EAGLE DARÁ APOIO À KEPPEL FELS EM LICITAÇÃO PARA HUB LOGÍSTICO DO PRÉ-SAL | Petronotícias




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EAGLE DARÁ APOIO À KEPPEL FELS EM LICITAÇÃO PARA HUB LOGÍSTICO DO PRÉ-SAL

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –

Empresa de consultoria ligada à área da indústria naval, a Eagle já oferece seus serviços de representação comercial para empresas do setor de Óleo & Gás há mais de 15 anos. Otimista quanto às perspectivas da indústria brasileira no setor, o sócio-diretor da Eagle, Bruno Skornicki, falou sobre o desafio de equilibrar a política de conteúdo local com a necessidade de fazer com que os equipamentos usados pelas empresas do setor tenham preços competitivos. Para Skornicki, a alta carga tributária que incide sobre os subcomponentes acaba trazendo uma desvantagem para a Petrobrás e para toda a indústria nacional do setor. Atualmente, a consultoria está aguardando o lançamento da concorrência para a construção do Hub logístico da Petrobrás para as atividades do pré-sal. A Eagle dará apoio ao grupo Keppel Fels, seu maior cliente.

Você acha que os objetivos da lei de conteúdo local estão sendo cumpridos sem os efeitos negativos, como um aumento muito grande no custo dos equipamentos?

Acho que não há jeito de não aumentar o custo dos equipamentos. A política de conteúdo local é boa porque gera emprego nesse setor de fabricação, mas tem que ser sustentável. Devido à carga tributária, que aumenta o custo dos subcomponentes no fim da cadeia, as empresas que dependem da compra dessas peças acabam ficando em desvantagem, ainda mais quando há um alto grau de complexidade tecnológica.

Pode dar um exemplo desse aumento de custos?

Um exemplo é o custo final da plataforma, como um todo, que fica, no Brasil, 30% maior do que o equivalente feito fora do país. Por isso, eu não sei até onde a política de conteúdo local será boa para a Petrobrás, que não é uma instituição filantrópica, pois tem que ter lucro também.

Além da questão do conteúdo local, como você avalia a política do governo, de um modo geral, para a indústria de Óleo & Gás?

Achei muito positiva a iniciativa da Petrobrás de contratar 28 plataformas. Se dermos os passos necessários, conseguiremos cumprir com a quantidade necessária de produção de óleo. Acho que seria interessante, também, que houvesse uma maior exigência de transferência de tecnologia nos contratos com empresas estrangeiras. A Petrobrás já faz isso na contratação de FPSOs.

A quais empresas a Eagle têm prestado seus serviços de consultoria?

Nosso foco é na indústria naval. Dedicamos 90% do nosso tempo à Keppel Fels, de Cingapura, que é dona do estaleiro da BrasFels, em Angra dos Reis (RJ). Trabalhamos, também, com a Dockwise, que faz transporte seco de cargas ultrapesadas, e a Ensco, que é uma operadora de perfuração.

Que tipos de atividades de consultoria vocês desenvolvem para essas empresas?

Fazemos consultoria comercial, atuamos desde a elaboração até a entrega dos projetos e conversamos com os clientes para preparar a contestação de pleitos. Estivemos presentes e apoiamos comercialmente, por exemplo, a Keppel Fels nas obras das plataformas P-51, P-52 e P-56.

Pode dar um exemplo de uma atividade atual?

Não temos muitas novidades em relação a contratos novos; estamos mais acompanhando o dia a dia dos contratos já consolidados. O que estamos esperando, no momento, é a concorrência para a construção de um Hub logístico para as atividades da Petrobrás no pré-sal, em que daremos apoio à Keppel Fels. 

O que você acha das condições do mercado brasileiro no setor de Óleo & Gás?

As perspectivas já foram melhores, mas continuam boas. Com a mudança da presidência da Petrobrás, o plano estratégico foi revisto e agora está mais conservador em termos de reavaliação de orçamento. Antes, eram muitos projetos ao mesmo tempo e, agora, estão dando mais prioridade para a produção de petróleo, que deve mesmo ser o foco. Ainda vejo um futuro próspero. Temos de ser otimistas.

Como você avalia as condições dos estaleiros brasileiros?

Acho que estamos no caminho certo. Temos alguns estaleiros “virtuais”, como são chamados os canteiros que recebem encomendas, mas ainda não existem. Quando concluídos, eles terão grande capacidade de processamento de aço, pois serão relativamente grandes. Só não se sabe ainda se haverá tanta demanda para esses estaleiros se sustentarem.

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