EX-PRESIDENTE DA PETROBRÁS ADMITE QUE CUSTO DA REFINARIA ABREU E LIMA É ALTO

O ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli (foto) admitiu, em depoimento na CPI mista da Petrobrás, nesta quarta-feira (25), que o preço da Refinaria Abreu e Lima está alto, saiu de US$ 2,3 bilhões para os atuais US$ 18,5 bilhões, mas justificou falando sobre a complexidade da obra, que segundo exemplo de Gabrielli, vai produzir diesel de altíssima qualidade. Ele ponderou ainda que 40% do valor da refinaria depende do câmbio. “Lá, o porto precisa de investimento, estrada precisa de investimento, tratamento de resíduo, E isso não está em outras refinarias. Essas são as diferenças que existem”, afirmou.

Questionado sobre a falta de um contrato ou mecanismo de proteção da Petrobrás para a saída da PDVSA da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, Gabrielli disse que não deveria haver nenhuma cláusula, pois havia apenas uma tentativa associação firmada entre os governos brasileiro e venezuelano. “Estávamos tentando uma associação de ‘ganha a ganha’ dos dois lados. Houve mudanças no marco regulatório venezuelano”, disse.

Sérgio Gabrielli também respondeu a questionamentos sobre sua relação com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, preso por envolvimento na Operação Lava Jato. “As minhas relações com Paulo Roberto Costa são estritamente profissionais”, afirmou. Ele declarou ainda que não tinha nenhum conhecimento das suspeitas dentro da estatal que estão sendo investigadas pela Polícia Federal.

Sobre a troca de ativos em 2002 entre a estatal e a Repsol YPF, o ex-presidente da Petrobrás disse que, o caso da refinaria de Bahía Blanca, na Argentina, foi um problema para a companhia. “O caso de Bahía Blanca e a troca de ativos com a Repsol é um exemplo típico de que o mercado muda, caso que aconteceu em Pasadena”, afirmou. Ele lembrou que a estatal buscou entrar na Argentina no final da década de 1990, quando “se pensava que o país seria um grande centro de expansão de refino de petróleo”.