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IESA DEVE REPASSAR CONTRATO NA BACIA DE CAMPOS

iesaA relação conflituosa da Petrobrás com as empresas de engenharia brasileiras está deixando mais cacos pelo caminho. Agora é a Iesa Óleo e Gás quem caminha para a desistência de prestar serviços para a estatal, em referência a um contrato de manutenção de plataformas na Bacia de Campos. A empresa afirma que um dos contratos já foi concluído, no prazo contratado, mas há outro em discussão, “devido a sua onerosidade excessiva”, que foi paralisado e está sendo negociado com a petroleira. A UTC deve assumir o contrato, mas não se manifesta sobre o assunto.

Além disso, a Iesa passa por sérias dificuldades no contrato para a construção de módulos de compressão de gás para oito plataformas para o consórcio Tupi BV, liderado pela Petrobrás, que estão sendo feitos em Charqueadas, no Rio Grande do Sul. O cronograma está atrasado e o negócio será assumido pela Andrade Gutierrez.

O caso tem origem no mesmo problema por que vêm passando muitas empresas brasileiras, em discussões contínuas com a Petrobrás por conta de aditivos nos contratos e claims referentes a fatores que não estavam previamente previstos nos contratos.

HISTÓRICO 

Alguns casos marcantes envolveram empresas que atuam há décadas no setor de óleo e gás brasileiro e acabaram se vendo em posições complicadas. Uma das primeiras a reclamar da postura da Petrobrás nas negociações foi a Tenace, da Bahia, que pediu a falência em novembro de 2012 e recebeu a aprovação da justiça em outubro de 2013. Na época do pedido de falência, a empresa alegou que o projeto original de um contrato com a estatal precisou ser modificado em função de condições adversas encontradas no local da obra, realizada no Rio Grande do Norte, mas não obteve a aprovação da Petrobrás para os aditivos referentes aos custos extras que tiveram no empreendimento. A empresa empregava 3 mil funcionários.

Em janeiro de 2013 foi a vez do aperto da GDK, que pediu recuperação judicial por dificuldades financeiras, sendo que boa parte de seus contratos eram relativos à Petrobrás. Em fevereiro do mesmo ano, a Conduto também passava por um momento de aperto, quando sua dívida com credores chegou a cerca de R$ 80,6 milhões, fruto principalmente de problemas em uma obra na Refinaria Abreu e Lima (Rnest).

Em agosto de 2013, o caso da Multitek despertou de vez o sinal vermelho no mercado, quando a empresa anunciou a demissão de 1.700 empregados, reclamando de um débito da Petrobrás de R$ 245 milhões. Além do problema trabalhista, a questão vem gerando atrasos, já que a empresa, que atuava no setor há 28 anos, paralisou as 13 obras em que estava trabalhando para a estatal.

Pouco depois, a Produman, que realizava serviços de manutenção na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), também deu um passo atrás, demitindo cerca de 1.500 pessoas sem o devido pagamento das rescisões.

Em 2014, os casos da Fidens e da Jaraguá, outras duas companhias tradicionais, ficaram mais em evidência, também com grandes repercussões em toda a cadeia de engenharia e construção nacional. Outras empresas, como Egesa, Sertenco e Lomater também passaram por complicações similares, mas o problema não parece ter sido muito bem avaliado internamente na Petrobrás, que passa por uma enorme turbulência de acusações e denúncias.

A presidente da petroleira, Graça Foster, sempre que questionada, afirma que pleitos não significam compromissos, mas negociações. No final de setembro de 2013, ela reconheceu em entrevista coletiva que haviam sido realizadas algumas mudanças na forma de avaliação dos pleitos, mas não quis revelar o volume de recursos em discussão.

A briga, que antes estava apenas no âmbito das empresas, agora desde o final de 2013 também envolve as lideranças sindicais e os trabalhadores de companhias terceirizadas, alinhados em alguns pontos para encarar a Petrobrás.

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