ATRASO NA CONSTRUÇÃO DO OLEODUTO DE KEYSTONE PREOCUPA CANADÁ E PODE ACELERAR PROJETOS INTERNOS
O atraso na construção do oleoduto Keystone XL da TransCanada projetado para cortar os Estados Unidos envolvido em uma batalha regulatória e de controle ao sul da fronteira, pode acelerar outros projetos na região. Empresas de petróleo canadenses estão propondo outros oleodutos novos e mais extensos para ligar as areias betuminosas do país a novos mercados na China e em outros países do mundo.
A ideia é que esses projetos sejam construídos para leste, oeste e sul, do país possam quebrar o monopólio americano nas exportações de petróleo canadense, proporcionando um aumento na produção em areias betuminosas aumentasse mais de 25% na próxima década, mesmo que o oleoduto Keystone não se concretize. Na verdade, a incerteza regulatória e as decisões políticas dos Estados Unidos só aumentaram a determinação canadense de exportar petróleo canadense para mercados globais.
A Cenovus Energy, presidida Brian Ferguson ( foto), é uma das principais petroleiras petroleiras interessadas, apesar de se ter muitos obstáculos no caminho. O oleoduto Northern Gateway é crucial, mas tem enfrentado enorme oposição de grupos indígenas canadenses, que induziram a empresa Enbridge a fazer concessões importantes e até a lhes dar uma participação no projeto.
A TransCanada está propondo o projeto Energy East, que reformaria um oleoduto para escoar 1,1 milhão de barris de petróleo por dia para refinarias em Québec, mas também enfrenta dificuldades com ambientalistas. Segundo cientistas, abalos sísmicos e a construção de um terminal marítimo para exportação colocariam em risco a população das baleias-brancas no rio São Lourenço, que já está em declínio. Apesar disso, as perspectivas parecem boas para a maioria dos oleodutos canadenses propostos.
A Enbridge espera que seu Alberta Clipper, que já transporta 450 mil barris por dia para os EUA, possa conseguir a permissão americana para expandir a capacidade para 800 mil barris diários. A Kinder Morgan pretende expandir a capacidade do oleoduto Trans Mountain, que vai de Alberta a Vancouver, de 300 mil para mais de 800 mil barris por dia.
Desde a década de 1950 já havia muitas propostas de grandes oleodutos em discussão. Sempre se discutiu a dificuldade para liberar as reservas de energia canadenses para o mundo. Alguns executivos de petroleiras canadenses, que estão perdendo a paciência com a administração americana devido a demora de quase seis anos para tomar uma decisão sobre o Keystone e que este atraso poderá acelerar a busca por alternativas para o Canadá, como o gigantesco projeto Northern Gateway da Enbridge, que enviaria mais de 500 mil barris de petróleo por dia para a costa oeste e ser exportados por navios-tanques para mercados asiáticos, com destaque para a China.
Executivos de petroleiras canadenses dizem que precisam de apoio da maioria, senão de todos os oleodutos propostos para cumprir suas metas de produção para 2025, que exigem um aumento dos atuais 3,5 milhões de barris para 6 milhões de barris diários, assim como dobrar a extração em areias betuminosas, ficam comprometidas.
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