GRAÇA FOSTER ENVIA CARTA A FUNCIONÁRIOS PARA CELEBRAR VITÓRIA NO LEILÃO

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

A presidente da Petrobrás, Graça Foster, deixou o Hotel Windsor Barra na segunda-feira (21), após o leilão da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, sem dar declarações à imprensa. No entanto, ela teve o cuidado de enviar uma carta aos funcionários da estatal com esclarecimentos sobre a nova aquisição.

No texto, a executiva ressalta que conta com “o engajamento de todos” no desenvolvimento de Libra, mas evita falar nos números da ANP. Não há menção às estimativas de 8 a 12 bilhões de barris recuperáveis no prospecto – vastamente anunciadas pela agência –, assim como não são citadas as previsões de que 1,4 milhão de barris serão extraídos por dia no pico da produção no bloco. Graça diz, inclusive, que as estimativas de óleo recuperável só serão divulgadas após a evolução da fase exploratória. Veja a carta na íntegra:

“Caros colegas,

A Petrobrás hoje assumiu um compromisso de grande relevância para o futuro de nossa companhia. O consórcio em que participamos com 40%, em conjunto com as empresas Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%) e CNOOC (10%), adquiriu direitos e obrigações referentes ao bloco de Libra na 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal, realizada hoje (21/10) pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Localizado em águas ultraprofundas da Bacia de Santos, no polígono do pré-sal, Libra é considerado um prospecto de elevado potencial.

O contrato de exploração e produção para esse bloco será o primeiro a ser celebrado na modalidade de partilha de produção, e o excedente em óleo para a União será de 41,65%, conforme proposta do nosso consórcio. Um bônus de assinatura no valor de R$ 15 bilhões deverá ser pago em novembro de 2013, em parcela única, cabendo à Petrobrás o valor de R$ 6 bilhões, referente à sua participação no consórcio.

O próximo passo será a fase exploratória do bloco, com duração de quatro anos. Nesse período, nossas equipes, em conjunto com as empresas consorciadas, realizarão as atividades do programa exploratório mínimo com levantamentos sísmicos 3D em toda a área do bloco, a perfuração de dois poços exploratórios e a realização de um teste de longa duração. À medida que essa fase de exploração evoluir, divulgaremos as estimativas sobre o volume de óleo recuperável, custos e cronograma dos sistemas definitivos de produção.

Ressalto que o consórcio deverá cumprir percentuais mínimos de conteúdo local global em cada fase do projeto: 37% para a fase exploratória; 55% para o desenvolvimento de sistemas de produção previstos para começar a operar até 2021 e 59% para os sistemas com primeiro óleo a partir de 2022.

Carta de Graça Foster aos funcionários.

Considero que a integração das habilidades, experiência e robustez financeira dos consorciados, tendo a Petrobrás como operadora e detentora da maior participação individual dentre as empresas, colaborará de forma significativa na implantação das melhores soluções para a exploração e produção do campo de Libra. A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), também uma das empresas consorciadas, contribuirá para a gestão eficiente da exploração e dos recursos a serem alocados.

Tenho confiança no engajamento de todos vocês no sucesso do desenvolvimento de Libra. Desde 2006, com a descoberta e implantação dos projetos no pré-sal, vimos desenvolvendo expertise e, hoje, a produção total nesta nova fronteira já é superior a 330 mil barris de petróleo por dia (bbl/d). Em 2017, será 1 milhão de bbl/d e, em 2020, mais de 2 milhões de bbl/dia. Todas as áreas da companhia terão seu papel e, unidas, contribuirão para que a Petrobrás obtenha os melhores resultados com a implantação da produção de Libra.

Por fim, registro que a estratégia e as ações possíveis de serem empreendidas, desde a preparação para a licitação até o leilão ocorrido hoje, foram bem-sucedidas e alinhadas aos fundamentos do nosso Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, focando em disciplina de capital, gestão integrada do portfólio e prioridade para os projetos de exploração e produção no Brasil. A Petrobrás reafirma o compromisso de continuar investindo em novas áreas exploratórias no Brasil de forma a garantir a recomposição de seu portfólio, disponibilizando os volumes de petróleo e gás natural necessários para a sustentabilidade da nossa curva de produção no longo prazo, especialmente após 2020.

Graça Foster
Presidente da Petrobrás”