DECLARAÇÃO DE GRAÇA INDICA QUE CORRUPÇÃO NA VENDA DE PASADENA PODE SER AINDA MAIOR

Os bastidores da política e do setor de óleo e gás amanheceram turbulentos com a entrevista que a presidente da Petrobrás, Graça Foster, deu aos repórteres Ramona Ordoñez e Bruno Rosa, do jornal O Globo. Ela disse que não sabia da existência de um comitê de proprietários da refinaria de Pasadena, acima do Conselho de Administração da estatal, e alertou a todos que não ficará pedra sobre pedra com a investigação que será realizada internamente. “Mas não fica, não fica. Pode ficar incomodado”, disse ao jornal.

Segundo Graça, o representante da empresa no comitê à época era o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, preso nos últimos dias acusado de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e de receber propinas referentes a obras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Costa deixou a estatal logo que Graça assumiu o comando da empresa, sendo um dos diretores substituídos por ela. Depois que a Petrobrás entrou em processo de arbitragem contra a empresa belga Astra, o comitê foi desfeito.

Na entrevista ao jornal, Graça diz que ficou sabendo deste comitê na segunda-feira e que decidiu abrir uma comissão de apuração interna na Petrobrás sobre Pasadena.

“Fui eu que abri. Isso é extremamente importante para esse caso. Temos até 45 dias para poder nos manifestar em uma série de processos que já estávamos em avaliação de forma administrativa”, afirmou, antes de complementar: “É muito importante que se saiba que a Petrobrás tem comando. A Petrobrás é uma empresa de 85 mil funcionários e tem uma presidente. Sou eu. Eu respondo pela Petrobrás. Temos uma diretoria colegiada que trabalha pela busca da melhoria. E o que precisa ser investigado é investigado nessa empresa”.