LABORATÓRIO DA USP CONTARÁ COM INVESTIMENTOS DE PETROBRÁS, STATOIL E BG EM PESQUISAS VOLTADAS À PRODUÇÃO NO PRÉ-SAL | Petronotícias




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LABORATÓRIO DA USP CONTARÁ COM INVESTIMENTOS DE PETROBRÁS, STATOIL E BG EM PESQUISAS VOLTADAS À PRODUÇÃO NO PRÉ-SAL

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –

eesc_professor_oscar_rodriguez_siteEm fase final de construção no campus da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, o Laboratório de Escoamentos Multifásicos Industriais (LEMI) fará pesquisas voltadas às atividades de exploração e produção de petróleo e gás no pré-sal. Segundo o coordenador do laboratório, Oscar Maurício Rodriguez, já há acordos em vigência com a Petrobrás e a Statoil e outro acertado com a BG para investimento em pesquisa no local.

Com investimento inicial de R$ 21 milhões para a construção da infraestrutura do prédio e a compra de equipamentos, toda a receita para pesquisa no laboratório virá das empresas parceiras, que definirão os temas, sujeitos à aprovação da ANP e do setor jurídico da USP.

Que pesquisas voltadas à exploração de petróleo e gás no pré-sal o laboratório irá desenvolver?

Como o próprio nome diz, o laboratório irá focar na pesquisa de escoamento multifásico e em toda a área upstream da produção de petróleo, como elevação, prospecção e transporte. Com foco específico no pré-sal, iremos simular as características físicas e termodinâmicas do escoamento em condições elevadas de temperatura e pressão, como acontece nas áreas profundas. Esses locais têm grande concentração de dióxido de carbono, que tem densidade de líquido e viscosidade de gás, o chamado estado supercrítico. Nessas condições, ele é extremamente corrosivo.

Existem problemas ou limitações técnicas específicas para essas atividades que o laboratório pretenda solucionar?

A instrumentação é voltada para a medição das características e propriedades da exploração de petróleo em áreas do pré-sal. Queremos otimizar as etapas, já que os volumes dos poços são, geralmente, estimados de maneira superdimensionada pelos engenheiros, que não dispõem dessas técnicas. A medição mais precisa pode gerar grandes economias já na fase de pré-projeto.

Que tecnologias serão usadas nessas pesquisas?

O Particle Image Velocimetry (PIV) é um instrumento que dá informações detalhadas do escoamento multifásico, permitindo o desenvolvimento de equações matemáticas para calcular a velocidade precisa do processo. O anemômetro doppler (LDA) utiliza técnicas de laser para simular o funcionamento de um poço, como uma espécie de maquete. Com a câmera filmadora de alta velocidade, os pesquisadores poderão observar o processo e obter informações detalhadas de perda de carga.

Já o densitômetro emite raios gama transversais para indicar a fração em massa de óleo e gás na mistura, uma quantificação importante até para o cálculo de royalties. Tal medição também ajuda a controlar a produção e prevenir acidentes. Toda essa instrumentação pode ser encontrada em alguns laboratórios no exterior, mas, no Brasil, não existe.

As pesquisas irão começar assim que o laboratório for inaugurado?

Já há projetos em execução no laboratório antigo. O Lemi terá sua infraestrutura básica em setembro. Já dispomos dos recursos em caixa, adquirimos o PIV e o LDA deve chegar nos próximos dias. O densitômetro ainda está em fase de compra, pois há toda uma burocracia que tem de ser resolvida com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Nossos técnicos tiveram que fazer um curso de quase um ano para operar o equipamento.

Já há outros convênios confirmados para o laboratório? Com que tipos de empresas vocês buscam parceria?

Temos acordos em vigência com a Petrobrás e a Statoil. Para o novo prédio, já acertamos contrato com a BG. Foi dado apenas um pontapé inicial. Recebemos outras propostas que não se adequaram, algumas de empresas menores, da cadeia fornecedora. Há outras negociações em andamento.

As empresas parceiras irão definir os objetos de pesquisa?

O investimento vem das empresas parceiras, que definirão o tema da pesquisa, sujeito à aprovação da ANP e do setor jurídico da USP. Por lei, elas têm que investir em pesquisa um determinado percentual da participação especial de sua produção. Esse tipo de convênio com a indústria é importante para a universidade, mas isso ainda acontece pouco no Brasil, se compararmos com a Europa e com os Estados Unidos.

Qual será o investimento total na construção e na compra de equipamentos para o laboratório?

Foram contratados R$ 4 milhões para a construção do prédio e R$ 2 milhões para a aquisição dos equipamentos. Já está em vias de assinatura o gasto de mais R$ 15 milhões em equipamentos.

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