BRASIL TERÁ A PRIMEIRA FÁBRICA DA APTOMAR FORA DA NORUEGA
A Aptomar, atualmente representada no Brasil pela Paschoalin, é uma empresa norueguesa que fabrica equipamentos capazes de medir a espessura relativa de derramamentos de óleo no mar, para otimizar as operações de recuperação, e está se preparando para abrir uma fábrica no Brasil. O gerente geral da Aptomar no Brasil, Rui Orsini, conversou com o repórter Daniel Fraiha sobre as operações da companhia e contou que essa é a primeira unidade fora da Noruega.
Há quanto tempo vocês atuam no Brasil?
Estamos fazendo a representação da Aptomar aqui desde 2009, até que tenhamos uma estrutura da empresa no Brasil. Então desde 2009 estamos desenvolvendo a empresa para que ela cresça ainda mais para auxiliar a parte do gerenciamento da contenção de derramamento de óleo.
Já fecharam algum contrato?
Já vendemos dois para a Petrobrás, em 2009, só que eles ainda não decidiram aonde vão instalar. E temos equipamentos instalados em cerca de 15 barcos da empresa Edison Chouest, a maioria operando para a Petrobrás e um para a OGX.
Como funciona o sistema?
O equipamento é composto por duas câmeras, uma infravermelha e uma digital, e um holofote de buscas, com alcance de cinco quilômetros. E as câmeras alcançam em torno de 20 milhas náuticas, o que dá mais ou menos 36 quilômetros. A instalação é feita na parte mais alta da embarcação para, em caso de derramamento de óleo, conseguirmos saber o que está presente ali, se é óleo realmente, alga ou outra coisa. No caso de ser óleo realmente, nós conseguimos medir a sua espessura relativa.
Fora do Brasil, essa tecnologia é usada em que países?
Existem 60 equipamentos instalados no mundo hoje, sendo que o principal mercado consumidor ainda é a Noruega, que foi onde surgiu a empresa, mas, se depender de mim, o mercado brasileiro vai passar daqui a pouco.
A decisão de trazer a empresa para o Brasil veio junto com a descoberta do pré-sal?
Foi durante, mas principalmente depois foi quando houve mais a intenção de vir, porque está crescendo muito a demanda aqui. Esse equipamento já está na especificação da Petrobrás, para barcos de operação de equação de óleo, que fazem a medição da espessura da substância em caso de derramamento. É importante porque os radares não podem fazer essa estimativa, eles só podem indicar que tem uma alteração no mar, mas não dizem o que é.
E essa tecnologia é única no Brasil?
É única no mundo. Tanto que a venda para a Petrobrás foi venda direta, sem licitação.
E tem planos para abrir fábrica aqui?
Tem planos fortes para abrir uma fábrica aqui, porque a demanda está crescendo muito. No ano que vem já vamos abrir a Aptomar do Brasil, que ficará aqui no Rio de Janeiro.
Qual vai ser a capacidade de produção?
Olha, quando a gente abriu essa fábrica na Noruega, em 2008, a produção era de um equipamento por mês, agora já são dez. Então devemos começar com dois por mês, para crescer depois.
Essa vai ser a primeira fábrica fora da Noruega?
Vai, porque o mercado brasileiro hoje, além de estar muito aquecido, é estratégico para a Aptomar.
Tem tido algum incentivo do governo brasileiro para trazer essa tecnologia?
Ainda não discutimos sobre isso, mas pretendemos. Até a questão do conteúdo local vai ser importante, porque se trata de uma empresa estrangeira, mas que vai produzir aqui.
Deixe seu comentário