COGEN VAI PEDIR AO GOVERNO QUE RECONSIDERE REGRAS E PERMITA PARTICIPAÇÃO DE TÉRMICAS A BIOMASSA NO LEILÃO DE RESERVA DE CAPACIDADE
Nem todos os agentes do setor elétrico ficaram satisfeitos com as novas diretrizes do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de 2026, divulgadas no final da última semana. A Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) manifestou grande preocupação com as regras do certame e criticou a exclusão do setor do certame. Ao Petronotícias, o presidente executivo da entidade, Newton Duarte, afirmou que buscará abrir um diálogo com o Ministério de Minas e Energia (MME) para tentar convencer a pasta a incluir as térmicas a biomassas no LRCAP 2026.
“Na primeira oportunidade que tivermos, deveremos nos reunir com o MME para tentar uma reconsideração, já que, ao contrário do alegado inicialmente, nas portarias resolveram admitir o biodiesel. Vamos argumentar também as inúmeras vantagens associadas da cogeração a biomassas para a indústria e, principalmente, para o ONS”, afirmou Newton Duarte.
Segundo Duarte, entre as fontes que deveriam voltar a compor o LRCAP 2026 estão as usinas térmicas movidas a etanol, bagaço de cana-de-açúcar, B100, biogás, biometano, licor negro, lenha, resíduos florestais, resíduos sólidos urbanos, capim-elefante e casca de arroz. Ele lembrou que, no LRCAP 2025 — cancelado em abril —, as térmicas a biomassa cadastradas somavam aproximadamente 7 GW de capacidade instalada.
A Cogen também lembrou que, uma nota técnica do governo do leilão anterior justificava a exclusão das térmicas a biocombustíveis pela retirada do biodiesel do processo, mas agora admite somente o biodiesel, deixando de fora as demais fontes de biomassa.
“Nosso setor tem excepcionais características para contribuir com o fornecimento de potência ao Sistema Elétrico Brasileiro (SEB). Em alguns casos, com excelentes condições de despachabilidade e eficiência, a custos muito competitivos. É uma geração de energia renovável, resiliente, disponível todo o ano e distribuída, comportando os atributos desejados e necessários sob a ótica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”, acrescentou Duarte.
Ele ressaltou ainda que, além do setor sucroenergético, o segmento de papel e celulose possui grande potencial para ofertar energia nos horários de pico, com blocos de dezenas ou centenas de megawatts a custos inferiores aos de outras fontes. “O uso de fontes renováveis sob a perspectiva da COP 30, representaria importante demonstração do país quanto a sua absoluta convicção por fontes que forneçam potência, também renováveis, a exemplo das hidrelétricas”, concluiu o presidente executivo da Cogen.

publicada em 27 de outubro de 2025 às 14:00 




