SIEM CONSUB VAI RECEBER TRÊS NOVAS EMBARCAÇÕES DE APOIO NESTA SEMANA

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –

Empresa especializada em serviços de navegação de apoio marítimo, a Siem Consub tem se destacado no auxílio às atividades de exploração de petróleo offshore, mediante o fornecimento de embarcações que prestam serviços como transporte de cargas e pessoas, posicionamento de plataformas e contenção de vazamentos. O diretor-presidente da companhia, Celso Costa, ressaltou a importância das atividades da Siem Consub no desenvolvimento da produção de petróleo no Brasil, que, para ele, pode viabilizar a consolidação do país como uma potência mundial. O executivo também deu destaque à atuação da empresa no fornecimento de sistemas de combate para a marinha brasileira, que, de acordo com ele, contam com tecnologias das mais avançadas do mundo. A empresa está ampliando sua frota, e deve receber três novas embarcações de apoio na próxima quarta-feira (15).

De que maneira os navios de apoio (PSVs) auxiliam o funcionamento das plataformas?

Os Platform Supply Vessels são embarcações especiais de capacidades de carga variadas. O diferencial em relação a transportadores comuns é o chamado “station keeping”, que é a capacidade de manter sua posição. Os PSVs podem ficar muito próximos das plataformas e resistir às ondas e, por isso, são melhores para realizar as manobras necessárias nas operações de auxílio à perfuração e à produção. Para isso, eles contam com o sistema computadorizado DP (dinamic position).

Quais tipos de cargas são transportados por um PSV?

Os PSVs possuem diferentes sistemas de tancagem, que podem ser especializados no transporte a granel de produtos como cimento, baritina e lâmina de perfuração. Também são transportados óleo diesel, usados nos geradores das plataformas, e água, para consumo humano e das máquinas. No caso em que temos de conduzir cargas com maior urgência, os Fast Supply Vessels, também chamados de “expressinhos”, são os mais adequados, pois são menores e mais rápidos que os PSVs.

Que outras embarcações são utilizadas no apoio à atividade de produção de petróleo offshore?

Temos os Anchor Handling Tug Supplys (AHTSs), que são utilizados na fase de instalação das plataformas, para posicionamento, reboque e fixação de âncoras. Os AHTSs têm, aproximadamente, o mesmo tamanho de um PSV, porém com uma potência mais alta. Na contenção de vazamentos, são usados os Oil Spill Recovery Vessels (OSRVs), uma barreira flutuante de bombeio para coletar o óleo derramado no mar e levá-lo aos terminais, onde será reprocessado. Também dispomos de Crew Boats, que podem veicular de 50 a 100 passageiros, que são a “carga” mais valiosa, para as plataformas. Os Crew Boats são mais recomendáveis para deslocamentos de curta duração ou para quando as plataformas não têm a estrutura adequada para receber um helicóptero.

Fale um pouco sobre como estão as atividades da Siem Consub no Brasil. Estão bem consolidadas ou ainda têm muito espaço para crescer?

Estamos crescendo paulatinamente, de maneira bem criteriosa. A Siem Consub tem 32 anos de existência e hoje possui 22 embarcações, sendo que três delas serão entregues no dia 15 de maio. A perspectiva é de aproveitar a liderança do Brasil, que é o mercado mais ativo do mundo, no cenário mundial para mantermos nosso padrão de excelência. Estamos participando desse esforço de, em função da produção de petróleo offshore, viabilizar a consolidação do Brasil como uma potência. Nossas atividades receberam os certificados de Saúde, Segurança, Qualidade e Proteção ao Meio Ambiente ISO 9001/08, ISO 14001/04, OHSAS 18001/07 e ISM Code.

Existe algum contrato para auxiliar as atividades da Petrobrás no offshore sendo negociado atualmente?

Das nossas 22 embarcações, 21 estão trabalhando no auxílio a atividades que envolvem a Petrobrás. Fazemos contratos por afretamento de tempo, também chamados de “time sharters”, que consistem em colocar um navio a serviço da empresa em tempo integral por uma taxa diária, interrompendo apenas eventualmente seus serviços para manutenção. Um PSV nosso que a Petrobrás contratou em Macaé, por exemplo, está nos rendendo 50 mil dólares por dia para um período de quatro anos.

A empresa também tem essa forte presença internacionalmente?

Por enquanto não temos atividades no exterior, mas estudamos algumas possibilidades na África, talvez em Angola, até por questão da língua. No entanto, a nossa acionista controladora, a Siem Offshore, da Noruega, tem mais de 50 embarcações em várias regiões do mundo, como Groelândia, Inglaterra, Índia, Nigéria, Gana, México e a própria Noruega.

Em quais outras atividades fora do setor de Óleo & Gás a Siem Consub atua?

A Siem Consub nasceu na busca de serviços especializados em engenharia marítima. Somos o único fornecedor de sistemas de combate para a marinha brasileira. Entregamos, por exemplo, navios fragata da classe Niterói, corveta da classe Barroso, navios-patrulha e as minas marítimas mais modernas do mundo, que são equipamentos inteligentes ajustáveis por controle remoto e que podem identificar automaticamente o inimigo. Podemos nos dedicar também a outras atividades que hoje estão dormentes, como lançamento e manutenção de cabos submarinos, fibra ótica, telecomunicações e sistemas de potência. No momento, estamos sem contratos para esses serviços, mas estamos prontos para quando surgir a oportunidade.