COTEMA SE ESTRUTURA PARA ATENDER DEMANDA DO PRÉ-SAL POR EQUIPAMENTOS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Com mais de 40 anos de atuação no mercado de óleo e gás, a empresa brasileira Cotema tem passado este ano por um período de menor movimentação no setor de equipamentos utilizados na exploração de petróleo, mas prevê novos contratos para os próximos anos, especialmente para o campo de Libra. De acordo com o diretor da companhia, Denisarth Steagall Júnior, a empresa – especializada na fabricação de produtos empregados nas fases de perfuração, produção e refino de petróleo – já está planejando desenvolver novas soluções para a exploração do pré-sal. Steagall também aponta que as regras de conteúdo local podem favorecer a Cotema, cujos produtos alcançam altos níveis de nacionalização e, dessa forma, atendem os níveis mínimos exigidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A fábrica da companhia fica em Santa Barbara d’Oeste, no estado de São Paulo, onde são fabricados equipamentos como anéis e ganchos de elevação para risers. O diretor da Cotema explica também que além de atender empresas do setor de óleo e gás, como Petrobrás, Oderbrecht e Cowan, a companhia também tem contratos com empresas dos segmentos agrícola, ferroviário e de auto peças.

Quais são os equipamentos produzidos pela Cotema?

Nós produzimos equipamentos para manuseio de coluna de perfuração, realizamos manutenção de equipamentos e produzimos equipamentos voltados para sondas. A Cotema também desenvolve tecnologias que podem ser utilizadas em refinarias e na fase de produção. É importante ressaltar que nós estamos bastante animados com as regras de conteúdo local, que devem favorecer ainda mais a nossa atuação.

O que isso deve gerar para a empresa?

Somos uma indústria nacional e os nossos produtos chegam a quase 100% de conteúdo local. Apenas alguns poucos componentes das nossas ferramentas são importados. Isso é importante, porque conseguimos atender os níveis exigidos de nacionalização exigidos pela ANP, o que nos traz uma vantagem.

Qual é o nível de participação de óleo e gás nos negócios da empresa?

Essa é uma linha muito importante para nós, visto que este setor corresponde a cerca de 50% dos contratos fechados pela Cotema. Ainda falando de óleo e gás, a nossa principal parceira é a Petrobrás, com quem nós temos diversos contratos.

Desde quando vem a relação com a Petrobrás?

A parceria com a Petrobrás começou quando a estatal criou um programa de nacionalização, o que nos levou a iniciar o fornecimento de equipamentos para as refinarias de Cubatão e de Paulínia. A partir desse momento, nós começamos a desenvolver toda a linha de produtos que fornecemos hoje.

O volume de negócios durante este ano tem sido satisfatório?

O volume em 2013 diminuiu bastante e um dos motivos é a desativação de sondas terrestres da Petrobrás. Além disso, neste ano tivemos a entrada de novos navios-sonda, ou seja, essas embarcações ainda não têm necessidade de receber novas peças. Então, estamos em um período de espera até que esses ativos comecem a demandar por reposição de equipamentos.

Como está a expectativa em relação aos futuros contratos relacionados ao campo de Libra?

A expectativa é grande, sem dúvida nenhuma, já que a demanda por novos equipamentos vai ser enorme no pré-sal. Por isso, a Cotema está planejando, junto com seus parceiros, desenvolver novas soluções para que o consórcio vencedor consiga obter êxito na prospecção.

Além da Petrobrás, quais são os outros clientes da Cotema?

Nós também temos contratos com a Queiroz Galvão, Odebrecht, Cowan, Schlumberger e Weatherford. Além de óleo e gás, nós também atendemos os setores ferroviário, agrícola e de autopeças.

Como é a estrutura física da companhia?

Além da nossa fábrica em Santa Bárbara d’Oeste (SP), temos o nosso escritório na capital paulista. A Cotema não possui outras unidades espalhadas pelo país, mas temos representantes nos estados brasileiros onde existe perfuração, como Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.