BOLÍVIA VAI EXPROPRIAR CAMPO DE GÁS DE OPERADORA ANGLO-ARGENTINA
A empresa anglo-argentina Pan-American Energy (PAE), sócia da espanhola Repsol, terá um de seus campos de gás expropriado, no sul da Bolívia, em decisão anunciada pelo novo gabinete da presidência do país, que assumiu recentemente o posto no governo de Evo Morales.
A empresa possui 25% de participação na exploração do gás no bloco Capipendi, que é formado pelos campos Margarita e Huacaya. A Repsol e a inglesa British Gas, que detém 37,5% da sociedade cada, são responsáveis pela extração. A participação da Pan-Amercian na sociedade será incorporada obrigatoriamente pelo Estado boliviano. O investimento total da sociedade totalizava aproximadamente 1,6 bilhão de dólares.
A expropriação foi justificada, segundo o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Juan José Sosa, porque a companhia não contribuiu para o desenvolvimento do bloco como prometido há dois anos com as outras duas empresas. Segundo Sosa, a Pan-American falhou com o objetivo de aumentar a produção do gás e sua exportação à Argentina.
Sobre o destino da participação da empresa, Juan José Sosa diz que esta será cedida obrigatoriamente à YPFB Chacao, uma subsidiária da YPFB (Jazidas Petrolíferas Fiscais Bolivianas, em espanhol). A apropriação das ações pelo Estado, segundo o ministro da presidência Juan Ramón Quintana, tem como propósito o envolvimento do governo boliviano na extração de gás.
Em 2010, a Pan-American Energy deu início a uma ação de arbitragem internacional contra o Estado boliviano, devido à nacionalização ocorrida em 2009 das ações da empresa.
Segundo a YPFB, o bloco Caipipendi produz 3 milhões de metros cúbicos de gás por dia e, com o desenvolvimento programado, é esperado que esse volume possa aumentar em 6 milhões de m³/dia, totalizando uma produção de 9 milhões de m³/dia.
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