ASEL-TECH DEVE COMEÇAR A FABRICAR NOS ESTADOS UNIDOS EM 2012 | Petronotícias




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ASEL-TECH DEVE COMEÇAR A FABRICAR NOS ESTADOS UNIDOS EM 2012

A Asel-Tech, especializada em detecção de vazamentos em dutos, fechou o ano com muitas propostas em avaliação no exterior, sendo quase 90% do total dos projetos da empresa em andamento. Dois grandes projetos estão em vias de ser fechados nos Estados Unidos e, com a assinatura, começará a fabricação no país. Três projetos da companhia foram aprovados pela Finep, sendo que dois deles são voltados para o pré-sal, e em um ano os produtos devem estar prontos. O presidente da empresa, Julio Alonso, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou os planos para 2012.

Como foi o ano de 2011 para a Asel-Tech?

As coisas não andaram bem aqui no Brasil, mas acho que foi uma coisa mundial, porque tivemos um ano de retração nos investimentos em todo o mundo. Nós tivemos alguns projetos aqui no Brasil em 2011 com empresas privadas e vários projetos fora do país, que foi onde tivemos mais negócios. Esse caráter mais internacional da empresa é resultado de um trabalho que nós estamos fazendo há mais de três anos, com muitas viagens, apresentações em feiras, visitas a empresas, e estamos colhendo os frutos agora. Fizemos muitas propostas em 2011, com grandes perspectivas de serem fechadas em 2012. Mas a maioria em outros países. Cerca de 90% dos nossos novos negócios que estão em análise são fora do Brasil. Em 11 paises, como Estados Unidos, Espanha, México, Índia, Chile, Peru, entre outros.

Todos os projetos são para detecção de vazamento em dutos?

São. Na verdade dois são de ancoragem de dutos, com nossos sistemas de hastes de ancoragem. Tradicionalmente os dutos são ancorados com concreto, por meio de revestimentos de concreto usados para que não flutuem, mas nós desenvolvemos um sistema em que a ancoragem é feita com hastes enormes de 10 a 15 metros de altura que são rosqueadas no solo, impedindo que eles subam. Com a nossa tecnologia o custo da ancoragem cai à metade. Inclusive fornecemos para o Gasduc III, da Petrobrás.

Vocês foram selecionados por um programa de apoio da Finep este ano. Quais são os projetos?

Tivemos três projetos aprovados pela Finep. Um é para sistemas acústicos de monitoramento de equipamento submarino, que vai servir para detecção de vazamento no fundo do mar, em profundidades de até 3 mil metros. Outro é para a detecção de vazamento em umbilicais para o pré-sal, porque até hoje ninguém fez isso. E o terceiro é um sistema de monitoramento de faixa de dutos, que será utilizado contra a invasão de terceiros, como por exemplo alguém que vai fazer uma escavação em um local sem saber que ali tem um duto e acaba causando dano a ele. Ou como houve em São Paulo há uns dois meses, quando um homem fez uma perfuração em um duto da Petrobrás para roubar combustível. Isso é muito comum em outros países, como no México, no Peru, na Colômbia. Aqui não era, mas parece que está começando.

São projetos que já vão começar a ser produzidos ou vocês vão utilizar os recursos para desenvolver?

Nós estamos desenvolvendo essas tecnologias. O sistema de monitoramento de faixas nós já montamos no Brasil com componentes importados. Ele já existe, mas com a nacionalização, que faremos com os recursos da Finep, o preço vai cair para um terço.

Quanto tempo esperam levar para começar a produzir os sistemas?

Os recursos da Finep devem sair no início do próximo ano, e em um ano esperamos estar com os três desenvolvidos, porque vamos fazer com instituições diferentes, sendo um com a Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro, e dois com o Instituto C.E.S.A.R, de Pernambuco.

As propostas de negócio envolvem os produtos ainda em desenvolvimento?

Não, as propostas para o exterior, que dão quase US$40 milhões, são relativas a produtos nossos já consolidados, maduros, que já estão no mercado há algum tempo. O normal do segmento é que 10% das propostas sejam efetivadas, então estamos trabalhando com essa expectativa.

Como está a unidade que abriram nos Estados Unidos?

A filial lá está operando só comercialmente por enquanto, porque ainda não fechamos nenhum negócio que justifique a fabricação local. Assim que fecharmos o primeiro negócio nessa linha, começaremos a fabricação lá.

E o que esperam do Brasil no ano que vem?

Esperamos que o Brasil melhore no nosso ramo ano que vem, porque tem uma característica do regulamento da ANP que deve nos ajudar. É uma norma que marca 2012 como o prazo final para que as empresas proprietárias de dutos de transporte de óleo e gás instalem sistemas de detecção de vazamento. Como no Brasil deve haver pelo menos uns 10 mil quilômetros de dutos que ainda precisam receber esses sistemas de detecção, esperamos que surjam boas oportunidades. Não sabemos se o pessoal vai se preocupar realmente em cumprir os passos, não há como saber qual vai ser o comportamento do mercado, mas há ai um prazo a ser cumprido.

Isso tem gerado uma procura maior pela Asel-Tech?

Temos recebido várias consultas de empresas que tem dutos no Brasil que estão começando a se preocupar com isso. Pelo menos 10 empresas nos procuraram nos últimos seis meses para saber mais sobre a nossa tecnologia, pediram apresentações técnicas e etc. Fizemos fornecimentos para empresas brasileiras esse ano, mas não foram fruto dessa norma ainda, pois a maioria veio de trabalhos que já estavam em andamento.

Quais os planos para 2012?

O principal plano para o ano que vem é acelerar o desenvolvimento da Asel-Tech Estados Unidos. Quando colocamos americanos para fazer o contato com os clientes houve uma maior procura pelos nossos produtos, então a nossa expectativa é que venha logo nos primeiros meses do ano que vem o primeiro contrato. Temos dois projetos, um é um sistema de detecção de vazamento para um gasoduto e outro para um oleoduto, para duas empresas grandes, e duas que tiveram vazamentos recentes nos Estados Unidos. Então elas demonstraram grande interesse, porque perderam muito dinheiro, as multas lá são absurdas.

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