FALTA DE PAGAMENTO PROVOCA GREVE E PARALISA ACABAMENTO DA PLATAFORMA P-58

O problema se repete. A falta de pagamentos dos pleitos às grandes epecistas da Petrobrás volta a causar problemas para a própria estatal. As centenas de operários que trabalham na finalização da P-58, no Estaleiro Rio Grande, entraram em greve por falta de pagamento de salários. E não cruzaram só os braços, não. Houve manifestações, protestos e fechamento de rodovia com fogo em pneus. A Polícia Rodoviária Federal foi obrigada a intervir  para conter o problema.

As empreiteiras subcontratadas não receberam os pagamentos do consórcio responsável pela obra, formado pela Queiroz Galvão e Camargo Corrêa. Por sua vez, o consórcio reclama que não pode pagar porque não recebeu por seus pleitos colocados na Petrobrás, mas não querem falar oficialmente sobre este assunto.

O que se sabe é que este problema acabou estragando o feriado do diretor de engenharia José Antônio de Figueiredo e do  gerente responsável pela construção da P-58, Marcos Reis. Os dois já saíram do Rio e estão sendo esperados no Estaleiro Rio Grande para resolver o problema.

A P-58 já tinha sido inaugurada com uma grande festa no dia 8 deste mês, com a presença até da Presidente Dilma Rousseff. Na verdade, a plataforma não está totalmente pronta, faltando alguns ajustes nas instalações elétricas e na colocação dos corrimãos. A Capitania dos Portos estava prevendo uma inspeção nesta quarta-feira (20), mas teve que adiar para a próxima sexta-feira (22), porque o trabalho que ia inspecionar não estava concluído. E pelo jeito, com a paralisação, nem sexta-feira estará. A P-58 iria sair do canal numa janela perfeita de condições de mar no dia 23 deste mês. Provavelmente esta data também deverá ser adiada.

A P-58, avaliada em US$ 1,3 Bilhão, é a quarta plataforma de exploração de petróleo construída no Polo Naval de Rio Grande. Ela vai operar no campo de Baleia Azul, a cerca de 78 quilômetros da costa do Espírito Santo.  Quando estiver operando a pleno vapor irá processar, armazenar e escoar petróleo em águas com profundidade de 1,4 mil metros.