modelo, que realmente trouxeram benefícios e mais incentivos para que as empresas invistam.
As mudanças realizadas [no edital] geraram o incentivo necessário para a indústria fazer novos investimentos. Hoje, o grande sucesso é termos cinco blocos arrematados, com ágios de até 250%, o que mostra claramente o interesse da indústria em investir e a perspectiva de crescimento do setor.
Quais foram as principais alterações feitas no modelo?
Como a diretora da ANP Simone Araújo destacou em sua fala, uma das principais mudanças foi a retirada da obrigatoriedade de perfuração imediata de um poço. Agora, a empresa pode realizar o reprocessamento das informações sísmicas para avaliar a viabilidade da produção e a comercialidade da área.
Isso permite que o investimento seja feito de forma mais cadenciada, dando à empresa a possibilidade de gerar mais conhecimento antes de realizar um investimento maior.
Esses ágios tão altos podem indicar que os valores do edital estavam baixos?
Eu acho que não. De fato, alguns blocos já tinham sido licitados. Isso é o que os geólogos chamam de evolução do conhecimento. À medida que o tempo passa, o conhecimento sobre as bacias e as formações geológicas aumenta, e com isso há mais certezas [para investir].
Estamos falando de óleo localizado a 6 ou 7 mil metros de profundidade — embaixo d’água, depois sob uma camada de sal e ainda sob rocha. Não é simples obter um conhecimento preciso sobre o que há lá embaixo. Há um risco inerente ao setor. O que vemos agora é que o conhecimento evoluiu, e as empresas estão mais dispostas a oferecer um percentual maior de partilha com a União.

publicada em 22 de outubro de 2025 às 12:34 




