CTDUT QUER SE DEDICAR MAIS À ÁREA OFFSHORE | Petronotícias




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CTDUT QUER SE DEDICAR MAIS À ÁREA OFFSHORE

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) – 

Aumentar a dedicação junto à área offshore está entre as estratégias do Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT), como aponta seu novo diretor executivo, Paulo Renato Almeida Cellular. No início deste mês, ele, que já pertencera ao Conselho Consultivo de Tecnologia do instituto, tomou posse no cargo, e procura iniciar sua gestão ciente dos desafios do centro onde se realizam pesquisas, testes e treinamentos. Engenheiro metalúrgico formado pela Puc-Rio, Cellular trabalhou durante 36 anos na Petrobrás, onde atuou nas áreas de negócios, investimentos em obras e projetos básicos. Há dois anos, se aposentou pela estatal, tendo atuado posteriormente como consultor junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), num trabalho de um ano voltado para a Nova Lei do Gás. Segundo ele, o CTDUT espera pôr em operação seu novo duto de 2,5 km no primeiro semestre em 2014.

Qual era sua relação com o CTDUT?

Eu já conhecia bastante o centro, porque entre os três principais financiadores – os chamados associados efetivos fundadores – está a Petrobrás. Os outros dois são a Transpetro e a PUC-Rio. A Petrobrás participou desde a fundação do Centro e acabou dando suporte ao início do CTDUT. Na gerência em que eu atuava, fizemos o projeto básico do Loop de 2,5 km, que, na época, não seria multifásico. Eu via bem a necessidade de um centro de pesquisa e testes voltado para a área. Participamos da construção desse prédio. Em 2006/2007, concluímos que ia aumentar muito a malha dutoviária no Brasil. Como lidava com dutos (fui membro do CTDUT pelo IBP), estávamos sempre conversando e acompanhando, e vendo a relevância desse centro para o país.

De lá para cá, houve avanços significativos na malha dutoviária?

Houve de fato um incremento na malha dutoviária, mas houve também, a certa altura, uma parada na malha de gasodutos. A parte de oleodutos também não se desenvolveu tanto quanto pensamos naquela época, sobretudo devido ao crescimento insuficiente do país. Hoje nossos dutos estão concentrados todos no litoral, então é preciso interiorizar toda a malha dutoviária brasileira.

Como o CTDUT pode contribuir?

O CTDUT está ligado a esse incremento dutoviário onshore, mas temos a estratégia de adentrar mais na parte offshore. Como ela possui características especiais, o objetivo do CTDUT, antes muito voltado para onshore, é agora aumentar a dedicação offshore, mediante serviços e parcerias.

Vocês veem oportunidades de mais parcerias nas atividades?

O Centro trabalha em rede, por estar envolvido na área de P&D e testes, ensaios, certificação. O centro atua muito em conjunto com universidades. A propósito, o Brasil está acordando para P&D e a gente está vendo essa movimentação em torno da inovação. Isso só vai trazer oportunidades para o CTDUT. As grandes empresas pensam em tecnologia, mas as pequenas e médias não têm tanto essa cultura. Todo esse contexto acaba reduzindo o financiamento nessa área, e hoje ele é muito pequeno no Brasil. Mas num cenário que começa a explodir no Brasil, o Centro vê muitas oportunidades. O CTDUT é um Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), não tem como receber financiamentos para empresas. Mas as empresas, pegando esse financiamento e se voltando para o CTDUT, fará com que o centro entre nessa cadeia de inovação também.

E qual é relação do centro com a tecnologia?

O CTDUT procura sempre estar ligado nas novidades tecnológicas e busca fomentar esse desenvolvimento tecnológico, juntando empresas, então pode ser um grande centro de negócios. A gente faz pontes entre empresas e universidades. Temos uma visão panorâmica que junta os atores e consegue desenvolver projetos muito interessantes para o país.

Quais são os itens mais importantes do CTDUT?

O Centro é um local em que nós temos laboratórios e locais de centro para testes em tamanho real, dada a impossibilidade de atuar com o duto em funcionamento. Temos um duto de testes de 14 polegadas de 100 metros de extensão (serve para a inspeção interna, testes de vazamentos e treinamentos). Existe o Pigódromo, que é a reunião de vários tubos com defeitos. Ali usamos ferramentas por dentro dos tubos para avaliar sua eficácia. Além disso, temos o Laboratório de Integridade Estrutural (onde são medidos, por exemplo, quanto as paredes de um duto suportam de pressão) e o Laboratório de Proteção Catódica (contra a corrosão), onde os técnicos da Abraco (Associação Brasileira de Corrosão) trabalharão conosco. São os laboratórios mais importantes.

Existe o plano de um duto de testes em escala maior?

No final de 2011 havia a intenção de construir um duto de 2,5 km para testes e treinamentos. O circuito foi identificado, foi feito um projeto e já está acontecendo. Trata-se de um Loop multifásico, de 12 polegadas, com óleo, água e nitrogênio. Isso porque o nitrogênio simula o gás, e é mais fácil e seguro de descartar. O Loop deve operar no primeiro semestre de 2014. Futuramente, podemos colocar gás natural e petróleo juntos para simular o que acontece na extração.

Quais são os maiores desafios para o centro hoje e daqui pra frente?

Primeiro, continuar contando com os investimentos da Finep, com quem temos convênio. Esses financiamentos servem, por exemplo, para montar laboratórios. O segundo desafio é aquele de entrar mais fortemente na área offshore; e o terceiro é garantir que os laboratórios do CTDUT fiquem preenchidos todos os trinta dias do mês. 

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Parabéns Cellular, estamos torcendo para o CTDUT desenvolver novas tecnologias na área de construção e operação de dutos, principalmente dutos terrestres. A área submarina, no aspecto tecnológico, é mais desenvolvida que na área terrestre. Basta verificar as normas aplicáveis.