GOVERNO ARGENTINO PREFERE MULTAR EMPRESAS A ASSUMIR RESPONSABILIDADE POR APAGÕES
O que aconteceu na Argentina depois de sofrer apagões que afetaram mais de 800 mil pessoas em Buenos Aires e algumas regiões, pode ser um bom exemplo para o Brasil. A diferença é que, por lá, se investiu muito pouco no sistema de gerações e agora o governo tira a culpa das costas e aponta as empresas distribuidoras de energias. E cobra multas pesadas por isso. Na verdade, milionárias. O dedo da incompetência do governo indicou para a Edesur e Edenor, acusadas de serem responsáveis pelos apagões que ainda afetam a capital do país desde o final de dezembro passado. As duas empresas receberam multas de 17,8 milhões de pesos (R$ 6,2 milhões) para a Edesur e de 7 milhões de pesos (R$ 2,4 milhões) para a Edenor. O motivo da acusação foi a “negligência e descumprimentos gravíssimos do contrato de concessão e serviço de distribuição”.
Além das multas, as companhias terão que pagar indenizações aos usuários e ressarcimento de equipamentos e eletrodomésticos queimados pela variação de tensão elétrica. O ministro de Planejamento Federal, Julio De Vido, também acusou as empresas de manobras para obter reajustes tarifários. “Não vamos ceder às pressões para aumentos de tarifas e as empresas vão ter que indenizar os usuários”,
Na verdade, os apagões argentinos não tem apenas esta causa. A inoperância do governo e a falta de investimentos no sistema de geração de energia são os dois principais responsáveis pelo problema. Pelo nosso lado, o caso chama atenção porque o Brasil está apostando muito em matrizes complementares, como eólica e solar, como base de geração. E isso pode trazer consequências rigorosas para as próximas gerações, se o o nosso país continuar neste processo de grande crescimento econômico. Precisamos mais investimentos em matrizes constantes de geração de energia, mais baratas e menos poluentes. Do contrário, a partir de 2025, o país pode sofrer as mesmas consequências que a Argentina vive hoje.
O Ministro De Vido insistiu na estratégia oficial de culpar as empresas pelas falhas na distribuição de energia elétrica, que tem afetado entre 124 mil a 672 mil pessoas, conforme cálculos oficiais. A imprensa local aponta número mais elevado: 800 mil pessoas.
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