ABENAV PREVÊ DEMANDA A LONGO PRAZO DENTRO DO SETOR DE CONSTRUÇÃO NAVAL DO BRASIL | Petronotícias




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ABENAV PREVÊ DEMANDA A LONGO PRAZO DENTRO DO SETOR DE CONSTRUÇÃO NAVAL DO BRASIL

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

augustoAs notícias desta semana sobre o setor naval do Brasil refletem o bom momento pelo qual o segmento está passando. O anúncio do segundo lote de encomendas do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), com R$ 1,4 bilhão em investimentos, e a previsão de construção de até 18 plataformas e 60 barcos de apoio para o desenvolvimento do campo de Libra demonstram como a indústria naval brasileira está aquecida, reforçando ainda mais a expectativa de um futuro repleto de novos negócios. O sentimento de otimismo é compartilhado pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça. Segundo ele, até 2020, a indústria naval deve receber US$ 180 bilhões em investimentos. Com um volume tão expressivo de recursos, Mendonça destaca que o setor precisa cada vez mais aumentar seu nível de competitividade. Neste sentido, a Abenav participa uma série de seminários, reuniões e missões empresariais, visando fortalecer empresas fornecedoras do Brasil. Nesta semana, a associação está participando de uma missão no Reino Unido, com o objetivo de elevar ainda mais a competitividade da indústria brasileira.

Como estão os negócios para o setor offshore dentro da construção naval?

Sem dúvida nenhuma, o setor offshore está sendo o carro-chefe da construção naval no Brasil. Essa área se tornará líder na geração de empregos, em produção e em valores econômicos. Um dos motivos para o crescimento do segmento offshore foi o Promef, que encomendou a fabricação de navios e embarcações de apoio.

Qual foi o impacto dos programas de modernização da frota da Transpetro?

Com o Promef, a Transpetro encomendou 49 novos navios e a consequência positiva disso foi a criação de novos estaleiros, como o Atlântico Sul e Promar, ambos em Pernambuco.

Quais são as expectativas da indústria naval para o pré-sal?

Em relação à reserva do pré-sal, nós trabalhamos com a expectativa de 100 bilhões de barris. Se você somar as reservas comprovadas, já temos cerca de 50 bilhões de barris. Dessa forma, estamos falando de uma das maiores reservas mundiais. Nós estimamos que, como resultado da exploração no pré-sal, teremos mais de 50 anos de trabalho dentro da construção naval do Brasil.

Quantos novos navios devem ser construídos para atender o setor offshore?

A curto prazo, a indústria naval deve receber um volume de US$ 180 bilhões até o ano de 2020. Serão mais de 80 plataformas e 200 embarcações de apoio para o segmento offshore. Além da fabricação de navios, a necessidade por sondas de perfuração no Brasil está incentivando a construção de novos estaleiros, como o Paraguaçu, na Bahia, e Jurong, no Espírito Santo.

A partir de que momento a indústria naval no Brasil começou a se aquecer?

A retomada da construção naval ocorreu a partir do ano de 2003. Nessa época, nossa grande preocupação no mercado era a questão de conteúdo local. Hoje em dia, isso é superado. Atualmente, nossa preocupação é aumentar a competitividade.

E que medidas devem ser tomadas para aumentar a competitividade?

O estaleiro só consegue ser competitivo se ele desempenhar um bom trabalho, além de ser abastecido por uma boa cadeia de suprimento. Mais de 60% das peças que compõem os ativos marítimos vêm de fora do estaleiro. Por isso, as empresas da cadeia fornecedora precisam ter qualidade, prazo e preço. 

A construção naval no Brasil já é competitiva a nível internacional?

Nós já temos preço competitivo em alguns setores, como o de construção de plataforma offshore. No caso de fabricação de embarcações de apoio, o Brasil já tem um preço já tem preço equiparado a Noruega, um dos países mais competitivos neste ramo.

Que ações a Abenav planeja realizar para fortalecer a indústria naval no Brasil?

Nesta semana, estamos participando de uma missão empresarial no Reino Unido. O evento está sendo organizado pela UK Trade & Investment, organismo que objetiva promover a indústria britânica. Serão realizados seminários e visitas a empresas fornecedoras de equipamentos do Reino Unido, visando melhorar a nossa indústria em termos de competitividade. Os britânicos são referência porque quando descobriram uma grande reserva de petróleo no Mar do Norte, eles adotaram uma política de desenvolver a indústria local. Com isso, o país se tornou forte em termos industriais. 

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