LEILÃO PARA CONTRATAÇÃO DE ENERGIA SOLAR SERÁ REALIZADO ATÉ OUTUBRO
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim (foto), anunciou que, até outubro, será realizado o leilão para contratação de energia solar, que, pela primeira vez, estará voltado apenas às empresas interessadas exclusivamente no segmento. As quantidades contratadas dependerão dos projetos apresentados e o preço final só será conhecido depois da apresentação das propostas.
Além do elevado nível de radiação no Brasil ao longo do ano, o executivo ressaltou a presença de grandes reservas de quartzo e de um parque industrial de processamento de silício até o grau metalúrgico, o primeiro degrau para a produção da matéria-prima utilizada na fabricação das células fotovoltaicas. As duas desvantagens dessa fonte seriam seu custo e sua intermitência, mas, para os especialistas, a perspectiva para o futuro da geração fotovoltaica é boa. Em constante queda no mercado mundial, o preço do sistema completo para a geração de energia solar já se reduziu à metade.
No final de 2013, Pernambuco realizou o primeiro leilão estadual para desenvolver uma cadeia completa energia solar. Segundo o secretário de energia de Pernambuco, Eduardo Azevedo, estudos mostraram que a realização de um único leilão para 180 MW despertaria o interesse do setor privado e caberia no bolso do Estado, que subsidia o consumo com créditos de ICMS. No certame, foram contratados mais de 122 MW, com preço médio de R$ 228,63 MW/h. As empresas devem implantar esses empreendimentos em 18 meses e vender a energia por 20 anos. Considerando-se que a energia eólica custa menos da metade, o preço ainda é elevado. Mas, quando acionada emergencialmente além do previsto e incluído o preço do combustível, a térmica apresenta valores muito superiores a solar.
Como as preferências do BNDES estão voltadas para o financiamento do mercado regulado, a energia solar encontra dificuldade para competir. Para o presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros, o banco deveria oferecer linhas de financiamento também para as empresas interessadas em atuar no mercado livre, cujo desenvolvimento depende da redução do custo. O diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, acrescentou que o acesso ao financiamento do BNDES está condicionado ao conteúdo nacional da indústria, uma dificuldade adicional para a formação de um parque nacional que inexiste. A Absolar estima que capacidade instalada atual oscile entre 30 e 40 MW, mas que apenas 10 MW são injetados na rede.
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