INTERESSE BRITÂNICO NA ÁREA DE ENERGIA BRASILEIRA ENVOLVE US$ 389 BILHÕES | Petronotícias




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INTERESSE BRITÂNICO NA ÁREA DE ENERGIA BRASILEIRA ENVOLVE US$ 389 BILHÕES

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) – 

O Energy Industries Council (EIC – Conselho Britânico de Energia) é uma associação que presta suporte às companhias do Reino Unido na realização de negócios internacionais, nas áreas de Óleo&Gás e geração de energia. Presidido por Claire Miller desde março, o Conselho conta com cerca de 660 associados em todo mundo, dos quais 250 estão aqui no Brasil. Segundo Clarisse Rocha (foto), gerente do EIC na América do Sul, o potencial do mercado brasileiro em geração de energia e petróleo faz do país o mais atrativo da região para as empresas britânicas. Por esse motivo, o Brasil é o único país da região a ter um escritório da maior associação comercial de energia do Reino Unido. De acordo com ela, só este ano 53 projetos de energia e Óleo&Gás serão concluídos no Brasil. O EIC possui cadastrados hoje 258 projetos em oferta, o que envolveria um total de US$ 389 bilhões.

Como se dá o trabalho do Conselho Britânico de Energia?

É uma associação de empresas britânicas cujo objetivo é ajudá-las a fazer negócios. O único escritório na América do Sul é este do Rio, mas nós temos outros três escritórios no mundo: em Dubai, Cingapura e Houston. Em termos de movimentação, o maior é o de Dubai. Fisicamente, o maior é o de Houston. Além desses escritórios internacionais, há três no próprio Reino Unido. O EIC é a maior associação comercial do setor de energia do Reino Unido.

Vocês contam com quantos associados?

Contamos com 660 associados no mundo, e 250 empresas estão no Brasil. Essa atualização foi feita no ano passado.

Por que vocês escolheram o Brasil?

Da América do Sul, é o mercado mais atrativo de petróleo & gás e serve também como porta de entrada para empresas que querem atuar nessa região do mundo.

Como se dá o trabalho de vocês?

Nós disponibilizamos um banco de dados para as empresas em geral divulgarem seus projetos. Depois cadastramos os projetos do mundo no setor de energia, como construção de usinas nucleares etc. A empresa britânica verifica então se há oportunidades interessantes para ela. Há 9.771 projetos cadastrados em todo o mundo. Só no Brasil são ofertados hoje 258, e envolveria o total de US$ 389 bilhões. É a maior participação na América do Sul, onde há 664 em oferta no total. Depois do Brasil, fica a Venezuela, com 60 projetos, totalizando US$ 223 bilhões; e em terceiro vem Argentina, com 73 projetos e US$ 53 bilhões. O Brasil é o país que envolve mais chances e os maiores investimentos.

Há ainda outro serviço que vocês prestam às empresas britânicas?

Também ajudamos colocando a empresa em contato com o mercado brasileiro, organizando eventos. Para isso, temos a chancela do governo britânico. Além do EIC, não tenho conhecimento de outra organização britânica do tipo no Brasil. Mas há também o Consulado Britânico, que atua aqui junto às empresas por meio do órgão UKTI. As empresas só nos procuram se precisarem de apoio.

Qual é a vantagem de procurar vocês?

A vantagem é que a empresa passa a ter o suporte de um órgão que conhece a cultura, a forma de fazer negócios e conhece os próprios negócios. Por exemplo, a gente tem um bom relacionamento com a Petrobrás, então, quando ela precisa, nos ajuda, e vice-versa.

Entre as prioridades do EIC está o setor de Óleo&Gás?

Sim, essa é a área com maior interesse, embora a empresa às vezes forneça também a outros setores. Temos mais de 250 empresas atuando aqui e muitas outras vindo. A Aggreko, por exemplo, iniciou a operação no Brasil com o nosso escritório. Ela cresceu tanto que comprou a sua maior concorrente no Brasil, na área de aluguel de geradores. A Amec estabeleceu ano passado uma parceria e adquiriu 50% da Kromav. A Bridon instalou uma unidade de serviços em Macaé, em novembro do ano passado.

Existe maior interesse dos britânicos em serem fornecedores, ou operadores?

As empresas que atuam com a gente são fornecedoras para o mercado de petróleo e gás. A maioria delas têm presença no Rio e São Paulo. Algumas têm presença em outras regiões.

Quais são as especialidades procuradas por essas empresas?

Algumas empresas são bem específicas, por exemplo a WMT. Ela está envolvida no desenvolvimento de procedimentos de operações para Maersk, Quip, Transpetro entre outros. Há também o exemplo excelente da KCA Deutag, que presta serviços de detalhamento de engenharia e está trabalhando no desenvolvimento de 6 unidades de perfuração construídas pelo EPP, envolvendo o pré-sal.

Vocês atuam junto ao Consulado Britânico?

Nós somos uma associação sem fins lucrativos e independente. Atuamos junto ao governo britânico em diversas ocasiões, mas não há uma subordinação. 

Como têm sido as impressões dos executivos britânicos quanto ao pré-sal?

Eles esperam mais demanda de serviços, com a entrada de novos players. Temos trazido todo ano missões comerciais para o Brasil, desde 2009. Já trouxemos seis missões para o país, sendo que a última foi em março. Vieram 16 pessoas, de 15 empresas. Algumas companhias já estão trabalhando aqui e querem se desenvolver, outras pretendem iniciar uma atuação no Brasil. A gente agenda reuniões com operadores, com a Petrobrás em especial, e epecistas, além de estaleiros.

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