HUGHES QUER COMEÇAR 2012 PRODUZINDO PARA O MERCADO OFFSHORE | Petronotícias




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HUGHES QUER COMEÇAR 2012 PRODUZINDO PARA O MERCADO OFFSHORE

A Hughes anunciou recentemente que estava se preparando para entrar no mercado offshore e no próximo ano as operações comerciais devem ser iniciadas. A empresa é líder mundial no segmento de comunicação por satélites, porém só entrou no mercado de comunicação marítima no ano passado, com atividades no Golfo do México e no Mar do Norte. O diretor de marketing da empresa, Rafael Guimarães, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou que já estão com uma nova unidade em Barueri (SP), que será voltada para o mercado offshore e os testes para a entrada definitiva na produção comercial devem terminar no fim deste ano.

Como foi a decisão da Hughes de entrar no mercado de comunicação offshore?

Nós fabricamos os satélites de comunicação e prestamos o serviço, somos muito fortes no setor, mas até agora, nossa atuação era da costa para dentro. Em 2010, começamos a operar em offshore fora do país, no Golfo do México, no Mar do Norte e no Mediterrâneo. Construímos essa oferta, e agora construiremos outra no Brasil. O pré-sal veio com força e deve surgir um novo potencial nesse mercado.

Como será a estrutura para o serviço?

Nós montamos um novo uplink, que é a instalação central de um sistema de comunicação por satélite, em Barueri, em São Paulo. Já tínhamos três uplinks no Brasil, mas esse novo será voltado para a área de offshore. Só que não seremos verticalizados no negócio, como já somos no mercado financeiro, na educação a distância e com as operadoras de telefonia. Em geral, nós produzimos a tecnologia e fornecemos o serviço, atuando nas duas pontas, porém com o mercado offshore nós teremos parcerias com empresas intermediárias.

Por que não atuar diretamente?

Porque esse mercado demanda uma especificação que a Hughes não quer ou não tem. Para se instalar um equipamento de comunicação via satélite em uma plataforma, por exemplo, existe uma série de especificidades técnicas e uma questão de prazos, que nós preferimos ter parceiros para lidar com essa parte.

Essa intermediação não pode encarecer o serviço em relação a empresas que são verticalizadas?

Foi bom você colocar essa questão, porque existem empresas verticalizadas que já prestam o serviço, mas a Hughes é tão grande, com uma estrutura unificada, que o nosso rateio de custos fixos com as questões operacionais consegue fazer o meu parceiro ser competitivo. Então nós vamos brigar na qualidade, na estabilidade e no custo. Nós temos o diferencial de que nossa cobertura alcança todo o território brasileiro, vai do Oiapoque ao Chuí, então também poderemos aplicar a tecnologia em embarcações de transporte, como navios de cabotagem, por exemplo. A nossa estrutura é muito grande, já temos 14 mil antenas de comunicação via satélite instaladas no Brasil, provemos serviços para todas as principais operadoras de telefonia e para muitos governos estaduais.

Quem serão esses parceiros?

Serão parceiros locais, para quem venderemos a tecnologia e eles prestarão o serviço para as operadoras de plataformas e embarcações em geral. Já estamos em contato com três empresas, mas temos um termo de confidencialidade que não me permite citá-las, porém posso dizer que já estão com o serviço em teste em quatro navios.

Quando deve começar a produção em escala comercial?

Esperamos terminar o ano com a validação técnica do serviço, para que possamos assinar o contrato com as empresas. As minutas já estão correndo, mas só devemos assinar os termos no fim do ano. A previsão é começar a produzir já em 2012 e temos a meta de terminar o próximo ano com entre 50 e 100 ativos conectados ao nosso serviço.

Qual será a capacidade de produção e qual a demanda estimada?

Nossa capacidade está superdimensionada, o que quer dizer que não temos restrição técnica de produção a princípio. Se aparecerem 100, 200, 300 navios para receber os serviços, por exemplo, nós poderemos conectá-los sem problemas. Já em relação à demanda, ainda não temos uma visibilidade muito clara, porém, com o pré-sal, acreditamos que muitos novos pontos precisarão ser conectados.

O que o segmento de offshore deve representar no faturamento da Hughes?

Nossa entrada no segmento é estratégica, mais de visibilidade e para agregar valor do que representação no faturamento. Claro que vai ajudar, mas não vai mudar o tamanho da Hughes. A questão é que a comunicação para o setor é um serviço premium, visto como diferenciado pelo mercado. O faturamento é importante para qualquer empresa, mas nesse caso essa não foi a principal motivação.

Qual será a tecnologia utilizada?

É uma tecnologia nova, chamada HX, que já estamos usando lá fora. É utilizada em comunicação para satélites e tem duas características principais. A primeira é que ela possibilita a comunicação móvel e a segunda é que comporta links pesados, podendo lidar com conexões desde 64 kbps até 4 mbps. O que está sendo usado no Golfo do México geralmente é de 1 mbps. Sendo que a banda é dedicada exclusivamente ao navio, diferentemente do que ocorre no serviço comum das operadoras de telefonia, em que é compartilhada. Assim, quando falamos em 4 mbps, são 4 mbps mesmo, e não a possibilidade de 4 mbps, como acontece em alguns casos de banda compartilhada.

Onde será a atuação principal?

As atividades serão concentradas na costa do Espírito Santo, de São Paulo e do Rio de Janeiro, que é onde está o foco do pré-sal e da cadeia de óleo e gás. Mas nossa cobertura se estende por todo território, de forma que navios de transporte, cabotagem e etc, podem fazer parte do mercado também.

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