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ABIMAQ APONTA POUCAS PERSPECTIVAS NO CURTO PRAZO PARA INDÚSTRIAS QUE ATENDEM REFINO

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) – 

Alberto MachadoOs bens de capital brasileiros estão diminuindo sua participação nas indústrias do país. Segundo dados da Associação Brasileira de Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor teve queda de 5,7% no faturamento de 2013 em relação ao ano anterior, mesmo com a produção aumentando 7% na mesma comparação. Segundo o diretor de Petróleo, Gás, Bionergia e Petroquímica da Abimaq, Alberto Machado, os estoques de máquinas e equipamentos nacionais cresceram no fim do ano passado, enquanto a importação de bens de capital aumentaram o déficit na balança comercial do setor. Para o diretor, falta ao Brasil uma política industrial definida, com mais incentivos para todas as etapas da cadeia produtiva. Outro problema apontado pelo executivo é a postergação de investimentos pela Petrobrás, que acaba reduzindo a previsão de encomendas. Segundo Machado, as indústrias que fornecem bens ao setor de refino têm sido afetadas por estes fatores, ficando com poucas perspectivas no curto prazo.

Como a associação avalia a política industrial atual do governo?

Não há uma política industrial definida, apenas medidas isoladas. Tem que ir além da desoneração. Às vezes, simplesmente desonerar uma cadeia pode resultar na oneração de outra. O financiamento de alguns setores está adequado. O naval, por exemplo, conta com bons incentivos para o primeiro nível, isto é, os estaleiros que fazem os navios, mas as cadeias anteriores são prejudicadas.

Dentre essas medidas estão a desoneração da folha de pagamento e a redução das tarifas de energia. Foram decisões positivas?

A desoneração é positiva. Quem fatura pouco paga pouco, já que o tributo é um percentual. Mas isso só atinge alguns segmentos. Para as indústrias que não têm uso intensivo de mão de obra não faz muita diferença. Mesma coisa para a redução do preço da energia. É positiva, mas no setor de bens de capital também não tem tanta influência.

A política de Conteúdo Local está cumprindo seu papel de dar competitividade à indústria?

O objetivo de uma medida como essa não é dar competitividade, mas oportunidade para a indústria. Como essa política entrou em vigor em 2007, ainda é cedo para avaliar os resultados. Na área de equipamentos, os contratos negociados ainda são referentes aos leilões mais antigos. Até a sexta rodada de licitações, só se levavam em conta os valores globais ofertados.

O crescimento das importações atrapalha a indústria de transformação?

Sim. De 2007 para cá, as importações de equipamentos e componentes só cresce. Máquinas importadas vêm tendo um aumento relevante em relação às fabricadas no Brasil. Em 2007, as produzidas fora do país representavam 52% dos bens de capital da nossa indústria. No ano passado, esse percentual aumentou para 67%. A produção nacional está em um processo de perda de market share.

O Brasil encerrou 2013 com um déficit de 20 bilhões de reais na balança comercial de máquinas e equipamentos, o que significou um aumento anual recorde de 18%. A maior queda nas exportações é a que se refere aos bens de capital relativos aos setores de petróleo e energia renovável, que foi de 28,4%. A produção vem crescendo, mas os estoques aumentaram e os preços sofreram uma queda relativa.

É melhor para o setor industrial a desvalorização do real frente ao dólar para ganhar mais competitividade?

O maior problema é a volatilidade do câmbio, mas é claro que um real menos valorizado em relação ao dólar é favorável às exportações. No entendimento do setor industrial, o câmbio ideal para dar competitividade aos produtos brasileiros seria em torno 2,6 reais por dólar.

Por que o desempenho da indústria caiu tanto em relação a 2011, quando o real estava mais valorizado?

Em 2011, o contexto era de início de recuperação da crise de 2009, o que significa um percentual de crescimento anual mais alto em relação a uma base de recuperação baixa. O pico da produção industrial aconteceu em 2007/2008 e até hoje não conseguimos voltar àquele patamar.

As dificuldades financeiras da Petrobrás afetam muito negativamente a indústria que serve ao setor petrolífero?

Afetam. Muitos investimentos são postergados, o que resulta em menos encomendas. As indústrias que atendem ao setor de refino não têm perspectiva de melhora no curto prazo.

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Almerindo
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Por isso muitas industrias de Máquinas e equipamentos estão demitindo. Para salvar o que restam .Pena que quem sfre com isso são profissionais pais de família e aqueles que projetavam um futuro melhor.